ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 05: ᴍᴀʀʟᴇɴᴇ ɪɪ

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31 de outubro de 1977

  A ansiedade de Marlene era visível, suas mãos tremiam e sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento, mas a grifinória se manteve firme na sala comunal até as oito e meia, quando Lilian finalmente entrou no cômodo.

— O que estava fazendo? — A loira perguntou a Evans que não deixou de arquear as sobrancelhas e ver passar os olhos pelas vestes pomposas de Marlene.

— Por que está vestida assim?

 Mckinnon olhou para baixo e arregalou os olhos lançando um sorriso amarelo para a garota a sua frente, pegando o braço da mesma e a puxando para o dormitório feminino.

— Marlene, me solta! O que deu em você, hein? — Lilian se afastou dela e cruzou os braços com as sobrancelhas ruivas franzidas. — O que está acontecendo?

 Marlene balbuciou algumas coisas, sem conseguir formular uma frase coerente, até finalmente ver Mary chegar perto delas.

— Eu e as garotas vamos fazer um desfile! Era uma surpresa. Sabemos como você não gosta dessas coisas, não é, Mary? — Mckinnon perguntou a morena que assentiu meio confusa.

 Lilian considerou a resposta da amiga e entrou no quarto delas. E respirando fundo, a loira e Macdonald entraram no quarto, vendo Evans sentada de braços cruzados sobre sua cama.

— Vocês são péssimas mentirosas. — E dito isso, bufou. — Eu não consigo acreditar que esconderam a festa de Halloween de mim!

 Nessa hora Alice saiu do banheiro e encarou as três garotas em sua frente, estalando a língua em surpresa.

— Qual é, Lilian. Sabíamos que você iria querer acabar com toda a diversão. — Alice comentou e a ruiva a encarou indignada. — Agora se você quer brigar com alguém sobre, vá falar com o James, ele que organizou tudo.

— Ele o quê?! — Lilian, que sempre falava de maneira mansa, gritou e se levantou por um pulo, indo até a porta. — Aquele sangue puro metido a besta...

 E resmungando, saiu do quarto deixando as três garotas se encararem horrorizadas.

(...)

  Por mais que a cena de Lilian tenha surtido um efeito um tanto desanimador, a festa de Halloween estava incrível. Diversos alunos de outras casas andavam pela torre da grifinória fantasiados e alegres, alheios por uma única noite a rixa entre as casas.

 As garotas estavam dançando animadamente ao som de uma música trouxa qualquer quando o retrato da Mulher Gorda abriu, revelando um grupo de lufanos. Marlene – que encarava a entrada de cinco em cinco minutos – foi a primeira ver Dorcas no meio dos colegas, sorrindo aliviada por ver que a garota havia mesmo ido.

— Eu vou falar com a Dorcas. — Avisou para as amigas, que lhe desejaram boa sorte.

 Ela caminhou em passos decididos em direção a morena que conversava com um corvino e antes que pudesse ter a chance de dizer "oi", foi surpreendida por James, que apareceu em sua frente com uma barba falsa.

— Potter! — A loira exclamou irritada e olhou em direção a Meadowes, vendo que a garota havia sumido.

— Ora, que coincidência boa. — James disse com um sorriso largo no rosto. — Quem diria que iríamos pensar igual, minha querida amiga.

 Marlene sentiu o cheiro de álcool no hálito do amigo e revirou os olhos, tendo uma boa visão da fantasia de Potter.

— Somos Dumbledore e Mcgonagall, estamos incríveis! — Ele riu da própria fala e se aproximou da garota, arrumando o chapéu sobre a cabeça. — Você viu o meu pequeno lírio por ai?

— Ela está lá em cima. — Respondeu ao mesmo tempo em que colocou a mão sobre o ombro de James. — Está se arrumando para ver o namorado.

 James arregalou os olhos por um segundo, antes deles marejarem.

— Ela tem um namorado, Marlene?

— Oh, claro que não, seu idiota. Estou só brincando com você. — E ao dizer isso sem paciência nenhuma com James, sentiu uma mão tocar no seu ombro, a fazendo bufar. — Se for mais um maroto bêbado, eu me jogo desta torre.

— Eu não acho que seria uma boa marota, na verdade.

 Marlene sentiu seu sangue gelar e ainda encarando James – que estava chorando – arregalou os olhos.

— Você está incrível, Marlene. — Dorcas falou ao seu lado e a mesma se virou, vendo um sorriso radiante no rosto da morena. — Obrigada por ter me convidado.

— E-eu... Não foi nada. — Foi tudo o que conseguiu dizer, abrindo um sorriso bobo. — Se divertindo espero que esteja.

 Dorcas soltou uma risada leve e negou com a cabeça.

— Sim, estou me divertindo. Quer ajuda com ele? — E dito isso, indicou com a cabeça James, que ainda estava chorando.

— Oh, não será necessário. — Marlene deu um empurrão no amigo e o mesmo trombou com Peter, assustando o pobre garoto. — Cuide do seu amigo, eu estou ocupada.

 Ela se virou novamente para Dorcas e deu de ombros. As duas garotas ficaram se olhando por um tempo até que Alice passou e estalou o dedo na frente do rosto das duas, as incentivando a conversarem.

— Nossa, estou morrendo de sede. Você quer uma bebida? — Lene perguntou rapidamente e antes mesmo que Meadowes pudesse responder, ela puxou a garota pelo pulso até a mesa de comida. — Sabe, eu não sou muito de comer. Na verdade eu como, todo mundo come, mas eu bebo bastante também. Não álcool, eu não bebo....

— Marlene, calma! — A morena soltou uma risada e Mckinnon respirou fundo. Ela estava extremamente nervosa. — Relaxa, sou só eu, ok?

— É por esse motivo que eu não consigo relaxar. — Lene confessou. E tomando coragem, respirou fundo, continuando: — E convenhamos, você é incrível, Dorcas. Não consigo formular nem uma frase direito perto de ti, não sei como agir...

— Ora, é só ser você mesma, eu gosto de você e nada vai mudar isso. — Ela colocou a mão sobre o ombro de Marlene e sorriu. — Agora eu preciso de uma cerveja amanteigada bem gelada.

 Marlene sorriu para a morena ao seu lado e a serviu, se sentindo mais calma e completamente feliz.

ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ ▧ ᴛʜᴇ ᴍᴀʀᴀᴜᴅᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora