" Início de tudo, ficar grávida aos 17 anos nem é o maior problema na minha opinião, o problema é contar para o suposto pai dele, que não gosta de mim, e nem sabe da minha existência, então o que basta fazer é da um jeito ou sumir de vez. E eu não s...
Depois das férias que havia acabado a quase um mês, nossas rotinas de estudos voltaram.
Óbvio que era um tremendo saco, já que eu me desconcentrava facilmente das coisas.
E estudar, na mesma escola do menino que faz minhas pernas tremerem era motivo de surto.
Como está minha rotina? Uma merda, sentia grandes tonturas e ficava o dia todo deitada.
Chutei que fosse pela fato de eu ter ido pra cama com o popurlazinho de nariz em pé, e que isso estava me deixando estressada.
Outro dia, meus pés ficaram inchados, chutei também que eu tenha ficado o dia todo em pé no meu trabalho, então dane-se.
— Você tá esquisita... - minha colega de quarto comenta sobre o meu comportamento, era outra que tinha um penhasco por Aidan. Mas era um amor, não tinha nada contra ela.
— tô tentando me acostumar com o fato que já estou me arrumando para ir a escola. – coloquei o meu moletom por cima da minha regata, não me estranhem, eu tenho medo de derrubar alguma coisa em mim e tirar só o moletom.
— seu corpo esses dias está inchado. - comentou o mesmo fato que eu tinha percebido.
— trabalho minha filha, passo o dia todo em pé naquela loja de ferramentas.
— não, não é isso esquisita - esquisita eu! Ata Cláudia! - seu corpo tá ficando um pouco maior...?
Ela tá me chamando de gorda? Eu acho que sim.
— tô gorda?! - esbravejei na direção dela, que se assustou, e negou freneticamente.
— não nesse sentido!
— oxi doida, do quê então?!
— não sei! - se zangou também e nós duas ficamos irritadas. – sua menstruação veio esse mês?
Fiz cara de paisagem por não lembrar do meu próprio ciclo.
— por quê?
— bicha burra, porque eu não vi você virando de cabeça pra baixo por causa de cólica.
— É mesmo! Não veio esse mês. – dei de ombros não me importando muito, já que não era a primeira vez que isso acontecia.
— e acha normal?
— acho? – seu olhar de reprovação fez eu murcha meu sorriso na hora, ok ela as vezes me assusta. – não é a primeira vez que isso acontece, e nem vai ser a última.
— se eu fosse você veria isso, não me parece normal.
— relaxa Renata, mês que vem desce de novo! – peguei minha mochila e meu laptop. — vamos logo ou vamos nos atrasar.
A cara de quem não se convenceu estava estampado no rosto da loira, dei de ombros ela sempre era assim.
Dividimos o mesmo apartamento pois somos de países diferentes, ela da Inglaterra e eu, obviamente, do Brasil.
Culturas tão distantes no mesmo apartamento, e só colegas de escola e de apê, já que eu nunca considerei a loira como minha amiga.
E como se fosse rotina, antes de virarmos na rua da escola ela se afastou de mim para que ninguém visse nós andado juntas.
E ainda quer da palpite na minhavida.
Pus meus fones para não ouvir as baboseiras do dia a dia, como foram as férias, o que fizeram.
Eu tô dane-se não tenho amigos mesmo, então escrevo tudo no meu diário, parece infantil, mas era o único jeito de botar pra fora o que eu sinto.
E que não saia da minha bolsa, de jeito nenhum!
Patetei por um segundo da minha vida e bati com a cara na costa de alguém, quando não é uma coisa, é outra!
— opa! A é você, usa óculos mas não olha por onde anda. – levantei um pouco minha cabeça pra enxergar aquelas belíssimas iris verdes, Jesus celestial que esculpiu esse homem!
— foi mal! – dei a volta mais rápido que pude, eles devem acharem que eu sou louca, mas não estou tão longe disso, e agradeço desde já por não ter gaguejado.
Segundo ano parece de boa, comparando ao meu primeiro, já estou mais esperta.
☀️
Retiro absolutamente tudo o que eu disse no início, meu cérebro tá fritando ainda sobre os assuntos de química!
— lavem ela, vai lá. – antes de entender o que estava acontecendo, Aidan para bem em minha frente bloqueando a minha passagem até a máquina de guloseimas, eu trabalho pra manter os meus caprichos e agora eu quero chocolate.
Mas não terei enquato essa belezura não sair do caminho.
— precisa de alguma coisa? – perguntei educada, olhando para ele, lembrado, eu estava segurando um planfeto na minha mão direta qualquer coisa, essa papel virá arma.
— já beijou na boca? – fiquei com cara de paisagem, que pergunta é essa agora? Fiz careta, pois era algo meu, ne? Claro.
Quando eu iria responder fui jogada no armário e seus braços me prendeu em cada lado, eita o maluco é doido!
— já sei a resposta! – antes que ele me beijasse, coloquei o planfeto sobre o bico que tinha se formado em seus lábios e passei depressa por baixo de seus braços.
— saí cachorro véi daqui! – gritei em português, já que eu estava nervosa e corri na direção contrária da dele.
Eu sabia que aquele planfeto serviria para alguma coisa.
E é eu digo, essa é só uma das partes que sofro aqui dentro.
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Notas do autor. Boa noite e fiquei com esses belos olhos! Até o próximo!