Capítulo 38

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- Me diz qual merda foi que você fez, Lena? - Sam entrou com a voz alterada no escritório.

- Não é hora pra brincadeira - Lena falou séria.

- E você acha que eu estou? - indagou. - Está me vendo rir ou fazer algumas graça? Eu estou falando sério, o que foi que você fez?

Lena a olhou ainda com a expressão séria mas um olhar carregado de tristeza, engolia seco, queria chorar mas estava se segurando.

- Semana retrasada, eu fui beber antes de ir pra casa mas bebi um pouco mais do que deveria e acabei dormindo com uma mulher - mexeu nas mãos - E...eu, não sei como aconteceu mas aconteceu e eu não disse pra Kara o que tinha acontecido.

- Lena...

- Eu achei que não era preciso, ja que não temos nada oficial. Não significou nada, eu estava tão bêbada que nem me lembro de tudo pra você ter noção.

- Como não era preciso? Meu deus Lena - Sam passou as mãos em seu rosto. - Você está ficando com ela tem um pouco mais de 2 meses e isso ainda não é o suficiente? Desculpa mas sim, você deve explicação pra ela. Isso passou a acontecer a partir do momento vocês conversaram falando que queriam apostar em algo mais sério.

- Eu estou tão mal, merda! - Exclamou.

- Mas é pra você estar mesmo, além dela nessa história ainda tem a sua filha. Você foi irresponsável! - apontou. - Mesmo que você não tenha experiência com relacionamentos, você não é criança, Lena.

- Eu só preciso do seu colo - disse.

- Eu sei que precisa, eu estou aqui. Mas não posso passar a mão na sua cabeça, preciso te falar tudo.

Depois da bronca que havia dado, Sam achou que por hora aquilo já era o suficiente. Era notório o quão triste a amiga estava, precisava dela agora, só teria ela pra dar o suporte que ela queria. Sentou no sofá, indicando pra que Lena deitasse colocando a cabeça no colo dela, não demorou muito pra ela fazer isso.

Enquanto sentia o carinho da amiga em seu cabelo, não conseguiu mais controlar, chorou. Parecia uma criança assustada, só queria ter feito tudo certo, não errado. Kara não era qualquer pessoa pra ela, era especial, importante e ela realmente queria apostar mais ao lado dela.

- Eu amo tanto ela, Sam. Eu juro, nossa, como eu amo aquela mulher. - falou com a voz embargada. - Eu, eu errei. A minha intenção não era magoar ela, jamais foi essa minha intenção.

- Eu sei que não era, eu sei. Mas agora você tem que consertar o erro que você cometeu.

- Eu preciso buscar a Norah hoje, ela quer dormir lá em casa. Não vou desmarcar com ela, ela vai ficar triste.

- Faz o seguinte, busca ela e age como normalidade. Bom, ela não tem nada com a relação de vocês e nem merecese incluída nessa situação. Mas dá um tempo pra Kara, deixa ela dá uma respirada. Depois pede pra conversar com ela.

Lena apesar de ter ficado o dia na empresa, não conseguiu se concentrar em nada e infelizmente o motivo de tamanha distração e falta de foco não era algo bom. Pegou no celular diversas vezes, a vontade de ligar pra Kara estava grande mas sabia que ela não iria falar naquele momento e ela não estava errada.

No horário que tinha combinado com Norah, ela estava na porta apertando a campainha do apartamento. Quem atendeu foi a pequena, não podia negar, que imaginou que Kara abriria a porta, queria vê-la.

- Oi meu amor - falou.

- Oi mãe - sorriu.

- Aonde está sua mãe? - a curiosidade falou mais alto.

- Ela está lá dentro, não está bem. Mais cedo eu vi ela chorando, eu perguntei o que era e ela disse que estava com dor. Eu fiquei com ela até ela parar - Norah falou cabisbaixa.

Como Lena se odiou naquele momento.

- Oh, meu amor. - Lena passou as mãos no cabelo da filha. - Dê um tempo pra ela, eu vou ajudar ela, hum?

Norah balançou a cabeça concordando.

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