Capítulo 3

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Nesse momento Magnus se encontrava no banheiro do hospital, acabara de perder um de seus pacientes no qual ele acompanhou durante seis meses, ele era um senhor de quase cinquenta anos, Magnus havia se apegado, conversava com ele sempre que podia, inclusive ficou amigo da família do sr. Peter, ele tinha câncer. Em outros tempos ele se seguraria até chegar em casa para ser consolado, mas como não tinha mais essa opção, o banheiro do hospital seria seu refúgio, amava sua profissão e trabalhava com toda sua alma, entregava tudo de si, as lágrimas grossas desceram e não conseguiu evitar alguns soluços.

-Ãh, desculpe, mas...você precisa de ajuda? - ouviu uma voz calma e cautelosa atrás da porta da cabine que ele estava.

- Não...eu.. eu estou bem. - respondeu entre fungadas.

-Quer conversar?

-Não, Obrigado.

-Sabe… conversar costuma ajudar, é o que costumam dizer... - Um bom argumento, talvez falar com um estranho possa mesmo aliviar um pouco. Magnus secou o rosto na manga do jaleco, respirou fundo e abriu a cabine, quando saiu se deparou com um médico alto, forte, loiro, dos ombros largos e também dos olhos azuis esverdeados, com um sorriso simpático.

-Dia difícil? -perguntou Mark, viu seu nome no jaleco.

-Perdi um paciente querido. - respondeu e foi para a pia do lugar para lavar seu rosto.

-Também fico assim, mas tenho certeza que você deu seu melhor e outra, essas coisas dependem também do cara lá de cima… - Magnus quis voltar a chorar mas se segurou e apenas balançou a cabeça confirmando. - Sou o Doutor Mark.

- Magnus… Você é o médico que chegou semana passada, né? - já havia visto ele, só que não teve a oportunidade de falar com o loiro.

-Isso, seremos colegas. - eles ficaram se encarando por um instante e Magnus resolveu que era hora de ir então se dirigiu a porta. - Se sente melhor? 

-Sim, obrigando. - forçou um sorriso e saiu…

[...] 

Flashback 

Magnus fez tudo o que a medicina lhe ensinou a fazer, deu a sua alma tentando salvar aquele jovem de apenas quinze anos, mas o garoto não resistiu, o acidente havia causado danos irreversíveis em grande parte dos seus órgãos, ele já entrou na sala de cirurgia sem chances, porém Magnus ainda sabendo as poucas chances do rapaz, fez de tudo para salvá -lo.

-Hora da morte 18:20h. - disse para uma das enfermeiras que estava com ele.

Esse não havia sido o primeiro paciente que ele perdeu, não, mas nunca ficava mais fácil ver alguém morrendo em suas mãos, não doía menos.

-"Amor?"

-Preciso de você. - Mas com tudo isso ele sabia que podia contar com o marido nessas horas, ele segurava o choro para quando chegasse em casa, às vezes ele apenas mandava uma mensagem para Alexander, mas em outros momentos ele preferia ouvir a voz dele.

-"Estarei em casa te esperando, ou você prefere que eu vá te buscar? Posso deixar Madzie com a vizinha…" - a preocupação e o cuidado dele sempre fez Mags agradecer a todos os anjos por ter colocado a pessoa certa em seu caminho.

-Não, vida, eu consigo dirigir, eu vou demorar mais um pouco aqui. - provavelmente só iria para casa por volta das 22 horas.

-"Certo, toma cuidado, te amo." 

-Te amo mais. 

Quando Magnus chegou em casa Alexander já estava na porta o aguardando, ele não precisou pedir, Alec apenas o abraçou e o conduziu para dentro.

Casamento em Chamas- MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora