Error e Ink one-shots!

Vermelho como sangue (parte 1)

(Não é uma one-shot, pois tem mais capítulos, mas ainda é Errorink...  Ent... aproveitem! :3)

Uma noite inesquecível... Bem, não tanto.

A tela branca estava começando a incomodar o artista, assim como o banco da madeira onde estava sentado pelas últimas três horas, ele solta um suspiro de cansaço e se espreguiça. Talvez eu deva parar e tentar novamente amanhã... Ele balança a cabeça em frustração, se auto recriminando por seus pensamentos desistentes, isso não levaria a nada.

A paleta de cores e as tintas esperam pacientemente pela criatividade do artista, mas o mesmo apenas continua sem ideias pelos quinze minutos seguintes. Talvez dê para enviar uma mensagem para o museu e pedir para adiarem a exposição? Não, eles não vão adiar por uma segunda vez. Eu vou ter que me virar. O desespero borbulha em sua mente. Como ele faria uma obra original para o sábado se amanhã já era quinta e ele ainda nem sabe o que pintar?

Quando a luz amarelada que atravessava sua janela chega ao seu fim e a noite cai sobre ele a angústia o domina. Mon Dieu, est-il déjà si tard? Ele se pergunta. Desistindo ele se levanta de seu banco apenas para cambalear com a dor latente em sua perna.

Ele olha para baixo e se depara com a perna direita, enfaixada e ainda torcida, e o motivo de ter adiado sua exposição pela primeira vez.

A lembrança de um par de olhos vermelhos como sangue e brilhantes como o luar vem a sua mente junto com o registro de uma voz profunda e aveludada. Um arrepio passa por seu corpo enquanto seu rosto fica quente.

Ele avia passado os últimos dois dias tentando lembrar dessa noite confusa e da possível pessoa envolvida nela. E se sente tão idiota por ter esquecido dela por algum motivo.

Ele estava voltando da vila vizinha pela Forêt d'ombre, a Floresta Sombria, e ele se lembra da lua cheia e azulada, da brisa fria de outono e de ter ouvido um som estranho. Depois disso sua única lembrança foi de acordar em sua cama com a perna torcida na manhã seguinte. Ele surpreendentemente não ficou mais do que curioso sobre a noite e não sentiu necessidade de comentar dela com ninguém. 

Mas o fato de que o caminho até lá foi totalmente perdido, ainda rondava seus pensamentos, assim como os olhos magníficos e a voz sedutora que ficaram em sua mente. E que sedutora... Se existisse alguém com essa voz eu nem pensaria antes de..

Corando ele se debateu por imaginar coisas indecentes com sua possível alucinação. Ele estava ficando doente, só sendo. Ele respira fundo e decide acender algumas velas e lamparinas para continuar o processo criativo.

Talvez ele possa desenhar algo como o céu noturno? Talvez. A lua cheia iluminando uma pessoa misteriosa de olhos vermelhos e apaixonantes em meio a uma floresta de segredos? Parece uma boa ideia.

{Enquanto isso, num castelo nas profundezas da floresta...}

Um lorde de renome está pensativo em seus aposentos, deitado em sua enorme cama. Pensando na noite de três dias atrás e na situação incomum em que se encontrou, no caso, incomum para os padrões vampíricos. Ele, conhecido por governar, possuir e proteger todos os vampiros do centro europeu, acabou em uma cilada em meio aos bárbaros lobos ao tentar proteger seu herdeiro de suas garras.

Jasper não era um garoto fraco, mas sua inconsequência na caçada o levou até o extremo território, onde começava o dos licantropos. E pior, foi no território de Horreur. O lobisomem era um líder forte, justo e sanguinário.

Sem tempo para mandar seus lacaios para a parte distante da Floresta Sombria, ele apenas pediu para Suave e Fibi cuidarem das coisas e se preparassem para sua volta, ele se tornou um com a escuridão e se dirigiu ao aroma desesperado de sua cria.