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O rapaz misterioso de olhos azuis aproxima-se e sussura-me uma vez mais " eu disse que te ias arrepender de ter vindo". O seu olhar cruza-se com o meu e os nossos corpos estao apenas a uns breves centimetros de distancia. Ele aproxima-se e o meu corpo nao se move apesar de na minha cabeça gritar "PARA". O maluco continua a aproximar-se e no exato momento em que parecia me ia beijar ri-se e eu....acordo sobressaltada com este sonho.
Engolo em seco e olho para as horas: 3:00 da manha... Ajeitei a almofada, voltei a deitar-me e suspirei antes de fechar os olhos para tentar adormecer.

8 da manhã e o meu despertador "grita-me" aos ouvidos. Assim que acabo de me preparar desço as escadas e encontro a minha mãe a tomar o pequeno almoço.

-Bom dia!-digo e pego numa maçã da fruteira.

-Bom dia! Dormiste bem?-perguntou enquanto deitava a ração à minha gata Layde.

Parei de mastigar e acenei que sim. Não era uma boa mentirosa e a verdade é que desde que conheci este tal rapaz que não parei de ter estes sonhos esquisitos, ou melhor pesadelos.

A minha mae levou me ate à escola e mais tarde levou me ao hospital, hoje apenas podia ficar algumas horas

Assim que lá cheguei estava tudo numa correria. Vi o porteiro e decidi perguntar o que se passava.

-Bom dia! O que se passou? Porquê toda esta confusão?- fui atrás dele.

- Um dos doentes trancou-se com uma enfermeira e ameaça mata-la se não o deixarmos ir embora - diz me apressadamente

-Qual deles é? Posso ajudar em alguma coisa?

-Anda anda.
Acompanhei-o ate chegarmos ao pé da Dr. Emily e de muitas seguranças.

-Alguém tem de lá entrar e fazê-lo parar! Basta esta seringa para ele parar!-Uma enfermeira disse.

-EU CONSIGO OUVIR VOS! NINGUEM ENTRA AQUI!!! - O rapaz grita e rapidamente reconheço a sua voz.

-É ele...-sussurrei.

-EU TENHO QUE SAIR DAQUI! EU NÃO SOU MALUCO! EU NÃO SOU MALUCO! EU NÃO SOU!!- começou a gritar.

- NAO ES MALUCO CALMA - Gritei de volta num impulso
Ele calou se e ouviamos a sua forte respiração junto com o choro assustado da enfermeira.

Todos olharam na minha direcção e a Dra. Emily sorriu-me e entregou-me a seringa.

-Só tens de conseguir espetar-lhe isto no braço. Achas que consegues?-sussurrou-me e eu tremi de medo.

Acabei por acenar e dirigi-me ate à porta.
-Luke? - chamei a medo

-O que queres?! O que estás a fazer?!-perguntou exaltado e assim que a porta se abriu vi que ele tinha atacadores das sapatilhas à volta do pescoço de uma das enfermeiras.

Deixei cair a seringa e caminhei ate junto dele:
-t-t-u estas bem? - Falei ao mesmo tempo que via as marcas que ficaram no seu pescoço
Ele sorri tal igual como no meu sonho mas desta vez fomos interrompidos por um segurança que rapidamente lhe administrou a seringa e eu tive de o ver a desmaiar mesmo à minha frente.

-Ele vai ficar bem? O que lhe vai acontecer?- perguntei a correr atrás dos seguranças que o carregavam.

- Ele vai ficar umas horas na enfermaria e depois vai ficar na solitária uns tantos dias - um deles fala calmamente quase friamente.

-Mas...-tentei falar.

-Sem mas Bethany! Temos que tratar dos outros pacientes, já perdemos demasiado tempo com este idiota!-um dos seguranças disse e uma raiva cresceu dentro de mim.

-Ele merece muito mais que isto - grito e lagrimas começam a escorrer pelo meu rosto
-Bethany, acho que devíamos ir até ao meu gabinete - a voz Dr. Emily soa atras de mim.

Assim que entramos no gabinete Dr. Emily fez sinal e sentei me na cadeira em frente à sua secretária, Dr. Emily sentou-se atrás da mesma.

-Lembraste da primeira regra, não te lembras Bethany?-Falou e pela primeira vez não vi uma expressão simpática e bondosa, desta vez vi uma expressão sínica.

-Ah...ah...era...-tentava enrolar.

Dra. Emily levantou-se e caminhou até mim. Depois de se colocar atrás de mim sussurrou-me ao ouvido.

-A primeira regra era "Não te ligares emocionalmente aos pacientes". Parece que temos aqui uma menina desobediente, hum?-riu.

Talvez seguir as regras não fosse o meu forte. 


pure soul [l.h.]Where stories live. Discover now