O Canto Das Criaturas Feridas

desejo ou loucura

Todos os anos da minha vida eu vivi, pensando que não merecia a vida que tinha, e realmente eu não á merecia. Ela me liquidou na primeira oportunidade, me tirando meus amigos, e um sonho de ginasta, por que agora não consigo treinar sem me lembrar deles. Mas depois de ir para carpazinha, as coisas pareciam ter melhorado. Até que elas ficar cada vez piores, e dessa vez, eu não podia me mascarar, porque era óbvio o destino, que escolhemos e agora estamos presos nele.
Joui ficou imóvel ao sentir os braços dele, não era todo dia que o Cesar lhe dava um abraço, parecia um presente dos céus, alguma demonstração de afeto dele. Suas mãos foram lentamente ao redor do amigo, era um conforto muito grande estar em seus braços. O mundo parecia estar parada envolta deles, tudo finalmente fazia algum sentido. Como tudo aquilo se iníciou em uma missão, onde eles perderam tudo, e agora parecia que tinha algo vivia dentro dele.
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Era uma hora dá manhã, e Joui olhava atordoado para o teto, se lembrando do tiro de Cesar nele. Era óbvio que não era ele, pois não havia como ele dar um tiro nele. Eles eram amigos, ou era isso que ele pensava. O asiático se manteve preso no chão, segurando aflito a coberto abaixo de si, e a apertando em sua mão. Como tudo aquilo era estranho, mas havia uma certa compressão em seus pensamentos, pois não havia como não dar nada de errado, sempre haverá uma luta para ser travada, eles querendo ou não. O asiático se manteve ali, sentindo uma dor de cabeça enorme, já que na noite passada ele bebeu até demais. Era a segunda vez que ele tinha bebido, e estava com uma dor de cabeça enorme.

Cesar estava deitado alguns centímetros dele, seu rosto estava tão perto. Era tão estranho ver o Cesar sem cicatrizes aparentes, mas internas ele as tinha. Mas em corpo, ele mantinha sua pele de porcelana intacta. Joui colocou uma de suas mãos no rosto dele, e o acariciou. Como lidar com tudo sem o medo de morrer, principalmente de ver eles morrerem. Nunca é fácil perder um amigo, que parece ser tudo que você tem, e caso os perca será demais.

O por que será que esse sentimento, é tão... ele é tão agoniante, tão doloroso, mas também é tão bom. Como lidar com aquilo sem enlouquecer, não fazia sentido isso, e talvez nunca terá um sentido mas era tão bom, o conforto desse sentimento.

- não quero sair do seu lado!

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Joui se afastou de Cesar, e o encarou por um curto tempo, sentindo um novamente conforto em seus olhos. Aquele mesmo conforto que ele sentiu naquela noite, aquilo era tão bom ao ponto de se embriagar nele. Sem uma aviso prévio, Joui jogou seus lábios em direção do gamer. Os lábios do outro eram frios, mas ao mesmo tempo tão bom de se ter, algumas gotas de chuva caiu sobre eles, mas não havia motivos de sair de lá.

Quando isso aconteceu entre mim e ele, não era para ser assim, ou era para ser, talvez tenha um motivo. Ou uma resposta certa era isso, para aqueles lábios quentes, me deixarem tão vivo, ao ponto de enlouquecer. Tem uma chance disso acabar mal, já que foi um beijo tão inesperado, tão profundo, tão completo. Era como se finalmente, uma parte perdida minha tivesse sido encontrada com ele mesmo. Como ele nunca notou, o jovem asiático, aquele que sempre sorriu para ele, era ele a resposta? Talvez, e tem algum tipo de chance de isso dar ruim.

Mas o que tanto me impede de viver isso, como isso poderia ser possível, viver isso com ele. Somos tão diferentes, tão distantes um do outro. Como podemos satisfazer nossos desejos, por mais que vivemos coisa similares, ainda não deixa de ser diferente. Afasto nossos lábios, e o encaro, nunca foi assim encarar ele. Como algo em mim estava pedindo mais, me sinto tão tentado a continuar. Parece que o tempo se paralisou, os carros sumiram, as pessoas, e todo o resto. Talvez isso seja bom, mas.... Não importa, sem mais pensar duas vezes, o ataco novamente. Não posso afastar esse desejo de mim, não quero deixar isso passar, e não vou deixar. Ele aperta minha cintura, eu pressiono minhas mãos em seu ombro, o beijo era cheio de calor, um que eu nunca senti antes.