Envolto em seus pensamentos, em tudo que havia acontecido e tudo que havia tido coragem de fazer, um sentimento de angústia quis invadir o seu peito, mas o cansaço , por fim o vencera, e ele adormeceu.
O dia amanhecera e pela primeira vez em muito tempo Clara se sentia bem. Cuidada e estranhamente se sentia protegida. Como era a vida! Como poderia sentir-se assim, tão bem ao lado de um homem de quem não conhecia nada do seu passado e não esperava nada do seu presente e futuro, mas era como se o conhece à anos, suas almas se reconheciam. Em contra partida o marido, aquele que conhecia desde a infância, ainda quando moravam na cidade de Pirajuí ao longo do tempo tivesse se transformado no verdadeiro estranho que nos últimos anos tanto a machucara.
Estava ali parada, admirando Conrado, quando este acordou e sem se intimidar pelos desejosos olhos verdes, sustentou seu olhar ao dela, numa palpável atração, que foi interrompida por ela, em um momento de tentando evitar de aninhar-se naquele peito e deixar acontecer tudo aquilo que tinha vontade desde o momento que o vira.
_ Quer café. E indo em direção à Conrado estendeu a própria xícara.
Ele por sua vez estendeu a mão para pegar a xícara e ao tocar nas mãos de Clara, não resistiu mais e a puxou sobre si rolou-a na cama, prendendo-a com seu corpo e devorou seus lábios com uma intensidade e paixão que nunca sentira antes.
Um encontro de duas almas que estava marcado bem antes da própria existência. Tudo ali, resumido a um beijo, longo, intenso.
Dois corpos. Um sobre o outro, dando e recebendo prazer na mesma intensidade, reciprocamente...
Era perfeito sentir a maciez e delicadeza do corpo dela.
Era confortante, protetor e ao mesmo tempo excitante sentir o peso do corpo masculino, bem definido sobre o seu.
Passado o calor da emoção Conrado afastou-se de Clara quebrando o beijo.
_ Perdoe-me. Não...
E desta vez foi Clara que com um dedo nos lábios de Conrado o silenciou.
_ Eu também quis este beijo. E levantou-se em direção à xícara que a essas alturas encontrava-se jogada ao chão.
Conrado ficou sem ação. Clara era uma mulher surpreendente. Ao mesmo tempo, que aparentava ser frágil, amedrontada, possuía uma fortaleza incrível.