Seu hálito se encolheu na garganta quando Damian passou por você rapidamente no salão. Você se odiava pelos sentimentos que nutria por ele. Ele era seu melhor amigo, e você tinha certeza de que ele o via como nada mais. No entanto, você não podia impedir seu coração de correr cada vez que estava perto dele, ou a estranha tontura que o afligia na presença dele.
Você suspirou levemente e continuou seu caminho lá embaixo, um livro em mãos. Você chegou à sala, descobrindo que a lareira estava acesa, lançando um brilho laranja quente sobre a sala.
O pitter-patter da chuva lá fora acalmou, e se fundiu agradavelmente com o fogo crepitante.
Você se acomodou no final de um dos longos sofás verdes da floresta que rodeavam a mesa de café em mogno escuro, aninhando-se bem no canto onde as almofadas encontravam os apoios de braço, enrolando-se e inclinando-se para as almofadas de trás. Você abriu seu livro e começou a ler, logo ficando encantado com a história.
Você estava lendo confortavelmente há cerca de meia hora quando sentiu as almofadas afundarem ao seu lado e viu uma figura de cima do topo de seu livro. Relutantemente, você olhou do pager para cima para ver Damian sentado de pernas cruzadas na sua frente, esperando que você o notasse.
"Oi, Damian", você o cumprimentou agradavelmente, dando um pequeno sorriso e permitindo que o livro descansasse de joelhos, tentando ignorar seu coração acelerado e o rubor subindo até suas bochechas.
"Olá, (S/N)", ele voltou, encostado de costas em suas mãos. "Estou entediado". O que você está lendo?"
"Chama-se Austerlitz, é muito bom", você respondeu, pegando o livro e mostrando-lhe a capa.
"Parece interessante", comentou ele, obviamente ainda entediado. "Quer assistir a um filme? Eu diria que poderíamos sair para os jardins e procurar pássaros, mas Alfred não me deixa sair com este tempo".
Você acenou, sorrindo um pouco. "Isso parece divertido! O que devemos assistir?"
"Grayson me mostrou um filme, mas não consigo me lembrar do título. É aquele sobre o kaiju que vem do portal no mar. Aquele de que gozamos no teatro?" Damian arranhou o nariz para cima, tentando lembrar o nome do filme.
"Oh! A Orla do Pacífico? Essa soa bem! Será que Dick nos emprestará, no entanto?" Você picava a cabeça de lado e sulcava a testa.
"Quem disse que ele tem que nos emprestar?" Damian perguntou com um sorriso malicioso.
Você riu em resposta, cobrindo sua boca com a mão enquanto ria. Você podia sentir seu rosto aquecendo e aquela maldita vertigem borbulhando naquele sorriso estúpido.
"Vamos lá", ele disse, agarrando sua mão e tirando você do sofá.
Seu rubor se intensificou no contato, e você não podia deixar de notar como a mão dele estava quente na sua, e como a pele dele era áspera e calosa, mas o toque dele ainda era suave.
Ele o conduziu pelas escadas pela mão e através dos longos corredores do casarão, seus pés caem suavemente contra o chão escuro de madeira dura. Você chegou à porta do quarto de Dick e Damian o empurrou silenciosamente antes de rachar a porta para ver se alguém estava lá dentro.
Para sua sorte, ela estava vazia.
Damian deu a volta e começou a lhe dar instruções sobre o que fazer se Dick aparecesse. "Distraia-o". Digamos que você estava tentando encontrá-lo e...". Damian fez uma pausa de um minuto, mordendo seu lábio em pensamento.