capítulo 6- Adam

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Observo Maya amamentando Peter, e me encanto com a cena, ela não tinha obrigação nenhuma de fazer algo desse tipo, porém fez de coração

Ainda tenho a curiosidade do porque Peter aceitou o seio de Maya e não o da outra mulher, e também o que faremos depois que sair do hospital, já que ele precisará ser amamentado novamente

- porque me olha desse jeito?- diz Maya enquanto olha para Peter com um carinho que nem a própria mãe tem por ele

- é uma cena bonita de se apreciar, é um carinho admirável, um ato bonito- digo me aproximando - o que faremos quando ele receber a alta?- ela suspira

- eu não sei, a amamentação é primordial para o tratamento dele, mais não pensarei nisso agora, senão me arrependerei e isso é errado, de uma forma ou outra, eu cumpri meu trabalho, salvei uma vida, é o que importa- disse enquanto acariciava a frágil cabecinha de Peter, que a encarava e se concentrava em mamar

- eu entendo que não queira pensar nisso agora, porém é necessário, é doloroso ver meu filho nessa situação, e faço o que tiver que fazer para não vê-lo novamente aqui

- não se preocupe darei um jeito, sabia que se tomasse essa decisão teria que arcar com as consequências e estou disposta, não vou desistir

- obrigado

- não precisa agradecer é meu trabalho e eu amo o que faço

- mas mesmo assim obrigado- ela olha para mim pela primeira vez durante essa conversa, em seus olhos havia um mistura intensa de emoções como amor, carinho, preocupação e até um pouco de desespero

- não há de que- sorriu sem mostrar os dentes e voltou sua atenção para meu filho havia pegado no sono

Ela delicadamente retira seu seio de sua boca e arruma a blusa, arruma Peter delicadamente em seus braços e se levanta tomando cuidado com os fios que estavam ligado ao meu pequeno, o leva em direção à encubadora o colocando ali com todo cuidado do mundo

- daqui algum tempo vou mandar alguém aqui para ver como ele anda e se o leite realmente o ajudou, e sobre o outro assunto eu vou analisar
As nossas opções e te falo para que fique a par de todas as coisas- disse saindo quarto, balancei a cabeça em concordância e segui em direção à poltrona do quarto

Eu estava exausto desde que Peter deu entrada no hospital eu não tenho dormido direito, peguei alguns dias do trabalho já que como chefe eu tenho todo o direito de fazer isso, fechei os olhos para descansar um pouco mas parece que não durou muito

Logo sinto um cutucão em meu ombro, abro meus olhos e dou de cara com Chris meu amigo e vice presidente da empresa

- eai cara, como anda o pequeno Peter- se aproxima da incubadora com as mãos no bolso

- bem melhor do que antes, graças a doutora Maya

- então ela achou alguém que resolvesse o problema com a amamentação? - eu estava mantendo Chris a par de tudo, já que era meu amigo e padrinho de Peter

- sim, porém ela não achou ninguém- ele me olhou com um semblante confuso- ela mesma o amamentou- ele abriu a boca em choque

- sério?

- sim

- mas ela pode fazer isso?

- se pode eu não sei, mas ela fez, e eu não poderia estar mais agradecido por isso

- e Júlia- disse com desdenho, Chris era totalmente contra minha união à Júlia, ele simplesmente não à suportava

- ela não tem nada à ver com isso, não pode criticar ou opinar, aliás o que Maya fez deveria ser feito por ela, Júlia não liga para Peter e nós dois sabemos disso

- eu te avisei que aquela mulher é uma cobra, mas ninguém me escuta eu sempre sou o babaca mulherengo

- mas você é um babaca mulherengo, e quase 100% das vezes está errado

- sim isso é verdade, mas dessa vez eu estava certo e você sequer deu bola

- tá bom, ei já entendi que minha relação com Júlia é um erro

- sim, isso você já entendeu porém não resolveu, continua mantendo aquela mulher dentro da sua casa

- ela é a mãe de Peter- ele me olhou contrariado

- eu não acredito que falou isso, pelo amor de Deus, chamar aquela mulher de mãe é uma afronta a todas as mães do mundo, quanto Peter nasceu ela ao menos quis segurá-lo- disse em um tom mais alto, arrancando resmungos de Peter

- não grita, vai acorda- lo- disse me levantando e me aproximando da incubadora, enfiei minha mão lá e acariciei o corpinho de Peter para acalmá-lo 

- como não gritar?- disse inconformado- voce sabe mais do que ninguém que Júlia pouco se importa com Peter e insiste em mante-la perto dele, Adam aquela mulher é louca, pode pelo menos uma vez na vida me escutar, por favor?

- porque não dá uma chance a ela? eu sei que Júlia tem alguns problemas, também como sei que não é o exemplo de mãe, mas ela teve um parto complicado, foi diagnosticada com depressão pós- parto, ela não tem ninguém na vida e - ele me interrompe

- Adam - segura meus ombros- para de justificar os erros dela, Júlia nunca quis ser mãe, ela só se importa com ela mesma, abre seus olhos- 

- por favor, não vamos falar disso agora ok?, não é momento, nem hora, nem lugar para discutirmos conversamos depois - desviei o olhar para meu filho 

- tá faça como quiser, eu já estou indo me mantenha informado- apertou meu ombro como comprimento e saiu 

Será que Chris está mesmo certo? 

Ela seria tão fria a esse ponto? 

A MAMÃE MÉDICA Onde histórias criam vida. Descubra agora