Capítulo sem título 27

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   Andando devagar pela Ponte de Vecchio olho para os casais apaixonados colocando cadeados na ponte de Vecchio e jogarem a chave no rio Arno em uma promessa de amor eterno. É tão lindo olhar de longe este amor, difícil é estar no meio deste turbilhão e não saber o que fazer com ele. Passo os dedos pelas iniciais gravadas no cadeado em minhas mãos J e E.

   Depois de descansarmos após a noite desastrosa em que nos encontramos, papai quis aproveitar a viagem e estendê-la para Florença. Estamos hospedados em hotel maravilhoso nas margens do rio Arno, da sacada da minha suíte consigo ver a ponte de Vecchio, em três dias que estamos aqui fizemos um tour por vários pontos turísticos, não me lembro de ter visto meus pais tão radiantes, o único problema é que eles não desgrudaram da gente em momento algum.

   Eu já tentei me aproximar de Taylor para conseguir conversar com ele, mas é impossível, sempre alguém aparece. Alya ficou no mesmo quarto que eu, a criatura tem tanta energia que dorme sempre depois que eu e acorda antes. na outra noite tentei fugir para o quarto de Taylor para tentar conversar mas assim que saí do quarto encontrei meu pai no corredor, ele ficou tanto tempo conversando comigo que acabei perdendo a coragem de ir.

   Resolvi que de hoje não pode passar, por isso saí do hotel enquanto Alya tomava banho e vim para a ponte, enviei uma mensagem para Taylor me encontrar aqui. Minha mãos tremem e passam incansáveis vezes nas iniciais, não sei o que esperar desta conversa, mas já faz praticamente dois meses desde o seu desabafo, não sei se ele já cansou de mim, se ainda sente a mesma coisa. São tantas dúvidas em meu coração, quero tanto que ele entenda.

Cião ragazza bella - levando os meus olhos do cadeado e encontro os olhos verdes que tanto senti falta. (Olá menina linda)

Cião bel ragazzo - Devolvo a brincadeira, ele para do meu lado olha para minhas mãos, mas logo encara o rio, acabamos ficando alguns minutos em silêncio sem saber como começar nossa conversa até que ele resolve quebrar o silêncio.

Sophie, peço desculpas por ter atrapalhado sua viagem...

Taylor, em momento algum você atrapalhou, estávamos indo para casa, eu precisava falar com você. - Eu o interrompi.

Sophie - Ele vira para me encarar - Você não precisa fazer isto. Eu só vim porque seu pai ameaçou me mandar embora da empresa. - Eu arregalo meus olhos - Eu realmente fiquei muito preocupado com você, mas entendo que não temos nada, não tenho o direito de te perseguir. Já comprei uma passagem para voltar pra casa. Partirei hoje após o almoço. Você não me deve nenhuma explicação, somos APENAS AMIGOS.

  Dito isto ele vira as costas e saí andando, eu fico atônita alguns segundos então era por isso que ele estava tão distante e estranho esses dias e não tentou nenhuma aproximação. saio do meu torpor e o encaro com fúria vou atrás dele e o encaro.

Você é inacreditável! - Eu esbravejo - Eu já entendi que fui uma vaca com você nos últimos tempos! Mas você não tem o direito de simplesmente decidir que sabe tudo o que eu penso e não me deixar falar! Se ficamos presas no meio do nada morrendo de medo a noite foi porque eu insisti que queria voltar para casa, PRA VOCÊ! - Paro para puxar meu ar e continuar, ele está parado feito estátua de braços cruzados me olhando.

Eu não fazia ideia que você já havia voltado de viagem, só soube quando minha mãe apareceu.

Você saberia se não tivesse desligado o celular! - Ele replica.

Estava ligado durante o mês todo e você não se preocupou em me ligar!

    Passo as mãos pela testa nervosa, soltando seu braço que eu nem percebi que ainda estava apertando.

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