ele não é tão ruim assim

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enquanto Johnny caminhava pelos arredores daquela enorme faculdade só pensava em como escapar dali, ele amava música e tudo que lhe envolve, mas atualmente estava insuportável viver com seres humanos, na real...

estava insuportável viver.

...

o baixinho buscava um livro na biblioteca quando o americano aparece e esbarra nele sem querer, este que não parecia nem um pouco feliz em estar ali. o livro cai e junto o óculos do tailandês também cai, fazendo com que quebrasse um pouco.

— oh, desculpe, atrapalhei seu caminho — o menor se desculpa fazendo o típico gesto coreano, abaixando a cabeça, já o mais velho se abaixa e pega o livro dele e o óculos.

o dos cabelos claros como um dia tranquilo mostra um sorriso sem muita animação, algo simples — aqui. e...meu número junto — johnny era chato, implicava com a faculdade quase toda, mas nunca conseguiu ser grosso com o tailandês e nem sabia exatamente o motivo disso — eu vou te pagar um óculos novo, me chame mais tarde, ok?

sem deixar o de cabelo escuro responder Johnny apenas se afasta e volta a colocar as mãos no bolso do casaco, coisa comum dele e de inúmeros personagens chatos de séries americanas.

enquanto chittaphon tentava entender o que aconteceu apenas suspirou e agradeceu em alto e bom som, fazendo com que a professora dona da biblioteca fizesse o típico "shh" com o dedo indicador entre os lábios, chamando assim a atenção do tailandês e o fizesse sair da biblioteca em passos largos, odiava ser chamado atenção, então preferia ficar longe.

...

o alarme para seu remédio de ansiedade tocava, johnny levantava da cadeira e ia em busca de água para tomá-lo, não ligando para o professor o chamando. enquanto caminhava para fora da sala via o moreno tailandês sentado no banco da pequena praça que sua faculdade tinha.

notou que ele estava quieto e olhando o celular, como se pensasse em algo — então, vai me chamar quando? — o americano diz se curvando ao lado de chitta e o fazendo tomar um susto, quase deixando o celular cair — se caísse eu teria que pagar também? hm, provavelmente, né?

ele se senta ao lado do garoto que ainda estava se recuperando do susto — você quase me matou! — deu um leve tapa no mais velho, mas logo pediu desculpas inúmeras vezes por não ser fã de bater nos outros — não me bata! — se retraiu

johnny nunca levantou a mão para o garoto, mas entendia ele ter esse medo todo, ou achava entender — não vou te bater, bobão. desculpe o susto, tá? enfim, já conversei com minha oftalmo e ela disse que vai te atender amanhã, ok? te darei o endereço depois que você me chamar no kakao, enfim, estou indo.

mais uma vez ele se afasta e mal deixa voz para Chittaphon, acaba até deixando de tomar seu remédio.

...

o moreno estava em casa agora, já se passaram uma hora desde que retornou aos seus aposentos e nada de mandar mensagem para o Suh, estava inseguro quanto a isso, então ficou com medo de chamá-lo, mas depois de ver desenho e reunir forças com as pôneis de My Little Pony ele manda mensagem, mensagem essa que foi respondida rapidamente, imaginou que Suh não tivesse muito o que fazer, só pode.

em resposta ao seu simples “Oi, aqui é o Chittaphon”, o moreno recebe de volta um “imaginava, bem, de qualquer forma Oi, aqui é o Johnny que quebrou seu óculos”

Isso fez o baixinho dar uma pequena risada, faz um mês que conheceu o americano e essa fora a primeira vez que ele o fez rir “achava que você era chato e implicante, mas me fez rir, obrigado!”

de volta recebeu uma figurinha de um gato mandando corações. Johnny tinha esse tipo de figurinha? Que diferente!

segundos depois uma mensagem em áudio chega e nela Johnny diz o endereço de sua oftalmo, até se oferece a ir com o mais novo, este que aceita já que estava com medo do local novo. os dois marcam esse encontro e depois, do nada, começam a conversar um pouco, chittaphon se viu conversando até a madrugada com o loirinho, e descobriu que ele é bem agradável.

em meio a essas conversas o tailandês sem querer ouviu alguém no fundo de um dos mil áudios de John um “tome logo esse remédio e suma”

chitta até ouviu novamente o áudio e de novo teve a mesma reação de medo, tristeza e preocupação, não imaginava ficar preocupado com o mais velho, mas ali estava. preferiu não conversar agora, então tentaria falar com ele pessoalmente sobre isso, pois mil perguntas rodeavam sua cabeça, tais como: remédio para quê? quem estava falando aquilo? por que tomar remédio? se bem que essa terceira poderia ser respondida com a resposta da primeira pergunta muito provavelmente.

umas duas da manhã eles se despediram e foram dormir, Chitta ainda estava curioso e mais ainda incrédulo de ter ido dormir tarde assim, odiava isso, mas ainda assim apagou bem rápido logo depois de pensar nisso e em Johnny...sim, ficou pensando no seu colega de faculdade.

diferente, não é comum isso, nunca foi.

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