Capítulo 12

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Anne

Eu ainda não acredito que o Luan pediu para a mãe dele fazer o nosso jantar, devo estar a uns 5 minutos rindo desde que a gente chegou, eu tô tentando me controlar porque o coitado da vermelho de tanta vergonha e um pouquinho de raiva também

-Sua risada é linda Anne, mas já tá bom né?-ele fiz coçando a nuca eu paro de rir envergonhada pelo o que ele disse da minha risada- Então err, vamo lá para a cozinha eu tenho que esquentar as comidas, e se não for pedir muito para não perdemos o nosso jantar será que tinha como colocar a lasanha no forno? Ela já tá montada-diz e assinto lambendo os beiços, amo lasanha

Coloco ela no forno, e ele coloca alguma coisa no microondas, acho que é arroz, ele suspira abre a boca para falar alguma coisa mais nada sai, vai em direção a geladeira pega o vinho e coloca em cima da mesa que já está com os pratos, os talheres e as taças só aí percebo que dele está acedendo as duas velas que estavam ali dando um clima mais romântico, o microondas apita avisando que o tempo já acabou ele vai tirar, mais é tão jumento que tira sem um pano de prato queimando a mão e derrubando o arroz no chão

-Ai porra- resmunga- Isso tava quente-vai para a pia e liga torneira para a água amenizar o ardor

-Onde fica a vassoura?- pergunto, por sorte não estava em um recipiente de vidro

-Não precisa Anne, eu limpo isso-diz e depois remunga um aí, lhe lanço um olhar mortal e ele me diz finalmente onde fica, vou até a área de serviço e pedo a vassoura e uma pá, volto para a cozinha e não vejo ele, limpo tudo, pego umas luvas térmicas que tinha ali e tiro a lasanha do forno e coloco em cima da mesa

E vou procurar ele, subo as escadas escutando resmungos, vejo a porta a minha esquerda está com a luz acesa, penso em bater mais ela está aberta é o banheiro então vejo, o Luan tentando pegar a caixa de primeiros socorros, mas fica resmungando quando tenta abrir e acaba magoando a sua mão

-Não seria mais fácil me pedir ajuda-digo e ele acaba se assustando e derrubando a caixa no pé

-Caralho Anne, não precisava chegar de surpresa né- resmunga e começo a rir, e ele também-Estraguei nosso jantar né-pergunta meio decepcionado

-Relaxa tá tudo bem, só que eu não imaginava que um cara com quase quarenta anos fosse tão desastrado-digo entrando no banheiro e pegando a pomada na mão dele

-Ei, eu não estou nem perto dos quarenta ainda- resmunga fazendo um bico

-Seus fios de cabelo branco não dizem isso-falo e ele me empurrar com certa delicadeza e começa a olhar o cabelo desesperado, não aguento e começo a rir

-Você acha engraçado isso Santini?- pergunta sério, se vira para mim e de repente começa a me  encher de cosquinhas-Ai- resmunga depois de um tempo eu suspiro tentando normalizar minha respiração e dou dois tapas no ombro de dele-Ai porra, eu tô aqui com as mãos queimadas e tu me agredindo-ele é pior que criança misericórdia, reviro os olhos

-Deixa de drama Lulu, nem tá tão queimada assim, agora aqui tá o cu aí e me deixa enfaixar tua mão-falo irritada e ele senta na privada que tá fechada e bufa

Enfaixo, organizo as coisas e a gente vai jantar, ele começa a puxar assuntos aleatórios, até que eu estou me divertindo

-Fala para a sua mãe que a lasanha estava ótima- digo quando estava organizando a mesa, ele estava me ajudando como podia, já que não deixei ele pegar nada que tivesse vidro, vai que ele derrubasse e do jeito que é desmantelado iria se cortar

Depois de tudo limpo, ele pega a garrafa de vinho, que a gente acabou nem tomando, pois jantamos com suco, eu pego as taças e vamos para a sala, faz tempo que eu né livrei dos saltos e ele do sapato dele, nos sentamos no tapete que havia ali no chão, quando um apagão acontece

-Vou ver o que foi-ele diz me entrega o vinho, ele levanta e liga para alguém, eu pego abridor e tiro a rosca da garrafa, a lareira ali estava acesa desde que chegamos hoje tá frio, desde que chegamos eu me arrependo por não ter vindo com um sobretudo, mas enfim a lareira serve também-Houve uma queda de energia nessa parte da região por causa da chuva e está dando muitos relâmpagos-assinto, ele se senta

Pega o vinho e coloca na taça dele e depois na minha e coloca no meio da gente

-Tá frio ou é só impressão minha?-pergunto com a intensão de que ele sinta pena de mim e pegue um cobertor

-Tá frio mesmo, vou lá em cima pegar uma coberta para a gente- ele fala se levantando e eu assinto sorrindo, estou ali bebericando meu vinho quando ele chega, retiro a taça do meio, ele se senta e cobrimos nossas pernas, coloco o vinho no mesmo lugar, e resolvo tomar coragem para falar sobre o beijo de hoje

-Precisamos conversar-acabamos falando ao mesmo tempo e sorrimos

-Você primeiro-ele diz apontando para mim e bebendo seu vinho

-É que... Eu acho que isso não vai dar certo-travo um pouco mais falo, ele fica sério

-Eu tenho para mim que vai dar certo e muito aliás- diz sincero, eu olho para lareira para não precisar encara-lo- Eu gosto de você Anne, pode parecer cedo, mais desde aquele dia da balada, eu não consigo pensar em outra mulher, em ficar com outra mulher, você é a dona dos meus pensamentos mais puros, e claro, dos mais impuros também- lhe olho surpresa

-Eu não sou como as mulheres que...-ele me interrompe

-Nem termine essa fala Santini- abaixo o olhar, ele ergue meu queixo com um de seus dedos, me fazendo encara-lo- Me da uma chance Anne, quem sabe até duas, vai que eu faça marda na primeira- rimos- Eu quero essas chances para te mostrar que posso te fazer feliz, você me deixa te fazer feliz?

Continua...

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