O Canto Das Criaturas Feridas

herói do meu apocalipse

Respira bem fundo
Eu vou te levar pro fim do mundo

Era para ser um dia normal, mas não era. Nunca imaginei que acordaria na cama do meu amigo, ninguém nunca imagina isso acontecendo, até acontecer.

Joui olhou para seu lado e encarou César, que dormia tranquilamente ao seu lado, ele não teve um pesadelo naquela noite. Pelo que ele sabia do Emo, desde que saíram de santo berço, nunca teve uma noite de sono boa. Pelo que parece, ele ajudou nisso, ficando com ele.

''isso parece fofo'' pensou o jovem olhando o homem, que tinha seus cabelos escondendo seu rosto. Talvez fosse muito íntimo colocar sua mão sobre seu rosto, mas depois do que eles fizeram o que não podia mais ser íntimo.

Joui colocou sua mão sobre o rosto de César, e o acariciou. Tudo parecia novo ali, uma área nunca explorada, onde o mundo poderia explodir, e talvez ele ficasse ali. Parecia certo estar lá, tocar ele. Amar ele, ser amado por ele. Parecia que finalmente abriu uma porta, aquela que você sempre quis abrir, mas nunca teve a chave. Bem até agora.

- o que você tá fazendo?
- desculpa, você parecia tão tranquilo!
- é que você está comigo!
- se você diz!
- tô falando sério, essa é a primeira noite, desde muito tempo que não tenho um pesadelo. Talvez você seja meu anti-pesadelo!

Talvez não fosse certo, mas não podia ser negado, que ali ambos os dois sobreviveriam a qualquer coisa juntos. Não importa mais, quem ficou para trás, era para ser eles, para sempre. Só os dois, vivendo tudo aquilo, sem medo, sem dúvida.

Corre pro abismo, me segura
Vamos cair juntos
Voando com você
Nós dois aqui no fim do mundo

.
.
.

Dois meses depois

Love of my life, can't you see?
Bring it back, bring it back
Don't take it away from me
Because you don't know
What it means to me

Joui e César estavam juntos, e mais felizes do que nunca. Tudo parecia certo, e colocado no lugar, eles não contaram a ninguém. Eles afastaram um pouco do Arthur deles, para não lhe contar sobre seu relacionamento, era mais eles ali. Não havia Liz, Thiago ou Cris. Eles vivem seu momento juntos, e talvez poderia ser isso.

Se não fosse por um detalhe pequeno de tudo, que levava um discordância entre eles. Joui decidiu abandonar a ordem, ir o mais longe possível de tudo aquilo. Ir atrás da Liz, e obrigar ela a ir junto deles, também levar Arthur e a Ivete para longe. Só eles, uma vida nova, onde poderiam viver sem se preocupar com o sobrenatural.

Mas isso era um problema, já que kaisar, não queria deixar nada. Ele prometeu ao seu pai que lutaria até o fim, e não deixaria isso para trás. Depois do que aconteceu em santo berço, ele se preocupava em ajudar as pessoas, tentar achar uma maneira de ser útil. Ele não se preocupava com a Liz, Arthur e a Ivete, já que nenhum deles queria sair da ordem. Eles manteriam essa ideia de lutar, eles perderam tudo, por causa do sobrenatural.

O asiático estava sentado na mesa do apartamento deles, olhando as fotos de seus alunos, dando aula de educação física que ele dava. Era muito gratificante ver os sorrisos das crianças com animação, de fazer algo diferente. O cabeludo estava jogando um CS em seu computador, ele estava animado de começar outro jogo competitivo. Ele tinha jogado para trás o LOL, para jogar algo mais 'divertido' segundo ele.

- você quer jantar? - perguntou joui, se animado em cozinhar, já que era uma coisa que ele gostava de fazer.
- não sei, talvez macarrão? - perguntou o Kaiser se debruçando na mesa do computador.
- de novo! - o asiático riu da ideia de comida do seu namorado, e colocou por cima dele, se mantendo próximo dele - vou te obrigar a comer coisas melhores!
- já como! - disse ele num tom alegre ao jovem, que apenas geme de constrangimento.
- para de ser idiota!

Ambos os dois ficaram ali, aproveitando seu momento juntos, já que alguns dias joui iria para uma missão para o veríssimo. E obviamente ele não estava animado, em ir para a missão. Mas ele decidiu fazer ela sozinha sem ajuda, já que ele não queria ter baixas nesta missão. O veríssimo não gostou muito dessa ideia, mas joui era cabeça dura para mudar de ideia.

- quando é sua missão?
- Daqui três dias! Se você me pedir eu fico!
- não, vou te pedir para ficar!
- não, seria tão ruim assim
- talvez seja para o veríssimo
- mas não para mim, e para você. Vamos ficar mais tempo juntos, talvez eu te ensino a cozinhar.
- você sabe que não posso te pedir isso, e nem fazer isso!
- você não estaria sendo medroso por não querer mais fazer missão.
- eu estaria sim! Eu seria egoísta
- não, isso não lhe tornará egoísta, mas sim ser protetor consigo mesmo.
- isso é ser egoísta, joui! - O garoto se afastou do namorado, e foi para o sofá, e ficou lá quieto.
- Eu tenho medo de te perder! Todo momento que eu tô lá, fico pensando em como você está... Se você está vivo, eu não posso mais ver sem você. Eu não posso mais fazer isso!
- eu entendo joui! Mas isso é o nosso trabalho. Se desistir da morte do meu pai seria em vão, as mortes dos gaudérios seriam em vão. Não posso deixar isso acontecer!
- Todos nós sabíamos as consequências!
- eu sei! Por isso que eu não quero fazer isso... Eu vi como a senhorita Liz ficou, cada vez mais fria... Mais solitária! Eu sei que vou acabar como ela, sem propósito, sem querer ajuda. Ela não quer nem mesmo olhar para mim.
- joui! O que aconteceu com a Liz! Iria acontecer de qualquer jeito, o Thiago iria de matar de qualquer jeito
- mesmo assim, não é uma coisa que você aceita facilmente, se você... Fazer a mesma coisa eu me perco, eu não vou aguentar.
- você vai joui!
- não eu não vou, eu amo você! Te perder vai ser a pior sensação possível, vai ser como uma parte de mim, estivesse morta. Você não tem medo disso?
- não! Não tenho medo disso!
- você deveria ter!

Sabia que a queda era grande
Mas tive que pular
Queria que a gente fosse mais alto