ᴘʀᴏʟᴏɢᴏ: sᴏʀᴛᴇɪᴏ

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 24 de outubro de 1977

 Depois de um setembro vagarosamente devagar passou e um outubro tão lento quanto, finalmente as festividades estavam chegando a Hogwarts.

 Considerados lendas em tudo o que faziam, todos os anos os marotos planejavam uma festa na torre da grifinória, onde a maioria dos alunos – independente das casas – esperavam ansiosamente. Mas o halloween desse ano seria um pouco diferente para os quatro garotos.

 Uma semana antes do grande dia, o líder dos marotos se sentou bruscamente na mesa do café da manhã, assustando Peter – que derrubou todo o seu mingau em suas vestes.

— James... — Ele grunhiu em frustração e de forma rápida, Sirius limpou toda a sujeira ao murmurar um preguiçoso feitiço.

— Tenho uma idéia para nossas fantasias esse ano! — Potter falou empurrando os óculos com a ponta dos dedos.

— Eu não quero ir de os Beatles, vocês nunca me deixam ser o Paul McCartney. — Lupin disse com o rosto sobre a palma da mão de forma entediada.

— Não, é muito melhor do que os Beatles. — James respondeu sem conter a sua ansiedade. — Pensei em sortear nossas fantasias!

— Então cada um iria de uma coisa diferente? — Sirius perguntou franzindo a testa, tentando seguir a linha de raciocínio do amigo.

— Exatamente!

 E tirando um saquinho de sua mochila, Potter colocou-o sobre a mesa, fazendo os outros três se entreolharem, confusos.

— Hum, o que temos que fazer? — Peter perguntou encolhendo os ombros.

— Eu coloquei algumas coisas aleatórias para nos fantasiarmos, então agora temos que sortear. — Ele pressionou os lábios e olhou para Peter. — Vai você primeiro.

 E então, meio a contragosto por ser o primeiro, Pettigrew pegou um papel aleatório.

— O que eu faço com isso?

— Oras, leia e guarde o conteúdo para você. Será o tema da sua fantasia. — James respondeu como se fosse óbvio e o garoto assentiu, fazendo o que ele tinha mandado. Peter fez uma careta e depois abriu um sorriso. — Agora você, Moony.

— Er... — Remus pegou outro papel e logo o abriu, dando um longo suspiro.

— Padfoot?

 Sirius pegou o saquinho e deu uma chacoalhada nele, fazendo voar dois papeis sobre a mesa. Ele olhou para os dois com certa dúvida e escolheu o que estava mais perto, colocando o outro de volta no saco.

— Agora sou eu! — James disse animado e tirou o papel, logo o abrindo e vendo o que estava escrito. Franziu a testa por meros segundos antes de jogar a cabeça para trás e soltar uma gargalhada. — Esse será o nosso ano, garotos.

 Sirius estava pálido olhando pro próprio papel e murmurou um palavrão.

— Eu não tenho muita certeza. — Black sussurrou para Remus, que assentiu em concordância.

 Fingindo que não tinha escutado Sirius, James logo começou a listar os preparativos para a festa, completamente animado.

(...)

  Ainda naquele dia, após as aulas e um longo treino de quadribol, Marlene subia apressada a torre da grifinória.

 Quando a mesma chegou ao seu dormitório, entrou bruscamente no quarto batendo a porta. Mary e Alice se entreolharam, assustadas.

— Cadê a Evans? — Ela perguntou ainda parada de forma dramática em frente à porta.

— Ela está se trocando para fazer ronda. — Alice respondeu enquanto dobrava sua capa preta.

— Ótimo... — A loira murmurou.

— Quer nos falar algo, Lene?

— Ela irá matar o Potter! — Marlene sussurrou de maneira alarmante ao mesmo tempo em que olhava para a porta do banheiro. — Os marotos irão dar a festa de Halloween.

 As garotas abriram suas bocas em perfeitos "O", até que Mary disse baixo:

— Lilian irá surtar, ainda mais com Potter sendo monitor chefe, agora.

— Ela não pode saber!

— Quem não pode saber o quê? — A dona do assunto perguntou e três cabeças se viraram para ela, vendo a mesma de braços cruzados encostada no batente da porta.

— A... Er... — Alice balbuciou algumas vezes, de olhos arregalados.

— A guerra! — Mckinnon gritou de forma exagerada. — Os pais da Mary não podem saber da guerra, sabe como é os trouxas, né.

— Ah, claro. Sinto muito, Mary. — Evans caminhou despreocupada até Marlene e apoiou a mão sobre o ombro da amiga. — Vou fazer ronda, volto por volta das dez.

 E dito isso, Lilian saiu apressada do quarto, fechando a porta atrás de si. As garotas suspiraram aliviadas.

— Como ficou sabendo? — Alice indagou sentando-se em sua cama. — Achei que eles iriam anunciar algo do tipo somente na quarta.

— Escutei eles falando sobre isso no café.

— A festa será privada? — Mary perguntou mordendo o lábio inferior.

— Não, James deixou bem claro que todos devem se divertir um pouco. — Marlene se jogou na sua cama com os braços abertos e um olhar sonhador. — Eu talvez irei chamar a Dorcas, será que ela e outros lufanos virão?

— Se você não agir como da última vez, talvez até pode rolar algo.

 Antes que a loira pudesse retrucar o comentário de Alice, Mary anunciou:

— Eu já volto! — E saiu correndo, sem nem ao menos olhar para trás.

— Ela sabe que já deu o toque de recolher, né?

 As garotas se olharam novamente e depois reviraram os olhos. Elas começaram a conversar sobre a festa de fantasia até que Lene se alterou novamente.

— Esqueci de falar, os garotos fizeram um sorteio para decidirem as fantasias. Deveríamos fazer o mesmo, será divertido.

— E se Lily descobrir? A festa vai tipo, acabar antes mesmo de começar. — Alice falou como se fosse óbvio.

— Deixe a Evans comigo.

ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ ▧ ᴛʜᴇ ᴍᴀʀᴀᴜᴅᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora