Cap 28- Blues.

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Assim que o loiro acordou lembrou do que houve na madrugada daquele dia.
- Ótimo, levei um murro no meio da cara e ainda fiquei sem meu celular.- Falou o loiro batendo a mão na testa. Mas logo se arrependeu pois ainda sentia dor na cabeça.
- Pelo menos ele não saiu ileso.- Continuou ele lembrando do chute que dera na perna de Butch, o que fez o irmão sentir dor na perna pelo resto da madrugada. Nem lembrava mais o motivo daquela briga.
Suspirou cansado. Entrou no banheiro e logo após um banho saiu vestindo um casaco azul aberto, uma camiseta preta e uma calça moletom preta.
Desceu as escadas e notou que acordou mais tarde que o normal. Butch já havia saído de casa e Brick estava mexendo no celular. Arqueou a sobrancelha, aquela cena não era tão estranha.
Foi para a cozinha e o macaco estava sentado e passando uma torrada.
Sem falar nada, apenas foi direto para a geladeira, a abrindo e pegando o leite líquido gelado que estava ali.
Pegou uma caneca e jogou achocolatado e logo depois o leite gelado mesmo. Já era mania tomar achocolatado gelado toda manhã.
- Boomer, chame o Brick. Estou organizando algo ótimo.- Falou o macaco finalmente notando a presença do loiro a sua frente.
Boomer olhou o mesmo com uma expressão de tédio e revirou os olhos. Ignorou o que foi falado pelo macaco, o que fez com que o mesmo olhasse Boomer e falasse mais uma vez, só que mais alto agora.
- Vai chamar o Brick, talvez um roubo faça vocês colocarem a cabeça no lugar.- E foi novamente ignorado.
- Está surdo?!- Esbravejou o macaco e recebendo um olhar de indignação do loiro.
- Eu não tenho paciência para isso...me deixa em paz, porra.- Boomer falou de forma fria e saindo da cozinha logo depois. Ainda escutou o macaco chamar seu nome. Mas, não ligou e saiu de casa.
Brick que estava na sala, escutou os dois e se perguntou se o mau-humor do Boomer era mesmo só por causa de um celular.
Viu o irmão sair e era realmente difícil ver Boomer tão mau-humorado.
Boomer colocou as mãos no bolso e encarou a rua, seguiu para qualquer lado e sentia o vento frio no seu rosto.
Após alguns minutos andando lembrou do que passou com as meninas e os irmãos. Eles se aproximaram mesmo.
Lembrou do nível que atingiram com suas habilidades. Cada um aprimorando o que mais dominam...fogo, explosão, eletricidade, gelo, super-força e levitação.
É claro que cada um tem maior foco em uma habilidade em específico, mas eles não possuem apenas essas habilidades.
Eles possuem outras como velocidade, agilidade, capacidade de criação de jatos de ar, capacidade de criar armas de acordo suas habilidades principais, são sensitivos, podem criar barreiras ou escudos de diversas formas e força, entre outros.
Também são capazes de criar ataques diferenciados com suas habilidades principais.
Já estava num beco deserto, seus pensamentos estavam tão longe que ele só se deu conta que estava andando no meio da rua quando tombou forte com um homem alto e forte que estava acompanhado de outro homem alto e forte.
Boomer apenas continuou caminhando normalmente.
- Ei! Branquelo! Olha por onde anda!- Um deles gritou para Boomer que continuou andando.- Quer apanhar?!- O outro gritou para Boomer que apenas parou de andar e olhou para trás com um olhar desafiador.
- Sinceramente...- Boomer falou fechando os olhos e passando a mão no cabelo de fios loiros curvados.- Tentem.- Ele falou após uma pequena pausa e logo depois encarou os homens que trincaram os dentes e partiram para cima de Boomer.
Boomer suspirou e virou as costas. Os homens sentiram uma leve brisa e logo depois um jato forte de ar. Foram arremessados contra a parede, assim batendo a cabeça e desmaiando.
Quando ele olhou para os dois desmaiados, notou que a cabeça de ambos sangravam bastante, morreriam ali por perder muito sangue, o corpo do loiro se arrepiou, sua pupila dilatou...ele virou novamente e passou a voar.
Voltou para casa e foi direto para o quarto, notou que não tinha mais ninguém em casa. Pegou seu violão e começou a tocar sua música favorita, cantou também, mas aquela música precisava de duas vozes, pelo menos ele pensava assim. Após três horas, escutou a campainha da casa.
Saiu do quarto e abriu a porta, era Bubbles.
- Oi Boom.- Ela falou sorrindo gentilmente.
Ele sorriu, pela primeira vez naquele dia. E deu espaço para que ela entrasse.
- O Brick também não está?- Ela perguntou e ele negou com a cabeça.
Boomer acabou voltando para o quarto e Bubbles foi junto. Quando entraram Boomer sentou e Bubbles o encarava ainda em pé.
Olhou o violão em cima da cama e sorriu.
- Eu não sabia que você toca.- Ela falou animada e se sentando ao lado dele.
- Você tem uma voz linda, Bub. Eu estava tocando antes, mas senti falta de uma voz. A sua é perfeita.- Ele falou encarando ela.
- Como sabe?
- A Bloss falou por alto. Eu não duvido.
- Eu não sei se consigo com você me olhando.- Ela falou rindo.
- Mas fica melhor se eu te olhar.
Ela suspirou e sorriu, deu uma longa pausa. E então começou a cantar sua música favorita. Moral of the story.
Uma voz tão calma, relaxante, mas ao mesmo tempo te anima. Era realmente linda.
Boomer olhava a garota cantar, ele sorria, parecia que todo seu mau-humor havia sumido a partir do momento que viu Bubbles, e agora ouvir a mesma cantar o deixava tão confortável.
Quando ela terminou, abriu os olhos e viu ele sorrindo com a mão no queixo, bem perto dela. A mesma corou na mesma hora.
- Você ficou assim o tempo todo?!- Ela perguntou rindo e colocando a mão na frente do rosto.
Ele concordou e viu ela rir mais ainda, mas ainda parecia estar com vergonha.
- Isso não se faz, Boomer!- Ela falou antes de se levantar, ele puxou ela o que fez a mesma cair sob a cama e a abraçou ainda rindo.
- Sabe cantar Girls need love?- Perguntou ele após parar de rir, e ela concordou.
Ele pegou o violão e posicionou em frente ao seu corpo. Contou de 1 até 3 e começou a tocar, cantavam e alternavam na letra.
E passaram muito tempo ali, cantando diversas músicas diferentes.
- Bub, quer aprender a tocar?- Ele perguntou para ela que sorriu e respondeu com um "sim".
Ele levantou e pegou seu caderno com algumas anotações sobre as músicas, entregou a ela e a mesma lia o que tinha em algumas páginas, depois ele pegou o violão e colocou no colo dela. Posicionou do jeito certo e tocou em cada corda para mostrar a diferença do som que sai de cada uma.
Enfim, pediu para que a loira tocasse em todas as cordas.
Eles ficaram ali por 40 minutos, numa tentativa com o violão.
- É mais difícil do que pensei.- Ela falou colocando o violão na cama ao seu lado.
- Bom...você começou hoje e eu não sou um professor tão bom assim, nem sei como se ensina a tocar violão.- Ele falou num tom brincalhão.
Ela sorriu e falou "você é um ótimo professor."
Logo depois se levantou da cama num pulo, deixando Boomer confuso.
- O que foi?
- Eu preciso procurar o colar.- Ela falou e ele franziu a testa. Puxou ele e saíram do quarto, mas se depararam com o macaco no corredor que viu os dois saindo dali.
- An...oi, macaco.- Bubbles falou e viu o macaco soltar ar pelo nariz e revirar os olhos, saindo do corredor.
Ela olhou para Boomer confusa, ele colocou as mãos nos bolsos e negou com a cabeça.
Saíram da casa dos meninos e foram para a casa das meninas, subiram direto para o quarto de Bubbles e ela começou a vasculhar as gavetas.
- Que colar é esse?
- Um colar com um pingente de um escorpião vermelho.- Ela falou colocando as mãos na cintura e abaixando a cabeça.
- Não é a sua cara.- Boomer falou se referindo ao colar e ela concordou.
- Não é meu.- Falou e logo depois levantou a cabeça rapidamente. E olhando para seu guarda roupa.
Abriu o mesmo e olhou a parte de cima, apontou para uma parte do quarda roupa e um colar congelado veio em sua direção.
Suspirou de alívio e descongelou o mesmo. Sorriu vitoriosa e pegou o celular.
Falava com Blossom sobre o tal colar, depois pediu para esperar e saiu do quarto.
Depois voltou sorridente. Sentou na poltrona do quarto e suspirou fechando os olhos, começou a se abanar freneticamente.
Nesse tempo o loiro a olhava, a garota vestia uma blusa fina cinza e um short curto preto, a noite estava chegando e estava realmente muito frio. E Bubbles estava se abanando.
Era realmente difícil a Bubbles sentir calor, já que a temperatura do corpo dela é muito fria, e naquela noite ela estava com muito calor.
- Bubbles. Você tá bem?- Perguntou ele ao ver ela se abanando tanto, como nunca tinha visto, só faltava a mesma rancar as roupas ali mesmo de tanto calor.
- Desculpa, Boom...eu só senti...calor um vez antes...de hoje, eu sinto como se eu fosse...derreter.- A loira falou com dificuldade e se levantou logo depois.
- Tenta...tenta fazer o gelo se juntar a sua pele. Isso pode te ajudar.- Boomer falou ainda hesitante.
- Eu não consigo...usar o gelo- Ela falava e Boomer estava ficando nervoso com a situação. Ela falou que, depois que ela congelou a sala inteira durante a luta contra a Carla, ela sentiu seu corpo aquecer de repente. E isso nunca tinha acontecido.
Boomer ajudou ela a se levantar e a levou até o banheiro. Se ela não pode usar o gelo teria que tomar um banho bem gelado. Pegou uma roupa do guarda-roupa dela e a entregou.
- Você consegue sozinha?Quer que eu ligue para a Blossom vir e te ajudar?- Perguntou Boomer para a garota que negou.
- Eu consigo.
Boomer saiu e fechou a porta. Suspirou pensando como isso poderia estar acontecendo tão repentinamente.
- Talvez...aquela reação espontânea do corpo dela ao congelar toda a sala deve ter descontrolado o corpo dela. Agora as funções do mesmo estão...confusos?- Ele falava sozinho e logo depois murmurou um "talvez".
Se sentou na cama e ficou ali por alguns minutos. Logo Bubbles saiu e parecia bem demais para alguém que só faltou desmaiar à poucos minutos.
- E então?- Ele perguntou para ela.
- Eu me senti estranhamente bem após o banho.
O mesmo suspirou aliviado e a encarou.
Passaram um tempo em silêncio. Nenhum dos dois parecia estar entendendo o que estava acontecendo.
- Tá bem mesmo?
- Sim...eu tô com muito tédio e eu tô cansada desses assuntos doidos. Vamos assistir um filme?- Ela perguntou para ele que concordou e logo ela pegou o controle da televisão e se sentou ao lado dele.
Escolheram um filme e ficaram lá mesmo assistindo.
Após alguns minutos, Bubbles pegou uma coberta e se encostou na parede atrás da cama, e Boomer a acompanhou.
O filme continha 1 hora e 40 minutos. Era um comédia misturada com ação, e realmente era uma comédia boa.
Eles riam das frases aleatórias e das situações que os personagens passavam e ao mesmo tempo ficavam vidrados na televisão ao chegar numa cena de luta.
Após 1 hora de filme, ambos escutaram batidas na porta.
- Bubbles.- Era a voz do professor. Bubbles inclinou a cabeça e falou um "Entra!"
Boomer deu de ombros e continuou assistindo o filme.
- Filha, o que acha de- Ele falava com vários papéis nas mãos e abriu a pota olhando para os papéis. Interrompeu sua fala quando olhou para Bubbles e viu Boomer ao lado dela.
- Ah...oi Boomer.- Falou o professor estranhando a situação.
- Iai.- Ele falou e ficou olhando o professor por poucos segundos, mas logo voltou a atenção para o filme.
- Que tanto de papel é esse?- Bubbles perguntou para o professor que a olhou.
- Receitas. Tô pensando em fazer algo diferente hoje. Na verdade, eu já tentei. Mas não deu muito certo...enfim, vou fazer outra coisa. Qual desses você acha que eu deveria fazer hoje?- Falou o professor e Bubbles arqueou a sobrancelha. Ele teve tempo de tomar café, almoçar e agora vai fazer o jantar. "Parece que ele quer passar as refeições conosco hoje." Bubbles pensava
- Que tal esse?- Ela falou pegando um papel e mostrando para ele que sorriu.
- Imaginei.
- Não quer ajuda?- Ela perguntou para ele que já tinha saído do quarto.
- Não. Gosto de cozinhar sozinho.- Ele respondeu da escada e sorriu para a loira que deu risada. Era fato, ele gosta mais de cozinhar sozinho.
A loira se perguntava o que será que aconteceu para ele sair daquele laboratório tantas vezes só num dia.
Uma novidade.
A maioria do que ele fazia dentro daquele laboratório era para a proteção da cidade, então as meninas não reclamavam da ausência. Afinal, elas foram criadas para isso. Mesmo que o professor já tenha dito que elas são mais que as salvadoras da cidade, são suas filhas.
Bubbles se sentou de novo e colocou o cobertor sobre as pernas.
- Ele não se importa com o fato de que estou aqui?- Boomer perguntou para a loira que negou.- Ele não acha que posso te atacar de repente?- Perguntou ele depois e Bubbles riu dessa última pergunta.
- Você? Me atacar? Como você me atacaria? Eu duvido.- Falou ela sorrindo.
Ele se aproximou dela de forma séria, fazendo a loira inclinar a cabeça.
Quebrando totalmente a dúvida da loira, ele começou a fazer cócegas na azulada.
Ela começou a rir, imediatamente.
A loira tentava empurrar Boomer, enquanto ria e se contorcia na cama.
Boomer notou que a temperatura corporal de Bubbles já estava "normal". Fria.
Ela ria tanto que estava quase caindo da cama, em meio a crise de risadas a loira falou "para".
- Ainda duvida?- Boomer perguntou para ela, a loira negou várias vezes enquanto dava risada.
Quando ele parou e se sentou na cama novamente, Bubbles controlava a risada e o jogou um travesseiro no loiro.
- Isso...não vale.- Ela falou rindo no meio da frase.
Boomer deu risada e logo depois, Bubbles notou que seu cabelo já estava solto. Pegou dois prendedores azuis e amarrou seus cabelos o dividindo em duas partes. Aquele penteado que ela sempre fez, após cansar do penteado "maria chiquinha"
Suspirou e encarou Boomer que levantou a mãos sinalizando que não ia fazer nada.
Voltaram a assistir o filme no mesmo clima de antes. O ar estava tão leve, um ar divertido.
Ao fim do filme, Boomer disse que iria para casa e que ela deveria ficar atenta a temperatura corporal dela.
Antes de sair, beijou o canto da boca da loira e pulou a janela.
Bubbles negou com a cabeça e pensou "Era só ele descer as escadas e sair como alguém normal".
Desceu para a cozinha e ficou assistindo o professor cozinhar.

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