Capítulo VIII

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Agouros e agouros. Agora sou procurado por invadir local privado. Talvez de roubo, mas o Otto não deu parte a policia dos papeis que levei.

Ando pela calçada, pichações nas paredes. Um garotinho as está fazendo. "Quem é esse morcego, garotinho?" "É o Batman, moço, ele defende nós".

As coisas estavam ficando quentes. O mercado ilegal estava fraco. Ninguém queria que o morcego desse a mostra de suas fontes de lucro. Pelo que descobri estão fazendo um complô.

Cobblepot esta sendo investigado pela policia, seus compradores também (aqueles dos papeis que depois eu entreguei na policia).

Nesses meios as coisas estão calmas. Tudo indo bem. Tão logo na empresa veio uma leva de funcionários novos. Cada um apresentando suas ideias. Homens, mulheres, jovens. Um promissor. Napier. Magro, pálido, olhos verdes rápidos na direção dos que estavam na reunião. Cabelos penteados para o lado, bem juvenil. Falava e dava pausas para ver a reação das pessoas.

Quando a reunião acabou foi ter comigo, acho que deu conta que eu sou Bruce. — O senhor é o... Senhor Wayne não é?

     — Sim, Napier, Esse o seu nome?!

     — Pode me chamar de Jack, me sinto muito feliz por fazer parte de sua empresa. Será que podemos discutir sobre os negócios no almoço, tenho ideias sobre a expansão de filiais em outros lugares, se não for muito...

     — Claro que podemos Jack! Não se preocupe, estou livre no almoço.

     — Então nós...

     — Onde quiser, pode ser no Tony's aqui mesmo no centro.

     — Ah! Obrigado.

Era meio desengonçado, gostei disso nele. Bem sincero. Quando chegamos ao Tony's pedimos pizza, ele achou que eu era do tipo que comia coisas caras e refinadas. Não pode comer coisas refinadas quando se cresce ao lado de Alfred, pedia sempre para ele me fazer lanches e comidas mais gostosas. Refinamento só me era preciso para mascarar. Impressionar aqueles que eu precisava enganar. Mas vejo verdade em Jack.

Ele me falou sobre expandir as indústrias para a França. Falou sobre outros lugares. Contou que estava nervoso, deixando os papeis cair, com medo de não conseguir sucesso no trabalho. As roupas justas e apresentáveis, nele, ficavam folgadas e assanhadas. Eu gostava de ver os lábios dele em sintonia com os olhos. Lábios com um tom avermelhado em contraste com a pele pálida.

     — O que você acha da cidade, senhor Wayne?

     — É um lugar difícil, mas é onde fui acolhido, algumas pessoas tentam viver e outros tentam roubar-lhes a vida. Mas existem muitas coisas boas para quem sabe aproveitar. Bruce, por favor.

     — Entendo... — Seus olhos estavam sonhadores, em direção à mesa, estava refletindo algo.

     — Eu vim para cá a trabalho, ainda não conheço muito. Mas gostei bastante de te conhecer... Bruce!

     — Eu digo o mesmo a você, se quiser podemos nos encontrar mais. Qualquer dia. — Eu estava tomado de admiração. Há muito não conversava com alguém assim, alguém da minha idade. Alguém que queria conversar comigo, não pela minha condição financeira ou fama, mas apenas por conversar.

À noite contei a Alfred sobre o dia. Tenho a mania de contar as coisas enquanto faço outras. Consertava algumas ferramentas, verificava outras. E Alfred escutava eu falar sobre Jack. "Jovem promissor, patrão Bruce?" "Sim Alfred, Muito educado e tímido." Falamos e falamos.

Bruce e Jack (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora