Ainda não posso deixar você ir

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      Acordo sentindo um cheiro bom de comida, Taylor deve estar cozinhando. Cato minhas roupas no chão e vou ao banheiro fazer a minha higiene,minha barriga protesta, e eu me lembro que só comi uma maçã pela manhã.

    Saio do quarto em silêncio, levando minhas sandálias na mão, não quero que ele me ouça, avisto suas costas largas diante do fogão, ele está cantarolando Daddy issues:

"Eu tentei escrever o seu nome na chuva, mas a chuva nunca veio então eu fiz isso no sol"

   Uma lágrima metida escorre pelo meu rosto e eu decido ir embora. aperto o botão do elevador várias vezes como se pudesse apressá-lo. Finalmente as portas se abrem, entro rapidamente dando graças a Deus por estar vazio, calço minhas sandálias e limpo meu rosto. quando chega no térreo saio apressada, preciso de ar...

   Pego meu carro e dirijo sem rumo, quando me dou conta estou com o carro estacionado de frente ao cemitério.

   Ando até a Lápide do Jason, e sento. Ao olhar para seu nome me vem todas as lembranças com força. Tudo o que vivemos, cada sorriso lindo:

                                                                                           ******

    Eu e Jason acabamos de fazer amor e estamos deitados na cama, estou com a cabeça apoiada em seu peito:

Amor, nós vamos na festa do Mark? - Jason fala acariciando o meu cabelo.

Ah, quero ficar bem aqui com você só pra mim! - Eu digo e ele beija o topo da minha cabeça.

Amor, sou sempre seu, não importa onde estamos, nem quem está conosco, sou todo seu pra sempre!

                                                                                          ******

    Desperto das minhas lembranças com o som estridente do meu celular, noto que já escureceu. Meus olhos queimam pelas lágrimas derramadas e sinto meu rosto inchado. Ignoro o celular, não estou afim de falar com ninguém. Hoje irei aonde não vou a muito tempo. Meu coração está em pedaços e só lá irei encontrar conforto.

                                                                                          *****

   Minhas mãos tremem ao tentar abrir a porta, mal consigo acertar a chave no buraco da fechadura. Abro a porta devagar e acendo a luz, ao olhar em redor meu coração aperta em meu peito. Ainda posso sentir a sua presença neste lugar.

    Caminho até o quarto e deito em nossa cama, seu perfume já está fraquinho, mas é o suficiente para acalmar o meu coração. Jason sempre me acalmou, eu era a tempestade e ele a calmaria, me abraçava e instantaneamente me acalmava. Quando tudo aconteceu, não consegui mais vir até o nosso apartamento. Mas também não suportava a ideia de outra pessoa vivendo nele, de pensar em me desfazer de todos os seus pertences, então pedi que papai cuidasse dele para mim. Visto uma de suas camisas e adormeço sentindo seu perfume... 

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