Capítulo III

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Estava completando 27 anos, a empresa fez uma festa para minha chegada do exterior. Maquiagem para os olhos cansados e algumas das velhas piadas de Alfred para me fazer rir antes de ir — eu precisava me lembrar de como sorrir e parecer um homem de negócios bem sucedido.

Cheguei lá num carro alugado. Estava bem apresentável, cabelo para trás, olhar leve e seguro, e sorriso sedutor (algumas horas no espelho e estava pronto).

Diretores, associados, alguns políticos e o resto da aristocracia de Gotham. Pessoas bem intencionadas e preocupadas com os outros eram como perolas naquele meio, cumprimentei o Sr. Fox (grande amigo de meu pai e o funcionário em quem mais confio. aprova meus planos de ajuda comunitária e sempre esta lá quando preciso), ele me contou sobre como prosseguiu quando estive fora. "As crianças de East End ficaram muito feliz com as escolas que mandou construir, Bruce!" Muito modesto da parte dele.

     — Ora Lucius, sem você esse projeto não teria êxito!

     — Então vamos brindar a isso, futuro de Gotham! — Um brinde, um momento alegre. Talvez nesse momento minha felicidade tenha abraçado meu sorriso e se tornado um. As pessoas dizem que sou filantropo e excêntrico, talvez seja os dois, mas ainda não dei o melhor de mim. Preciso fazer mais, mostrar às pessoas que não precisão viver sobe a condição de uma arma. Bebi apenas sucos e ponche sem álcool, não podia me dar ao luxo de pôr tudo de meu âmago para fora. Manter a resiliência e me abster de exposição.

A festa foi boa afinal. Pude encontrar pessoas que me apoiavam. Senti confiança, fé. Posso mudar tudo no externo, para chegar ao interno era questão de tempo.

É possível enxergar o crime e a caça a ele como um jogo. Existem aqueles que roubam, matam, sequestram e etc. E existem aqueles que são pagos para prendê-los e leva-los a justiça. É um circulo vicioso, não tem fim, uns vem e outros vão. Criminosos sabem que existe policia e que podem morrer ou ser presos, policiais sabem que podem morrer no serviço e que em algum momento podem ter que matar alguém. Não que isso seja um jogo pra mim ou para a polícia, mas o que será que passa na cabeça dos bandidos, daqueles que arriscam a vida para sustentar seus vícios e destruir as vidas dos outros? Eles nunca desistem. Isso gera uma resposta que é aqueles que não desistem em tentar detê-los. É doloroso para ambos os lados, para as famílias e todos os envolvidos. No final, você pode pensar: "Dei minha vida por isto, e aonde cheguei? Tudo recomeça, parece que meu esforço foi inútil." Talvez isso só mude quando os flagelos tiverem medo dos flagelados. — Estava embalado em todos esses pensamentos, sentado na poltrona, a mão ao queixo.

Algumas noites eu dormia agarrado ao travesseiro, tinha varias manias diferentes, essa noite era uma delas. Acordei pensando na noite anterior, do modo que eu iria prosseguir deveria arranjar um meio de deixar tudo pronto se eu morresse em algum momento. Deixar tudo do modo que meu pai iria querer. Talvez um testamento ou uma orientação para o que fizessem. Estava seguindo muito intenso, tinha que ter uma precaução. Tomei café no quarto, a mesa em frente a veneziana que dava para ver as arvores na avenida que dava para a mansão e o céu. Admirava o tempo.

     — O que você acha Alfred? Hoje as coisas vão ficar serias, vou dar um passo que pode levar a minha vida. E se eu não me resolver agora, pode levar a empresa também. Preciso de sua opinião.

     — Patrão Bruce, eu imagino que o senhor deva fazer o que tiver em mente. Compensar o modo que esta vivendo, continuando a visando as pessoas como está fazendo até então.

     — Muito bem Alfred. Vou deixar tudo escrito, o modo como vão lidar.

Peguei uma caneta na escrivaninha e me pus a escrever.

Eu, Bruce Wayne, deixo meus bens, incluindo a mansão, carros, propriedades adversas e outros itens de cunho privado para meu amigo e pai adotivo Alfred Pennyworth. As ações das empresas Wayne que estão sobe minha administração ficarão sobe a tutela de Lucius Fox. Os associados estarão livres para seguir os empreendimentos sobe a supervisão do mesmo.

Todas as construções do projeto social deverão ser concluídas.

Bruce Wayne.

     — Cuide para que tudo esteja sobre os conformes Alfred. Deixe-o pronto.

     — Como quiser jovem Bruce.

Agora estou pronto para seguir, avançar e tornar as coisas mais definidas. Vou me situar.

Desci até o porão, preparei o traje. Capacete, luvas, placas dos antebraços e os equipamentos de combate: Dardos, bastão e corrente. As bombas de gás (ambas do tipo do medo e lacrimogênio) estavam prontas. Tinha placas também nas pernas. Usava uma calça preta do modelo em que a força tarefa usa. No rosto tinha uma mascara para me defender do gás, tinha o tamanho reduzido para que eu pudesse enxergar e me locomover melhor.

O alvo seria uma fabrica ilegal de armas. O dono era um proprietário de uma franquia de clubes noturnos. A melhor forma seria explodir as maquinas e levar as armas junto com a explosão. Talvez fosse perigoso demais, teria muitos capangas que iriam ser pegos na explosão. Decidi apenas nocautear os guardas de modo furtivo e tirar fotos que pudesse expor os envolvidos. Melhor assim, sem risco de mortes.

Fiz como tinha planejado, estava em cima do telhado do prédio ao lado. Espreitava pela claraboia, quando achei que o movimento nas avenidas próximas tinha sido reduzido saltei. Desci pela escada lateral do prédio e escalei pela parede do outro. Usei uma corda e ganchei no topo. Achei uma porta que dava saída ao telhado. A escada estava vazia, continuei descendo. Ajoelhado pude ouvir os sons dos maquinários e de movimento. Tinha um guarda na quina do corredor onde eu estava de frente à grade daquele andar superior. Acertei sua cabeça e o segurei antes que tombasse, não poderia deixar que este sentinela alertasse os outros. Achei mais dois naquele andar e agi de forma parecida, não dando tempo de eles reagirem. Tirei algumas fotos daquele ângulo, visando as maquinas e a produção. Quando terminei cruzei em direção ao outro lado daquele pavimento. Tinha uma sala, a única que eu tinha visto naquele momento. Segui em direção a ela. Antes da entrada tinha um corredor, quatro homens à porta. Usei a bomba de gás para fazê-los perder a visão. Quando se debatiam sem entender nada acertei dois com o bastão e parti para os que restavam. Quando a poeira baixou, já estavam todos no chão. Respirei fundo, estava começando a ficar ofegante. Estava tentando não perder o controle. Tirei foto dos vigias caídos. Abri a porta da sala, era como qualquer outro escritório. Escrivaninha, gavetas com planilhas, listas e arquivos. Compradores, fornecedores e todos os negócios que o dono daquele lugar fazia. Fotografei o nome dos compradores e fornecedores. Sentei-me à mesa e escrevi uma carta (Com uma caligrafia ficcional obviamente).

ESPERO QUE CONTINUEM COM OS NEGOCIOS.

VENDER ARMAS É UM RAMO BEM LUCRATIVO POR AQUI.

E NÃO SE SINTAM LESADOS, APENAS BATI EM ALGUNS CAPANGAS. A CIDADE MANDA LEMBRANÇAS!

GOTHAM.

Deixei a carta sobre a escrivaninha. Saí pelo mesmo lugar que entrei, fechei a porta que dava ao telhado e desci utilizando a corda. Dei um jeito de recupera-la a impulsionando para o lado sem barreira.

Estava sentindo o poder que tinha nas mãos.

Antes de voltar à mansão passei pela porta de um comissário de policia, o mais falado dos últimos tempos, e deixei as fotos com uma cartinha que havia preparado antes de invadir a fabrica.

EU LHE DOU AS ARMAS, O QUE VOCÊ ME DÁ EM TROCA? PARECE QUE AS COISAS ANDAM AGITADAS POR AQUI, NÃO É SENHOR GORDON?

NÃO PERCA TEMPO PARA AVERIGUAR VERACIDADE, CONFIE E FAÇA SEU TRABALHO.

GOTHAM.

Quando cheguei só fiz tomar um banho e dormir. Alfred, como sempre atencioso, preparou rapidamente tudo para mim. Abriu a porta e me fez o favor de organizar os equipamentos que tinha trazido. 

Bruce e Jack (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora