Vá se ferrar Alec

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Já era mais de dez horas quando chegamos no local designado. Segundo uma mensagem no celular de Lorena, a festa aconteceria naquele lugar e eu não sabia se ficava assustada ou aterrorizada quando vi que lá estava repleto de jovens em vários estágios de embriaguez. 
Alguns estavam conversando do lado de fora do jardim e também tinha alguns casais se beijando. Eu diria nem beijando, se molestando era a palavra que encaixava perfeitamente.

— Está bombando,  olha essa decoração. As meninas arrasaram. — Assenti sem saber ao certo de quem ela falava.

Lorena andava em vários círculos de amigos, desde os mais populares aos mais estudiosos. Ela se dava bem com todos, mas eu sabia que os que ela se dava melhor eram os populares, muito diferente de mim que não me dava bem com ninguém. 
Um: pela minha timidez
Dois: segundo muitos, pela minha arrogância. O que Lorena tentava disfarçar dizendo ser inteligência excessiva.
Aquele desculpa não convencia nem a mim e nem ao pessoal. Todos sabiam que eu era arrogante mesmo.

— Não vamos demorar muito não é? — Perguntei apavorada pensando na hipótese de ficarmos aqui a noite toda. 

— O tempo necessário para você se enturmar e ver que essas pessoas  não são tão ruins como você pensa Liz. 

— Duvido muito que minha opinião mude.  

Ela ignorou o que eu disse pegando meu braço e me arrastando para dentro de uma sala lotada.
Dentro dela cabiam umas cinquenta pessoas confortavelmente, mas a minha impressão era de que havia  muito mais dado o monte de pessoas apinhadas muito perto uma das outras.
Uma música terrivelmente alta e sem letra tocava  em um volume inadmissível e eu já previa um vizinho chamando a polícia devido a inconveniência de um bando de jovens.
De uma coisa eu tinha certeza: eu não ia aguentar ficar ali por muito tempo.

— Olha quem está ali Liz, Henrique Nogueira. — Lorena me chamou atenção para o garoto atraente de sorriso bonito no alto da escada conversando com Pedro.

Ele realmente era algo muito bonito de se olhar. Com suas roupas estilosas que consistiam em uma bermuda jeans que chegava aos seus joelhos, uma blusa azul que combinava perfeitamente com seu tom de pele escuro e um sorriso que era capaz de me deixar de pernas bambas, Henrique era o sonho de todas as meninas.
Eu não sabia dizer por que as meninas insistiam em Alec quando tinha Henrique por perto.
Além de ser bonito, o garoto tinha notas boas na escola e segundo boatos havia conseguido uma nota alta no vestibular para entrar em uma ótima faculdade pública. 
Enquanto que Alec não sabia nem se iria passar de ano. As garotas realmente tinham que se dar conta de que beleza não vinha antes de um bom papo e ambos Henrique Nogueira possuía, enquanto que Alec Durand não sabia conversar com ninguém sem que envolvesse ofensas.

— Que tal se fôssemos falar com ele? — Lorena cochichou em meu ouvido.

A ideia era boa, mas ao ver com quem chegava perto deles mudei de ideia.
Henrique estava frente a frente com Alec que bebia direto do gargalo uma cerveja. Em dois goles ele a terminou e saiu de onde estava para pegar outra.
Aquele seria o momento perfeito para falar com Henrique, mas eu não iria arriscar de pagar mico na frente de Henrique ou pior correndo risco de Alec chegar na surdina e presenciar a minha imensa vergonha.  
Desde o incidente com o carro e as palavras ofensivas dele, eu o estava evitando. Fazia aquilo não por medo, mas porque eu ainda não havia encontrado ainda algo que eu pudesse me vingar.

— Prefiro ficar aqui. 

— Eu disse que você o acha bonitinho, quem sabe conversando com ele possa vir a algo mais.

— O risco que corro é de pagar um gorila na frente dele.

— O que poderia acontecer em uma conversa? — Ela perguntou confusa.

Namorados por contrato (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora