ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 03: ᴍᴀʀʏ ɪ

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24 de outubro de 1977

  — Ninguém me quer lá.

— Isso não é verdade! — Mary falou batendo o pé sentindo seu sangue ferver. Ele sempre era tão...

— Se me quisessem, meu próprio irmão teria me chamado, não acha? — Ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas e Mary não respondeu de imediato, absorvendo tudo aquilo. — Eu já entendi o recado.

 Regulus suspirou cansado e antes mesmo que pudesse dar três passos, Mary segurou o seu pulso. Ela o encarou com um olhar triste e sincero.

— Eu quero que você vá, Reg. — E dito isso, se aproximou um pouco dele. — Por favor.

— Eu vou ver. — Black respondeu vendo a garota abrir um enorme sorriso de revirando os olhos, completou: — Mas eu não prometo nada!


29 de outubro de 1977


 — Já entregaram as fantasias. Eu as escondi no meu baú. — Alice perguntou para as duas garotas que estavam distraídas. — Meninas!

— Hm? — Marlene foi a primeira a levantar o olhar, um pouco desnorteada. — Desculpa, eu estou morrendo de sono. Fiquei até tarde seguindo a Lily ontem.

— Eu te vi na sala comunal com James. — A do cabelo curto comentou com a sobrancelha arqueada. — Está rolando algo entre vocês?

— O que? Não! Céus, James Potter é e sempre foi apaixonado pela Lilian, não é, Mary? — A loira chamou a morena para conversa, que até então estava tentando se concentrar em seu livro de herbologia.

— É, é... Tanto faz. — Ela respondeu sem um pingo de animação na voz.

— Aconteceu algo, Mary? — Alice perguntou indo se sentar ao lado da amiga, que finalmente levantou o olhar assustada. — Você está meio estranha essa semana.

— Só um pouco preocupada com os NIEMs, só isso. — Mary respondeu dando um sorriso fechado.

 A verdade era que ela não tirava sua conversa com Regulus da cabeça e ainda por cima se arrependia amargamente de tê-lo chamado para a festa, sabia que Sirius a mataria se soubesse. Mas ela gostava do Black mais novo e mesmo que nunca tivesse dito isso a ninguém, estava muito ansiosa para que ele a visse com a fantasia sorteada.

 As garotas haviam feito o sorteio entre si na quinta-feira e com a ajuda de uma garota do quinto ano, conseguiram facilmente as fantasias no dia seguinte.

— Não, eu te conheço. Não pode ser só isso. — Alice falou com a testa levemente franzida.

— Se não acredita em mim problema seu, agora me dá licença que eu preciso dormir. — Mary respondeu brava e empurrou a amiga com pé, a fazendo murmurar um palavrão.


30 de outubro de 1977

  Mary estava nas masmorras em frente à sala comunal da sonserina. Mesmo sendo xingada de todos os nomes possíveis, ela não desistiu de esperar o sangue-puro aparecer e com isso, ficou boa parte de sua tarde encostada na parede de pedra fria.

 Estava quase dando o toque de recolher quando viu um garoto alto sair de dentro da passagem, vindo com os punhos cerrados em sua direção.

— O que você pensa que está fazendo aqui há essa hora? — Regulus perguntou puxando seu braço com força para longe da entrada.

 Mary arregalou os olhos assustada por ver Black daquele jeito, normalmente ele era uma pessoa fria e calma, não irritado e agressivo.

— Reg? Regulus, me solta! — Ela gritou com ele e puxou seu braço, o fazendo soltar e a encarar de forma irritado.

— Você só pode ter acertado algum feitiço na cabeça. — Ele falou bravo. — Você sabe que estamos em guerra e muitos sonserinos não se importariam de machucar uma nascida trouxa.

— Eu sei me cuidar, Black. — Mary respondeu cruzando os braços com o coração acelerado pela adrenalina repentina. — Eu só vim aqui para falar com você.

— Era só me mandar uma coruja. — Regulus respirou fundo e olhou no fundo dos olhos de Mary. — Por favor, prometa que não irá mais vir aqui há essa hora.

— Eu prometo.

 Eles desviaram os olhares após alguns segundos de silêncio e tomando coragem, Mary tocou o rosto de Regulus, que voltou a encará-la a contragosto.

— Só queria saber se você vai a festa de halloween amanhã.

— Eu vou. — Ele falou seriamente.

ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ ▧ ᴛʜᴇ ᴍᴀʀᴀᴜᴅᴇʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora