O que um Ômega pode fazer?

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Cenas fortes vindo aí, esteja avisado.

* * * * *

Pela primeira vez o sorriso deixou os lábios de Hidan, dando-lhe um aspecto ameaçador como em nenhum momento até agora. Kiba engoliu em seco, preocupado com a segurança de sua família mais do que nunca.

— Você acha que estamos brincando, Ômega? — perguntou em um tom baixo — Deidara, suba e mate o garoto.

— Não! — Kiba caiu de joelhos, sem se preocupar com os cacos da garrafinha de cerveja que fizeram pequenos e doloridos cortes em seus joelhos, lutando contra o pânico e controlando a energia Ômega quase ao custo da sanidade. A voz soou baixinha, mas claramente audível — Não, por favor! Eu juro, não tem dinheiro! Não tem cofre, nossas economias estão todas no banco! Não machuca meus filhos!

Deidara hesitou, trocando olhares com Hidan, como se esperasse confirmação do próximo passo. O Alpha também hesitou. Nem o melhor ator do mundo conseguiria fingir aquela gústia na voz do Ômega, ou o pavor que ele continha a duras penas e evitava de se espalhar pela sala, numa tentativa de proteger o sono da menina.

— O que aconteceu com o dinheiro das patentes? — perguntou com calma, ponderando o que fazer.

— A gente abateu as hipotecas! — Kiba explicou depressa olhando de um para o outro daqueles três shifters — Pagou as contas, o resto depositou no banco.

— Maldito Kabuto, passou informação incompleta — Deidara falou baixo, olhando a menina em seus braços. Kiba estremeceu, aquele era o nome de um dos colegas de trabalho de Shino.

Hidan praguejou baixo, logo recalculando todo o plano.

— Sasori, pegue os cartões e vá ao banco, retire todo o dinheiro que puder — Então virou para o Ômega — Senhas?

— Zero nove zero um — Kiba nem hesitou. Eram as datas de aniversário dos filhos: dia nove para Masako, nascida em abril. Dia primeiro para Kaoru, este pequenino tendo chegado em agosto.

Sasori, o Beta ruivo, olhou ao redor, encontrando sem dificuldades uma carteira sobre a estante, assim como as chaves do carro. Em silêncio abriu a carteira e retirou dois cartões, um que servia de crédito e outro apenas de débito, ambos de bancos diferentes. Saiu sem grandes alardes, indo cumprir a ordem recebida.

Um silêncio pesado caiu na sala. Deidara começou a balançar Masako, ninando-a ao perceber que a menina se remexia meio inquieta. Hidan foi sentar-se no sofá, acomodando-se com um suspiro.

— O valor que Sasori trouxer vai comprar a sua morte — disse por fim — Se for pouco, cobrarei juros altos. Se tiver um saldo considerável, prometo uma morte rápida. Agora vamos negociar a vida dos filhotes...

Kiba ficou pálido. Tentou engolir saliva, mas não conseguiu. Sua boca ficou seca, o coração bateu forte, até a audição se afetou, por instantes foi como se a sala estivesse no mais perfeito silêncio, nem a risadinha cruel do Alpha conseguiu chegar-lhe a mente. Quietude que logo se dissipou.

— São apenas crianças... — sussurrou tentando ganhar simpatia. O que via naqueles programas baseados em fatos reais? Deveria fazer os criminosos sentirem empatia, perceberem que suas vítimas são humanas e não objetos — São inocentes!

Hidan riu um pouco mais, adorando a cena.

— Sim, são. Então compre a segurança delas — abriu os braços em um gesto expressivo — O que um Ômega como você faria pra me deixar feliz? Enquanto o tempo passa, posso ficar entediado...

Foi a vez de Deidara rir.

— Ops — o Beta fingiu sentir muito quando Masako murmurou algo no sono. Volta e meio resquícios do que se passava chegavam até ela perceptíveis, embora fracos demais para acordar a menina.

O seu pior pesadelo (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora