Capítulo 3 - Conversa

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O dia amanheceu com um sol sereno, que aquecia a pele na medida certa mas ainda sim a brisa que vinha do horizonte fazia qualquer um se arrepiar. O clima estava na medida certa para lena, gostava de dias assim, até acordava mais disposta.

Apesar de querer curtir a vibe gostosa de uma quarta feira, não podia, uma empresa inteira esperava por ela. Ainda enfrentaria a fúria de Lillian Luthor, a morena não tinha muito contato com a mãe e preferia evitar o máximo que podia. Lena não perdoou a mãe pelo que fez, não conseguia, olhava pra ela e sempre voltava 11 anos atrás.

- Bom dia, flor. - Sam cumprimenta a amiga assim que a mesma sai do elevador.

- Hoje é quarta, sem bar Sam- Lena diz pegando o copo de café da mão Sam que logo faz uma cara de reprovação. - Mande uma mensagem pra Lillian por mim? Por favorzinho.

- Lillian? não entendi - Sam diz confusa.

- Preciso ter uma conversa séria com ela. - Lena diz indo pra sua sala, antes que Sam pudesse questionar algo.

Antes de chegar e ir pra sua sala, a mulher pede que sua secretária, Eve, descartasse suas reuniões na parte da tarde ou passar as que ela conseguisse para amanhã.

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- Lena, sua mãe está aqui. Posso manda-lá entrar? - Eve tinha um tom de voz calmo.

- Claro.

Foi a única coisa que conseguiu responder antes que a matriarca da família Luthor entrasse na sala. A mais velha analisou cada detalhe do lugar. Não se lembrava mais ao certo quanto tempo fazia desde a última vez que tinha pisado naquele lugar. Encarou Lena sentada em sua grande cadeira com a postura única de sempre, com o semblante fechado que era impossível de decifrar.

- Posso sentar? - a voz de Lillian ecoou fazendo Lena sair daquele filme que passava em sua mente.

- Por favor. Talvez seja um conversa longa, melhor que se sente mesmo. - A cara de Lillian mudou pra uma feição de quem está confuso.

- Bom, eu estou aqui.

- vou ser rápida e bem direta com você. Preciso que me passe o nome da família que está com a minha filha. Não me importo com a sua opinião, nem seu apoio, nada disso. - Lena agora se levanta apoiando se corpo na mesa, ao lado de Lillian.

- você não pode fazer isso Lena. Teve contrato na época, você administra uma empresa sabe como são contratos. - Lillian mantia seus olhos na filha.

-Eu não me importo com contrato nenhum, não quero saber.

- Você concordou em dar o neném, Lena. Vai revirar isso com qual intuito? - fala.

Pronto, aquelas palavras foram as poucas pra fazer o sangue de Lena ferver ao extremo.

- Como assim? eu quis dar o bebê? -questionou.
- Eu não ouvi isso. Não, eu não queria mas você me fez acreditar que eu não era capaz, você me falou em um momento de fraqueza o que nenhuma mãe deveria fazer com uma filha de 17 anos em um estado de tanta vulnerabilidade. Não foi por livre espontânea vontade, você fez pressão psicológica comigo. Eu precisava de opoio de mãe, era difícil fazer isso? Eu precisei tanto de você e não tive minha própria mãe - Lena despeja tudo de uma vez, precisava se aliviar, sempre precisava. Lillian mantinha seus olhos fixos no chão, balançava sua cabeça em sinal de que estava ouvindo tudo. - Você não aguentaria, não é mamãe?Imagina filha de Lillian Luthor grávida aos 17 anos? Claro que não podia acontecer, sua imagem estaria em risco - debocha.

- Já disse minha opinião sobre isso mas agora você é uma mulher adulta, sabe o que faz com sua própria vida. Depois, não venha chorando pra mim, Lena. - num rápido movimento a mulher se levanta pegando um bloco de notas em sua bolso, junto com uma caneta e ali escreveu rapidamente sem dizer uma palavra sequer, muito menos levantou seus olhos para olhar Lena.

- Meu pai teria tristeza de ver a pessoa que se tornou, você não ama ninguém, talvez nem ame a si mesma. - A morena agora já não contia mais as lágrimas.


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