capitulo 4- Adam

2K 147 14
                                    

Se tem dor pior do que a de ver um filho mal eu definitivamente desconheço, ver meu filho passando por essa situação me parte o coração, ele é  apenas um bebê, que não merece nada disso, ele não entende oq está acontecendo

Quando Maya me disse oq causou essa dor em meu filho, por mais preocupado que eu estivesse não pude evitar o ódio que senti, isso não aconteceria de Júlia cumprisse seu papel de mãe, era seu dever amamentar meu filho

Enquanto o encarava naquela incubadora, eu me senti tão impotente por não poder dar oq ele precisava, eu jurei a mim mesmo que faria de tudo para tirar meu filho dessa situação, eu pagaria oq fosse para que qualquer mulher amamentasse meu filho, que fizesse essa maldita dor passar

Depois de vê-lo praticamente me expulsaram do quarto, eu relutantemente fui para casa, tomar um banho e tirar de mim esse peso da impotência

Depois de um bom banho eu me dirigi novamente ao carro e segui até a fonte de meus problemas, adentrei o prédio e subi ate meu destino, sem perder tempo eu abri a porta do apartamento

-JÚLIA, JÚLIA- gritei

- pra que gritar, qual seu problema- disse chegando na sala, vindo do quarto

- meu problema, meu problema é vc, se tivesse cumprido seu papel de mãe, meu filho não estaria em um hospital lutando pra sobreviver

- la vem vc com essa história de novo, olha só eu estou passando pela depressão pós parto, preciso de tempo

- não use essa desculpa pra mim, vc não tem depressão, pq simplemente não assume sua responsabilidade ou diz logo que não queria ser mãe

- já que quer ouvir é verdade eu não queria ser mãe, desde que aquele menino nasceu vc me esqueceu, meu corpo não é mais o mesmo, aquela cicatriz está aqui para provar que eu nunca maid serei a mesma, não sou obrigada a parar minha vida por um filho

- seu filho- esbracejei apontando para ela, - seu filho, por não ser amamentado oq era o mínimo que vc deveria fazer está em uma incubadora lutando pra sobreviver contra uma bactéria

- olha só eu não sou nem a primeira nem a última mulher que não amamenta um bebê, vc está fazendo tempestade em copo de água.

- mas vc sabe muito bem que Peter veio de um parto complicado, que ele exige mais atenção e paciência

-isso eu sei perfeitamente bem, pq graças a isso eu tenho uma cicatriz enorme que me lembra do erro que cometi- fecho minhas mãos em punhos, tentando controlar minha raiva

- eu vou embora, oq se eu ficar mais um tempo aqui é capaz de eu cometer uma loucura

Sai de lá ensandecido de raiva, como um ser humano pode ser tão insensível, principalmente com o próprio filho

Chegando no hospital me dirijo até o quarto de meu menino, vejo doutora maya o encarando perto da incubadora, pelos seus olhos vejo carinho, compaixão e amor, coisas que eu deveria ver nos olhos de Júlia

- olá senhora Levi não tinha te visto

- oi, como ele esta ?- perguntei enfiando a mão e tocando seus pequenos dedinhos

- estavel, conversei com a minha amiga que deu a luz recentemente ela topou lhe ajudar - a olhei e sorri agradecido - estava só esperando vc chegar para o levar lá

- então vamos ?- perguntei ansioso

- Claro vamos- ela ajeitou a incubadora e saiu empurrando e eu atrás

Chegamos a um quarto e avistei uma mulher deitada na cama com um bebê nos braços

Maya adentrou o quarto e a mulher ergueu a cabeça e sorriu

- oi Rose, como vc está?- disse se aproximando da cama

- bem

- bom esse é o pequeno Peter e o pai dele senhor Levi - nos apresentou

- me chame de Adam- me aproximei pegando sua mão - muito obrigado pela ajuda

- não tem que me agradecer, sou mãe eu entendo- logo a porta se abre novamente e dele entra uma mulher - oi meu amor- a morena que havia entrado se aproximou e beijou a testa de rose - pode pega-la disse indicando o bebê em seus braços

A morena pegou o bebê e foi para o outro lado da sala

- Podemos começar?- disse maya

- Claro

Maya se aproximou e abriu a incubadora e pegou meu filho, com cuidado pelos fios aos quais ele estava ligado, ela o colocou no colo de Rose e a mesma se ajeitou tirando o peito pra fora, ela aproximou e peito de Peter, passados alguns minutos ela franziu o cenho é isso fez meu coração acelerar

- tem algo de errado- ela disse- ele não pega meu peito

- isso é estranho, um bebê que jamais foi amamentado geralmente não recusa  o peito- disse maya - Levi ele já foi amamentado alguma vez, depois do nascimento, pois geralmente quando ele mama uma vez não pega outro peito

- não, ele desde que nasceu não foi amamentado

- tá, vamos ter que procurar outra opção

- pq não tenta maya- disse Rose, franzi a testa sem entender

- acho melhor não, se ele não pegou o seu porque pagaria o meu

- vc amamenta- disse totalmente confuso ao assunto

- olha é complicado, não quero falar disso agora

- não custa tentar Maya

Antes que maya respondesse Peter começou a chorar, ela o pegou dos braços de rose e o colocou de novo na incubadora

- resolvemos isso outra hora, preciso levá-lo ao quarto, volto para te ver antes de receber sua alta - ela parecia meio embolada nas palavras, um pouco nervosa

- Adam, sinto muito não poder lhe ajudar - disse Rose

- não tem problema,vc pelo menos tentou, eu lhe agradeço por isso- lhe dei um sorriso se mostrar os dentes e segui atrás de Maya

Mas aquela ideia ainda estava encucada na minha cabeça, pq Maya não podia tentar, o marido se importaria, e pq ela produziria leite sem ter filhos?

Chegamos no quarto novamente e Maya apenas arrumou a incubadora e saiu sem falar mais nada, eu não sabia que ela ficaria tão transtornada ao pensar que ela poderia amamentar Peter, eu estou tão desesperado para que meu filho fique bem que não me importo com quem for

A MAMÃE MÉDICA Onde histórias criam vida. Descubra agora