Confissões e confusões

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Ela segurava minha mão com firmeza, seus lábios se moviam, mas nenhuma palavra era dita, o que me deixava a imaginar no que pensava. Até que.

– Sen-sensei quer que eu lhe mostre a cidade? No... no domingo não haverá aula. – Eu conhecia aquela cidade, não por inteira, pois nunca me foi interessante.

Estávamos nos tornando conhecidos, então não havia motivo para negar tal pedido tão doce, não é? Então, de modo suave, seguro seu queixo e digo:

– Claro, chiisai.

Ficamos ali naquela situação por alguns instantes até notar que não teria tempo de quase nada antes de voltar à escola pela manhã, então, como despedida, sorria, me virava, indo embora, agora teria um passeio com ela?

...

Já após chegar em minha residência, entro, podendo receber um adorável bichano a rodear minhas pernas. Minha nova companhia gulosa estava me esperando?
Podia ir à cozinha, lá pegava um pouco de comida para ele enquanto começava a preparar rápido um café, afinal, hoje não poderia dormir mais se quisesse findar o serviço do dia. Assim que terminava, podia notar o gatuno subir os móveis e passar pela pequena janela da cozinha.

- Até amanhã, senhor gato.

Quando pude me sentar com o café e abrir meu material para iniciar o serviço, só parava umas duas a três vezes para pegar mais daquele líquido energético e descansar a visão. Sabia que não deveria mais aprontar daquela forma, socialmente não tinha idade para isso, fora a desorganização que havia me causado, matando minha noite de sono. Assim que a coluna doía e os olhos quase fechavam, tentava entender de onde tirava tanta determinação em continuar, não era por aluguel, nem a necessidade de um serviço, mas talvez autoaprovação? Nascer em uma família de prestigiados acomoda as pessoas, eu não sou assim.

Ao findar os documentos, saia da cozinha, avistando o meu querido inquilino no sofá da sala. Ele passaria a noite aqui?

– Estava com saudades? – Falo, colocando meu material sobre a estante, andando até ele e o acariciando, mas assim que notava o horário no relógio da sala, decidia ir para o meu quarto, visando me jogar sobre meu pequeno paraíso confortável.

Mal deitava e notava que o gatuno chegava se juntando a mim.

– Se sente confortável? – acaricio entre suas orelhas um pouco – Como o chamar? Uma coleira seria boa?

Enquanto brincava com ele, observo a linha que antes marcava forte, meu dedo, mas que agora estava mais clara e não coçava, um pressentimento ruim? Desejava respostas e não mais dúvidas. Puxo o travesseiro e deito minha cabeça, até que um pequeno barulho preenchia o vazio do cômodo, era meu celular a tocar.

  Puxo o travesseiro e deito minha cabeça, até que um pequeno barulho preenchia o vazio do cômodo, era meu celular a tocar

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– Alô? – Um número desconhecido me ligava às 05:00 AM, já não era algo agradável, talvez erraram de contato... ou era apenas um trote comum.

– Adivinha quem é? – Uma pergunta absurda, mas algo talvez reconhecível, uma risada roca.

O começo de uma aventuraOnde histórias criam vida. Descubra agora