Capítulo 20

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Catra

Foi difícil demais conviver com mim mesma depois de tudo. Eu não tinha nem o direito de ficar brava com DT, elu não tinha culpa. Elu tinha me instigado a sabotar a Adora, mas quem fez tudo fui eu. Quem deu aquela bebida pra Adora tinha sido eu. E agora eu estava lidando com as consequências.

Fiquei com um peso na consciência que nunca tinha sentido antes. Conforme os dias passavam, eu tentava contato com Bow, Adora e até Glimmer. Mas eles simplesmente não queriam saber. Nem Bow, que era o mais calmo de todos não queria me ouvir.

Eu não tirava a razão deles. Eu tinha feito uma cagada homérica.

Um dia, chegando em casa depois da aula, minha irmã ligou. Atendi enquanto destrancava a porta.

– Bom dia, maninha! – ela disse. Parecia animada.

Tranquei a porta e me joguei no sofá.

– Oi, Lonnie. Você tá bem?

– Tô, mas você não parece bem. O que houve?

– Ah, pra variar, eu fiz merda e não sei como consertar.

Dei uma resumida no que tinha acontecido e contei pra ela.

Pô, mana – respondeu – pisou na bola sim, mas eles deveriam ter te levado mais a sério! Que absurdo! Por que você não me contou nada disso antes?

Mudei de posição, me sentando nas almofadas.

– Porque você já tem problemas demais pra resolver. Eu não queria te encher com mais uma coisa.

– Catra – se ela me chamava pelo nome, era porque tinha ficado brava – você sabe que eu não tenho tanto tempo, mas podia ter me mandado uma mensagem! Qualquer coisa!

– Foi mal, mana. Desculpa mesmo.

– Bom, a má notícia é que eu não vou conseguir tirar férias tão cedo quanto gostaria. E a boa é que a mãe tá bem!

– Tem certeza que essa é a boa?

– Credo, Catra! Pelo amor de deus, que horror! – enquanto ela me dava sermão, eu ria – Ela tá sóbria há quase noventa dias. Você devia ficar orgulhosa dela.

– Eu acho que nunca vou conseguir sentir alguma coisa boa em relação a ela, por mais que me esforce.

– Ok, eu te entendo.

Ficamos alguns segundos em silêncio.

– Quando você vem me ver, então? – perguntei.

– Ainda não sei, mas espero que seja em breve... Eu preciso ir. Se cuida, por favor! E fica bem tá? Vai dar tudo certo. Me liga se precisar.

– Beleza, mana. Amo você.

– Também amo você.

Depois de terminar a ligação, me deitei no sofá e fiquei encarando o teto alguns minutos. Pensei em algum jeito de fazer o pessoal da banda me perdoar.

Eu sentia falta da música, deles. E, acima de tudo, sentia falta da Adora. Eu não conseguia parar de pensar nela, de pensar em como eu fui idiota. E de como eu gostava dela. Eu achava que o que eu sentia por ela era puramente físico... mas depois de decepcionar ela, eu percebi que não. Não era só isso.

Eu tinha que consertar as coisas.

[...]

Adora

A Few Miles From The Sun - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora