✦ NIGHT VIEW

o deus do sol

• APOLO: deus do Sol, da profecia, da poesia, das artes, da música, da cura, da justiça, da lei, da ordem, do tiro ao alvo e da peste. É um dos mais amados deuses olímpicos, sendo visto com um deus justo, que defendia a tolerância;

• HERA: deusa do nascimento, matrimônio, fidelidade e fertilidade;

• EROS: deus do amor e erotismo;

• ÁRTEMIS:  é a deusa da caça, da Lua, da castidade, do parto e dos animais selvagens, ela pediu à Zeus que a tornasse virgem eternamente. É irmã gêmea de Apolo.

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Estava maluca, perdendo a cabeça, completamente fora de si. Ou melhor: seu tolo coração havia resolvido se abrir repentinamente para aquele maldito deus. Não fale assim dele... Não é como se ele houvesse feito algo horrendo. E lá estavam eles, mente e coração se confrontando, nunca entrando em acordo. O longo vestido de seda branco se movia velozmente se um lado para o outro, refletindo a inquietude da garota que o trajava.

Eros possuía algum conflito não resolvido consigo? Hera e ele se encontravam entediados em suas vidas divinas então resolvendo atordoar uma simples serva de Ártemis?

Ainda não podia se proclamar uma amazona, talvez nunca conseguisse esse posto, tendo em vista que agora se via em frente a uma encruzilhada: seguiria Ártemis como sempre ansiou ou se entregaria à Apolo? Oh, céus! Estava a ouvir seus próprios pensamentos? Que os deuses não os ouçam! Era tão tola, o que  o grandioso deus do Sol faria com ela além de gastar uma noite? Se seguisse o exemplo de seu pai Zeus, dividiriam a cama por algumas vezes antes que ele por fim encontrasse outra mulher.

A resposta foi imediata, o peito se apertou, a sufocando apenas por imaginar a vaga possibilidade. Ele não é assim, o viu de perto, de perto demais, nunca se apaixonaria por alguém assim. Não conseguiria mentir para si mesma, nem aumentando qualquer defeito e muito menos se desfazendo das qualidades dele.

Não era atoa que carregava o nome de deus da luz, o sorriso de Wonho era capaz de iluminar até mesmo o tártaro, aquele maldito e belo sorriso amável. Como permitira que aquela divindade criasse raízes tão fortes em seu coração? Não conseguia deixar de se lamentar, era deplorável, anos e anos de treinamento seriam jogados fora, todo o esforço para se tornar uma digna e perfeita guerreira para Ártemis... A máxime regra era clara: castidade. Assim como sua deusa da caça, deveriam renunciar aos homens.

O quanto o destino havia a amaldiçoado? Por que se apaixonar agora tão próxima ao seu maior desejo?

Já não podia dizer com certeza quais eram seus reais e mais profundos desejos, um homem bagunçava seus pensamentos e inundava sua mente apenas estando presente. Kira se via presa em agonia, iria mesmo abandonar tudo por ele? Desgraçado caminho que se pôs a trilhar, era ridículo! Sabia muito bem que perderia tudo.

Patético. Odiou até mesmo a Zeus por dar a vida aos dois irmãos gêmeos. O que Ártemis pensaria ao descobrir que sua tola aprendiz se apaixonara por seu irmão? Provavelmente veria o quão fraca era, não era digna de servi-la.

A jovem cerrou os punhos sentindo uma chama fria lhe corroer internamente, completamente apreensiva, ninguém poderia saber. Nublada internamente, se dirigiu às janelas fitando o imenso e límpido céu estrelado.

E novamente como se o destino continuasse a lhe empurrar para um precipício, Wonho apareceu em seu campo de visão, caminhando pelos jardins calmamente. O corpo reagiu instantaneamente, os pés hesitantes, queria a levar de encontro à ele. Não farei isso. Era tarde demais, quando o deus direcionou seu olhar para a garota confusa, um sorriso se alargou em seu rosto angelical, deteriorando quaisquer chances de resistir. Ele acenou antes de manear a cabeça levemente, chamando-a de modo silencioso.