UM

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- Finn, você está atrasado, levante essa bunda dessa cama e venha comer, hoje é seu primeiro dia de aula, ou você esqueceu disso? -

E assim meu dia começa, minha mãe continua gritando, eu nem entendo nada mais do que ela fala, levanto, vou me arrumar, visto a minha roupa, e sigo para a mesa, minha mãe fez purê de batata e bife.

As vezes é meio estranho o meu amor por comer e dormir, mas posso sobreviver com isso.

- Acordou meio tarde, não é, senhor "Dorme Come Dorme"?. - meu irmão Chuck se dirigiu a mim, ele sempre faz algumas provocações, essa foi a melhor coisa que ele me disse em anos.

Uma das coisas que eu não entendo é como Chuck sabe tanto sobre mim, e as vezes sabe o que eu penso ou quero, o mesmo acontece comigo, eu tenho certeza que ele é meio apaixonado pela Kimy, uma vizinha nossa, mas, nunca paramos para discutir sobre isso, porque eu não ligo, e nós nunca estamos bem um com outro.

Ouço um barulho na porta, é meu pai, tenho certeza disso porque ele tem alergia, não sei bem a quê, mais ele sempre tosse quando está por aí.

- Tenho algo a contar. - Meu pai diz com um tom meio triste, mas depois com um pulo de alegria ele continua - Fui promovido, agora sou supervisor! Talvez meu salário aumente, e sei que vai, as coisas agora vão melhorar! -

Fico feliz pelo meu pai, ele é uma das pessoas que eu mais amo, só não entendo a razão de minha mãe ser tão ignorante com ele, ela fingiu que nem liga, Chuck deu parabéns, e depois continuamos a almoçar.

- Finn, vá para o carro, você já está bem atrasado, Chuck, você leva seu irmão na escola. - Disse minha mãe.

- Mas o quê?! - Chuck responde com indignação, e eu também não queria estar perto dele, mas parece que não vai ter jeito, minha mãe apenas nos olhou, mas já deu pra notar que ela não vai voltar atrás do que disse.

- Pare de reclamar Chuck, prometo fingir que você nem existe. - Realmente eu consigo fazer aquilo facilmente.

- O único que pertuba é você, você não deveria existir. - Chuck me respondeu com uma voz baixa e antipática, e eu fingi que nem ouvi.

Chegando no carro eu entro no banco da frente do passageiro, coloco os fones e espero Chuck ligar o carro, no caminho da escola nem ligo para ele, como prometi que faria, quando algo estranho acontece: a música fica mais baixa, e eu escuto: "Finn deveria ser meu irmão, e não mais um galo de briga.", a música aumenta novamente e eu fico pensando no que ouvi.

- Disse algo? - Perguntei pra Chuck.

- Não, deve ser suas paranóias de novo.

- Sinistro. - e realmente foi!

Chegamos na minha escola e quando eu saio eu sinto meu corpo ir ao chão, e meus pés deslizarem e algo, uma dor entra em meu corpo, não tão grande, mas o suficiente para eu fazer uma careta de dor, já no chão ouço uma voz:

- Se levante daí e finja que nada aconteceu, segura a minha mão, se levante! - Ainda não ouvira aquela voz.

Mas nem pensei duas vezes, segurei aquela mão, e me levantei, ao levantar, vi que era um menino, achei que era mais uma brincadeira de mau gosto, mas percebi que ele queria mesmo me ajudar.

- Obrigado, eu sou Finn - eu disse bem calmo, mas ele não me respondeu nada, apenas continuamos a andar em direção ao palanque montado para o primeiro pronunciamento anual.

- Caros alunos, sejam bem vindos ao colégio Albert Einstein, saibam que ser aceito aqui, é um grande privilégio, e que muitos entram, mas poucos conseguem sair sem nenhum dano no historico. Se obedecerem as normas, estará tudo bem, sabemos que muitos de vocês daqui em diante irão começar sua vida amorosa, mas, saibam que aqui não permitimos nenhum tipo de relação além de amizade entre os alunos, seus pais assinaram o contrato, ao longo do tempo, irão aprender mais coisas acerca de nossa escola. - Juro que não entendi porquê ela falou sobre namoro, naquela hora, foi bem estranho, quando olhei ao redor, vi uma parede imensa, com cimento ainda não seco nela - Como muitos já viram, existe uma parede alta e larga, cada um dos 376 alunos novos, irão escrever seu nome em um daqueles quadrados, e os outros 297 antigos, podem renovar as suas.

A Profecia MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora