Capítulo 12

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"Vamos!" Clay diz rindo, puxando a manga de George.

"Por que estamos de volta à escola?" George reclama, mas está sorrindo e permite que Clay o arraste pela calçada em direção ao campo de futebol.

Já se passou uma semana desde a última vez que Clay viu George, menos alguns breves segundos nos corredores; mesmo assim, nunca foi mais do que uns segundos. Já se passou uma semana desde que o beijei, o subconsciente de Clay o lembra.

Quando estava dirigindo para buscar George, ele ficou com medo de que as coisas ficassem estranhas. Ele pensou que eles poderiam ter mudado depois de tudo; que as provocações gentis e as conversas sem esforço terminariam agora que ele e George eram... o que quer que fossem. Ele ficou agradavelmente surpreso quando George sentou no banco do passageiro e o cumprimentou com um beijo, seguido por George imediatamente trocando a música que tocava na rádio.
 
Clay conduz George pelo campo de futebol, que felizmente está vazio. Ele não solta a manga de George até que estejam perto dos bancos do lado oposto do campo. Ele se vira e encara George, que parece um pouco perdido.

Ele estende a mão, "Eu sou Clay..." diz ele.

"Eu sei idiota."

"Isso não foi legal." Clay finge fazer beicinho.

"O que você está fazendo?" George pergunta.

"A primeira vez que você me viu neste campo, você se sentiu como se não existisse. Eu quero tentar de novo," Clay diz, sua mão ainda estendida para George. "agora eu vejo você, e quero consertar as coisas."

George está corado agora e não consegue parar de sorrir quando pega a mão de Clay e a aperta.

"Eu sou George."

"Não sou muito bom com palavras, então vou ser breve. Eu realmente gosto de você George, e quero levá-lo a um encontro, se quiser." Clay diz, suas palavras foram saindo de sua boca antes que ele realmente tenha tempo para pensar sobre tudo o que está dizendo.

"Eu adoraria." diz George sorrindo, e desta vez, quando ele pega a mão de Clay, ele não a solta.

-

"Sua irmã não parecia assim quando a conheci." diz George em resposta a mais histórias de infância de quando Clay e Hailey costumavam se odiar. Era como se eles tivessem prometido passar todo o tempo tentando machucar um ao outro, e na maioria das vezes funcionava.

"Agora ela está confiando em mim um pouco mais." diz Clay. "Uma vez ela me bateu na cabeça com uma bola de croquet¹."

"De propósito?"

"Surpreendentemente não." Clay diz, o que faz George rir.

"Foi durante as olimpíadas." explica ele. "Havíamos passado a tarde assistindo a montagens de tiro e queríamos experimentar nós mesmos. Estávamos realmente nos dando bem naquele dia. Eu nem quero pensar sobre o que poderia ter acontecido se ela realmente estivesse com raiva de mim."

"Você teria outra cicatriz como essa." diz George, traçando uma cicatriz em forma de meia-lua em sua mandíbula desde o momento em que Hailey jogou gelo nele, mas acabou sendo uma pedra. Ele ainda não tem certeza se foi um acidente ou se ela sabia que era uma pedra quando a pegou e decidiu jogá-la de qualquer maneira.

"Quer saber como consegui essas cicatrizes?" Clay diz com um sotaque terrível, fazendo George ter outro ataque de riso.

"Deus, você deve ter tido uma infância agitada."

"Acho que de algum modo pode-se dizer que sim." diz Clay, lembrando-se da outra vez em que empurrou Hailey colina abaixo em sua velha carroça e ela quase tombou.

"E você?" Clay pergunta. "Você não tem irmãos, certo?"

"Não, mas tenho muitos primos. Não os vejo frequentemente hoje em dia, mas quando eu era criança quase sempre havia algum membro da família 'morando' na minha casa."

"Isso é bom, pelo menos você tinha alguém com quem passar o tempo."

"Sim, embora nenhum deles jamais tenha planejado meu assassinato."

"Eu acho que Hailey pode estar brincando sobre isso, mas eu nunca posso deixar de duvidar." Clay diz, rindo da memória.

Ele e Hailey nunca concordaram em nada, até Clay ter 8 anos e Hailey 5 e seu pai mostrar a eles seu primeiro jogo de futebol. Foi o tempo mais longo que eles ficaram sem lutar e, no final daquela temporada de futebol, eles se tornaram quase amigos. Certamente não houve mais brigas na cozinha por causa de uma caixa de Cheez-It².

O futebol havia aproximado ele e sua irmã, e de certa forma, seu pai tinha feito isso. Ele estaria mentindo se dissesse que não percebeu como raramente seu pai está em casa agora. Ele nem assistia mais aos jogos de domingo à noite com eles e, em vez disso, ia ao Buffalo Wild Wings e assistia ao jogo lá com seus amigos de trabalho.

Clay não se importava; seu pai tinha o hábito de ficar com raiva de jogos, algo que Clay sempre odiou. Ele não entendia e sabia que a gritaria assustava Hailey. Ele estava perfeitamente satisfeito em assistir Sunday Night Football³ com Hailey, torcendo a cada touchdown e jogando pipoca um no outro.

"Você está bem?" George pergunta, percebendo como Clay ficou quieto, perdido em pensamentos.

"Sim. Não é nada."

"Tem certeza?" George pergunta. "Você sabe que pode falar comigo hm?"

"Bem... O motivo pelo qual Hailey e eu paramos de brigar e nos tornamos amigos foi porque meu pai nos mostrou um jogo de futebol. E ele... ele não está mais muito presente."

George pega a mão de Clay. "Eu sinto muito."

"Está bem. Ele não vai estragar o futebol para mim. Ele não pode estragar nada." Clay diz, sorrindo fracamente. Ele quer tanto acreditar, mas não tem certeza se é verdade.

George abandona o assunto, mas continua segurando a mão de Clay até depois que eles pagam a conta e voltam para o carro de Clay.

O caminho de volta para a casa de George é cheio de risos. Clay compartilha outra experiência de quase morte e George conta a ele sobre a vez em que seu primo de 9 anos roubou fogos de artifício de seu vizinho. Enquanto Clay entra na garagem, ele olha para George e sorri.

"Antes de ir, preciso te perguntar uma coisa."

"Ok," diz Clay. "estou ouvindo."

"Você quer namorar comigo? Porque eu realmente quero que você seja meu namorado." diz George com um sorriso tímido.

"Eu quero ser seu namorado também." Clay diz, rindo. Ele se inclina sobre o assento e beija George com firmeza, seus lábios parecem familiares. Clay não consegue deixar de sentir que é aqui que ele deveria estar.

Quando eles se separam, os dois meninos estão sorrindo.

"Eu me diverti hoje." diz George.

"Eu também. Faremos isso de novo em breve, ok?"

"Ok."

Antes de George sair, ele beija Clay novamente, demorando por um momento antes de sair do carro e acenar enquanto Clay se afasta, com as bochechas coradas e o coração cheio de amor.

From Scratch | DreamnotfoundOnde histórias criam vida. Descubra agora