Dean estava pensativo. Ficou a noite toda se recordando daquela cena, sobre o sorriso de Nikolas... E até se relembrando do som que jurou escutar. A feição dele naquele momento estava diferente da que costumava ver. Sempre foi malvado, um sorriso provocativo nos lábios, um jeitinho de garoto mimado querendo arranjar confusão. Mas... Dean pode ver feições que nunca imaginaria ver de Nick.
Se lembrava das bochechas coradas, os olhos cinzas brilhantes, o aroma de seu corpo já que estavam tão perto... Os lábios...
— Por que caralhos eu tô pensando na merda da boca dele?! — Dean jogou o travesseiro na parede, não sabia o motivo de parecer tão atraído pelo outro.
Mas, realmente... Pensava em como seria beijar os lábios rosados e carnudos de Nick, em como seria tocar seu corpo até ele reproduzir aquele mesmo som. Em como seria divertido o provocar até o ver corar naquele estado. E, ah, aquele sorriso enquanto ele estava deitado no chão...
— Mas que porra... — olhou para a própria virilha, percebendo um volume no lugar. — Tenho certeza que não foi por ele... Às vezes isso acontece do nada. Mas mesmo assim é constrangedor pra caralho.
Ele apertou o próprio membro rijo, tentando fazer que a ereção cessasse com a dor, porém, não houve mudança alguma. Resolveu ir ao banheiro, tomar um banho frio, para que resolvesse tão situação. Ficou debaixo da água fria, sentindo o corpo quente mesmo debaixo naquela água naquela temperatura.
— Merda... — ele rosnou, vendo que não havia muitas outras escolhas.
Tocou a si mesmo, tentando não imaginar nada que lhe retratasse o garoto. Porém, era impossível. O gemido alheio ecoava em sua cabeça, e a feição angelical lhe vinha na memória. Chegava até em imaginar sujar aquele rostinho delicado.
— Eu... Estou parecendo um gay... — rosnou para si mesmo.
Nunca teve nenhum tipo de preconceito, mas, não podia assimilar aquela sexualidade para si. Sempre ficou com algumas garotas, beijava algumas e mesmo que não sentisse nada de especial naquele momento, é que apenas não as amava, afinal só tinha um pouco de interesse nelas.
Gay...
"Ah, claro que eu não sou gay!"
Deu um leve suspiro.
"Mas... Por que esses pensamentos, então...?"
Movido pelo desespero, Dean apenas secou o cabelo com uma toalha, se deitou na cama e tentou dormir. Não sonhou com nada, sentiu apenas que piscou os olhos dentre tantos pensamentos e, quando abertos novamente, já estava de manhã, sendo incomodado com a janela aberta, iluminando todo o quarto.
— Mais um dia... — suspirou, indo ao banheiro.
Escovou os dentes, e então resolveu que já iria se arrumar para escola naquele momento. Tomou um banho quente matinal, colocou seu uniforme com botões levemente abertos. Estava calor, então preferiu deixar assim mesmo. Desceu as escadas, já pronto, vendo sua família terminar o café.
— Acordou cedo hoje, mas que lindo. — a mãe elogiou, dando um tapinha nas costas. A família era realmente louquinha.
— Hm, só preferi me arrumar logo cedo. Se não tomasse banho, acho que morreria de sono durante o café. — disse pegando sua tigela.
— Você está estranho. O que houve? — perguntou a mãe, olhando de cima a baixo o filho.
— O que? Nada! — ele disse meio assustado. Caramba, nunca pode imaginar que sua mãe sentia quando algo lhe importunava a mente.
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ÓDIO - Um sentimento forte.
RomansaDevido ao ódio de serem inimigos, Nikolas e Dean passaram a ter um pelo outro um sentimento tão forte quanto o ódio; amor.