Inseparáveis

Cap 77- Propostas Ameaçadoras

   Buttercup reagiu no mesmo segundo, ela segurou as mãos de Bubbles recobrando a consciência. Deu um longo suspiro olhando diretamente para Bubbles. Bubbles tirou a sua fina unha de gelo do tórax de Buttercup surpresa.
   Naquele momento, os corvos se aproximaram numa velocidade absurda de ambas as irmãs.
   Bubbles suspirou aliviada e fechou os olhos.
- Não acredito que deu certo.- A loira falou agradecendo mentalmente.
- Bu--
- Não fala. Não faz esforço. Você sofreu uma lesão na preula, o ar do seu pulmão vazou pro tórax. Droga...O que eu faço? Preciso do equipamento e de tubos torácicas...- Bubbles murmurou a última parte.
- Tudo bem. Eu já perfurei, o ar vai sair. Mas precisa tratar de seu pulmão, no hospital. Não tenho aparelhos aqui.- Bubbles falou com calma para a morena que se sentou bruscamente.
- O QUÊ?!- A morena gritou assustando Bubbles que a deitou novamente e apertou os ombros de Buttercup.
- O que eu falei...sobre movimentos BRUSCOS?!- Bubbles perguntou segurando ela para que ela não se levantasse. A loira ainda gemeu de dor e colocou uma mão em cima da região da costela.
- Eu não...vou para um hospital...no meio de uma luta!...Tá maluca?!- Buttercup esbravejou dando pausas para respirar. Já que ainda estava numa situação complicada.
   Bubbles olhou para a mão da irmã que estava com a palma inchada, regiões roxas em seus braços, até mesmo ombros e pescoço.
- Buttercup...uma toxina tá se espalhando pelo seu corpo.- Bubbles falou franzindo a testa.
- Eu sei.
- NÃO FA- A loira gritou e se interrompeu olhando diretamente para Buttercup.- Você sabia? Você sabia?! Você ficou maluca?! Por que não me chamou?! Por que deixou isso se espalhar assim?!
- Ah...por favor, Bubbles...eu sei me cuidar sozinha.- Buttercup respondeu fazendo Bubbles bater na própria testa e negar várias vezes.- Eu sei que eu tô ferrada!...Mas já me livrei de 2 deles...E...é isso o que importa...tem mais deles...se tem mais, eu não vou...simplesmente ir para o hospital.
Bubbles olhou para ela e se deu por vencida, ou quase.
    A loira criou uma placa de gelo e com uma estaca escreveu nela que precisava de um equipamento para tratar de um pneumotórax. Assinando o mesmo logo depois.
- Levem isso para o hospital mais próximo daqui. Entreguem isso, precisamos disso já. Tragam, não é algo grande ou muito pesado.- Bubbles falou estendendo o aviso nas mãos.
    Eles apenas viraram o rosto. Afinal, só obedecem Buttercup.
- Se não me obedecerem, o pulmão dela não vai voltar ao normal, ela vai depender de apenas um pulmão. Sem tratamento ela vai ficar em péssimas condições. A toxina no corpo vai infectar cada órgão um por um, ela vai sofrer cada segundo até morrer.- Bubbles falou de modo assustador.
- Então...se não querem que isso aconteça, me obedeçam.- Bubbles falou sorrindo minimamente de olhos fechados.
Eles agarraram o aviso de Bubbles e voaram às pressas.
- Você fala....umas coisas assustadoras...Quando tá tratando alguém sob pressão.- Buttercup murmurou.- É...engraçado.
- Eu fico nervosa, ok? Tudo bem...vou tentar amenizar a situação com essa coisa em você.
- Seja rápida. Temos muita...coisa pra fazer.- Buttercup falou olhando para Bubbles que posicionou suas mãos sobre a dela.
- Não ache que te dei passe livre pra se quebrar toda de novo! Quer morrer?! Vai ficar quieta por um tempo!
- NEM FODEN-

     Yell. O nome de um homem mediano, cabelos pretos e longos. Pele negra, olhos roxos, magro, sobrancelhas curvadas e de expressões exageradas.
    Tinha uma voz impactante, isso, antes de receber poderes. Era um homem de 27 anos, fazia apresentações e era chamado para diversos programas para mostrar sua grande habilidade. Sua voz. Seu poder não veio do nada, sem cabimento algum. Havia uma ligação.
   Antes de tudo ele era conhecido como "O Grito" como a famosa série de pinturas do norueguês Edvard Munch. Como as pinturas, Yell representava a angústia, a ansiedade do ser humano, com expressões e de forma bem direta, levando realmente à sério o nome da série, com um brado impressionante, capaz de quebrar uma quantia limitada de taças, peças pequenas e grandes de vidro. Mas era interessante o modo como ele fazia aquilo. Ele quebrava vidraças, mas nenhum som que ele produzia afetava a audição humana. As pessoas achavam aquilo extremamente interessante, como se o som que ele produz fosse totalmente direcionado, focado em algo específico.
    Quando ele começou a ficar conhecido entre algumas pessoas, e quando começaram a chamá-lo de "O Grito". Ele raspou a cabeça, em homenagem ao reconhecimento. Seu cabelo não era tão longo quanto o tempo atual, era curto, sua meta era deixá-lo bem grande. Mas raspou para entrar no personagem, ser o personagem.
    Sempre fora um homem afastado de seus familiares, isso nunca o afetou. Era apenas ele, sempre ele. A única pessoa que ele tinha proximidade era seu amigo, "Rich" como o chamavam.
    Um dia ensolarado estava , calor de 34° graus. O calor estava o matando. Estava indo ao trabalho, o homem estava extremamente atrasado, por isso andava às pressas.
   Era muita pressa...
   Tanta que ele não prestou tanta atenção quando devia. Quanto queria.
   Ele só ouviu uma buzina bem perto de si. Poucos segundos depois, ele passou a ouvir o tumulto na rua. Frases como "alguém ligue para a ambulância!" Ou "Oh Meu Deus. Proteja este homem."
    Era tudo muito falho, sua audição falhava e ele não conseguia abrir os olhos.
Momentos depois, minutos, horas, dias, até meses se passaram. Foi quando ele recobrou a consciência. Ou achou que sim.
    Ele abriu os olhos, estava tudo preto.
- Você está quase morto...que desastre. Não há nada que esses médicos possam fazer em sua situação. Você é um ser limitado, mas interessante. Não posso perder alguém assim. Eu vou te fazer uma proposta que vai decidir a sua vida, se ela acaba aqui ou se ainda viverá e passará por grandes experiências inovadoras. Diga-me..."O Grito"...Você quer viver?