sol dá meia noite

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O mundo parou de girar em torna de nós, parecia que algo ou alguém iria cair, mas ninguém perecia se importa com tal pensamento. Ambos os dois se olhavam, um com total confusão e o outro medo, mas o que eles não poderiam negar, era a pontada em seus peitos.

Nada...

O que dizer para ele, como posso explicar tudo isso, é tão difícil. Eu o conheço a quatro semanas, mas parece uma vida inteira, depois de tudo que passamos juntos, é estranho isso se comprove errado. meus pensamentos estão me corroendo muito, parece que eu abri uma torneira sentimental, e a deixei transbordar, e me molhar por inteiro.

O que ele pensa que está fazendo, tem algo em mim, que esteja o deixando intrigado, por que ele estava aqui. Não há motivos aparentes, dele vir aqui, por que ele se importa comigo, como ele poderia, nós só sofremos durante aquelas semanas. Como um deles ainda pode se importar, depois de tudo... Tantas perdas, névoas e chamas, nossos consumindo por inteiros. Algumas vezes eu acho que foi uma vida atrás, mas não ela está aqui, diante dos meus olhos me assombrando, me lembrando das minhas perdas. Eu sinto saudades deles... Principalmente dele, mais não sei se tenho essa coragem, de me aproximar demais e me machucar, não quero mais cicatrizes.

- eu não sei!... como te dizer isso - ele ficou repentinamente vermelho. O que o Joui está tentando me esconder?

- acho que você sabe sim! - ele se aproximou, parecia que ele estava me enxergando por dentro, me lendo tão bem quanto um livro.

Era nítido o desconforto em seu rosto, parecia que algo estava errado, mas não de um jeito que poderia ser explicada, ou decifrada. Era tudo tão... Sem resposta, mas ao mesmo tempo, tinha algo ali implícito. Alguma palavra ainda não dita, uma conversa, ainda não conversada. O ar parecia ser raro efeito, porque nenhum deles conseguia o segurar no peito, principalmente com o que estava por vir.

- eu... Tava sonhando com você - respondeu o garoto vermelho. Sonhando comigo? De tantas coisas que ele poderia dizer mais, sonhar comigo! Essa era nova.

- sonhando comigo? - perguntou curioso para o homem a sua frente. Ele parecia tão perdido quanto eu, mas também parecia de uma maneira estranha, decepcionadom

- eu tava sonhando com aquele dia... Com o ataque do carniçal, eu estava te vendo chorando lágrimas escuras me encarando, tinha algum te puxando para longe - Joui começou apertar seu peito, algumas lágrimas descia pelo seu rosto - E eu não podia fazer nada, só tentar te alcançar, até que... Eu tive... A sensação que você me deu um tiro, para me afastar - me afastar dele, era isso que eu estava fazendo contra ele, mas não achei que isso poderia afetar, não era minha intenção magoar o Joui. Mas também era compressivo, e de alguma for reconfortante, saber que o Joui se importava.

- eu.... - Cesar se lembrava bem daquele dia, era como uma névoa em seu passado, que ele tentava ao máximo afastar - eu não vou pra lugar nenhum! Eu ainda estou aqui Joui!

- não tem como saber isso, você e a senhorita Liz sumiram, até mesmo o Arthur... Eu tô me sentindo tão sozinho, e eu não posso voltar para minha casa! Eu só tenho vocês

- Espera você não pode voltar para casa? Por que!?

- isso não vem ao caso

- vem sim! Eu quero entender Joui

- mas eu não quero falar... Minha família está lá e eu aqui! é isso

Aquele ali não era o Joui, o garoto que um dia ele conheceu, parecia outra pessoa. Ele parecia mais medroso do que nunca, e tinha um ar de pavor em sua voz tão agoniante, mas por que disso agora.

- Joui! eu só quero entender

- você não entenderia! - Joui começou a se afastar de mim, ir para longe - você parece bem! Então vou indo

- espera não vai! - antes que ele podesse impedir Joui foi embora.

Era tudo tão estranho, ele estava preocupado comigo, mas por que não disse isso antes. O que estava lhe impedindo, para ser sincero com ele, como ele podia não lhe contar a verdade de primeira. Era tão difícil conversar comigo, ou ficar na minha presença, ao ponto dele me deixar aqui plantado com cara de idiota. Quem ele pensa que é, para aparecer do nada, e ir embora sem a mínimo de explicação. Estava acontecendo algo, que o Joui não podia lhe dizer, talvez fosse pessoal demais. Mas depois de tudo que eles passaram juntos, ele ao menos iria se abrir melhor com ele, ou pelo menos era isso que eu achava. Não posso deixar de ir atrás dele, o que meu pai faria.

- iria atrás do Joui sem pensar duas vezes, e iria ser complicado.

Cesar saiu correndo atrás do asiático.

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Kaiser estava olhando distraído para um vídeo no computador, ele nem tinha notado a presença do veríssimo atrás de si. Ele estava olhando o resultado do c.r.i.s, que estava sendo de extrema ajuda para a ordem, principalmente na área de pesquisa.

- achei que já tivesse ido embora Kaiser! - o hacker levantou dá cadeira em um pulo, levou a mão ao peito ao notar um senhor de cabelos brancos, usando um terno.

- ah desculpa senhor veríssimo, eu estava vendo algumas coisas com o c.r.i.s!

- e como está indo?

- está tudo indo bem tranquilo, ele já buscou boas respostas para os agentes que ligaram hoje à noite.

- que bom, e obrigado pela ajuda! A ordem sempre será grata ao sua contribuição, também o Cris nunca erra em nada

- obrigado!

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O asiático saiu às pressas do prédio, ele não podia olhar para trás, não agora, e nem nunca. Era difícil ter uma conversa normal sobre sua família, eles o deixaram a quatro anos, quando começou a fazer uma viagem, para da fazer competições profissionais. Ainda tinha a lembrança de seu pai, dizendo que essa vida não era digna, principalmente para um jouki, que trazia vergonha a família. O que eu tava pensando, era óbvio que isso não terminaria bem, tudo que envolve nós é complicado. Mas eu pensei que podia ser diferente dessa vez, sem dificuldades, sem mortes, sem esperança. Achei que podia diferenciar algo, sem a Liz e o Thiago, para aproximar a gente. Mas acho que eu tô enganado, nada poderia dar tão certo para mim, ou até mesmo para ele. Depois de tudo que vivemos, ninguém está perto ou próximo o suficiente, para rolar uma reaproximação de maneira correta. Talvez eu afaste as pessoas, primeira meus pais, meus amigos e minha segunda chance de família.

- Joui para! - com aquele grito o garoto parou de correr.

Ele veio até mim? Mas por que ele tava aqui, e desde quando ele era rápido para lhe acompanhar. Joui se virou para encontrar o cabeludo, há dez passos dele e se aproximando, ele tinha uma de suas mãos no peito por estar cansado de correr.

- o que você quer Cesar?

- eu não tinha direito de te magoar! Eu tava pensando...

- no seu pai!

- é... É que você ainda tem chances de ver eles!

- não tenho! Meus pais pediram para eu nunca mais voltar, por que eu era uma vergonha para família, e estaria trazendo vergonha a família - Joui começou a chorar alto - eu acho que nunca mais vou ver eles!

Cesar se aproximou, era difícil demais ver o Joui chorar e não poder fazer nada, talvez tinha algo a se fazer. Ele não esperava ouvir aquilo sobre há família do Joui, o garoto sempre estava sorrindo e dando seu melhor. É uma pena eles não terem notado o Joui, o quanto eu o noto.

Cesar agarrou o Joui e o abraçou...

Com a repentina ação do cabeludo, o Joui se espantou, com aquela demonstração de afeta tão... repentino.

Eu sempre achei que minha vida fosse uma meia-noite constante, sem fim, e sem uma mudança aparente. Eu me acostumei com essa vida, e achei que teria uma escapatória. Mas como era possível eu sentir o sol nascer, minha pele ficar quente como o calor do sol, como era possível isso acontecer durante uma meia-noite

O Canto Das Criaturas FeridasOnde histórias criam vida. Descubra agora