"Parecia que ainda tínhamos dez anos..."
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Andando em passos lentos em direção á lanchonete, respiro fundo. O que poderia dar errado? Escolhemos um lugar movimentado em horário de pico, se algo der errado todo mundo estará vendo.
E se eu voltar para casa e dizer que tive problemas e não pude comparecer? Seria muita mancada? Sim, com certeza seria faz dois meses que estamos tentando arrumar espaço na agenda, para este encontro.
Me viro pronta para voltar em casa, mas uma voz calma me para.
— Pensando em desistir? — sinto um arrepio subir na minha espinha e uma sensação bizarra dominar minha barriga.
— Ah não! Claro que não, só... fui pegar o colar que caiu — aponto para o chão me abaixando para joga-lo na superfície e pega-lo novamente — Viu? Era só o colar — sinto uma imensa vontade de rir e me seguro.
Finalmente encaro a pessoa a minha frente. Ele não havia mudado quase nada, a idade apenas o deixou mais bonito, a sensação na barriga aumenta e sorrio.
— O tempo só te deixou mais bonito — digo colocando o colar.
Merda! Nenhuma garota elogia um cara, ele deve me achar tão estranha.
— Quer ajuda? — aceno com a cabeça e entrego o colar — Não sei como te elogiar, você sempre foi perfeita. Nenhuma palavra é o suficiente.
Sinto seus dedos roçarem em meu pescoço e automaticamente meu coração se aquece.
— Obrigada — digo timidamente.
— Disponha, então vamos entrar?
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— O casal já sabe o que vai querer? — a moça ao meu lado pergunta com um pequeno sorriso.
— Não somos um casal — digo coçando a nuca timidamente.
— Ainda — meu olhar encontra seus olhos e ficamos nos encarando por alguns segundos — Você sabe que é verdade — um sorriso ladino brinca em seus lábios.
— Vou querer um milkshake de morango, um x-salada e uma porção média de batatas fritas — digo encarando o cardápio e fingindo que ele não disse isso.
— No meu pedido só altere o lanche, quero um x-bacon.
— Em breve o lanche de vocês estarão prontos, e me desculpem por ter pensado errado — acompanho com o olhar a moça sair e me viro para Hugo.
— Como vai à vida futuro namorado? — digo com deboche escorrendo pelos lábios, arrancando uma risada dele.
— Agitada, ser arquiteto não é fácil. Mas consegui um tempo para ver a minha futura esposa — ele morde os lábios e reviro os olhos.
— Você já está exagerando — digo brincado com minhas pulseiras.
— A ideia é boa.
— Mudando de assunto, vai ficar por aqui? Tipo, na região — me encosto no banco e encaro o teto.
— Sim, consegui um emprego nessa região. Meu apartamento é a duas quadras daqui — arregalo os olhos.
— Minha casa é a três quadras! — o choque traspassa o seu rosto para se tornar um sorriso malicioso.
— Vamos nos ver bastante, pelo jeito — ele apoia seu queixo na mão e olha cada traço de meu rosto — Sabia que você é incrível?
— Você também é — repito o gesto do mesmo, fazendo nossos rostos ficarem separados por alguns centímetros.
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Cartas para um amor de infância
Krótkie OpowiadaniaLIVRO CONTO. Durante a infância Gabriela teve uma paixão platônica, mas que nunca passou disso. O grande problema é que esse sentimento mudou completamente o seu mundo e o jeito das pessoas pensarem sobre ela. Um dia a sua psicologa lhe orienta...