Amigos

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No dia seguinte amanheceu chovendo. A enfermeira tinha trazido café da manhã. Eu tomei café e comi pão. Olhei para a mulher e falei.

"Eu quero sair daqui hoje."

Ela olhou pra mim em choque e disse.

"Mas você não pode sair daqui hoje. Você ainda está em recuperação."

Tentei me levantar da cama mas ela me impediu de fazer isso.

"Não faz isso! Você ainda está ferida!"

A enfermeira gritou ao entrar em pânico.

"Não me importo! Me deixa sair daqui ou eu chamo a minha amiga! O pai dela é aquele demônio roxo e ele sabe muito bem eliminar as pessoas!"

Sim, eu ameacei uma enfermeira. Ela ficou quieta por alguns segundos e tentou pensar em uma solução.

"Tudo bem. Eu deixo a senhorita ir. Mas você vai ter que ligar para alguém. Você não pode andar por aí com esse ferimento."

A enfermeira explicou com calma.

Quando ela saiu do quarto, vi que as minhas roupas estavam em cima de uma cômoda branca. Eu vesti apenas a minha calça.

Não demorou muito a enfermeira voltou para o quarto e tirou o soro que estava no meu braço.
Ela me deu um telefone sem fio e disse.

"Pronto. Você pode ir pra casa."

Eu liguei para a garota e em instantes ela me atendeu.

"Alô? Quem fala?"

A menina perguntou com sua voz doce.

"Sou eu, Ashley! Preciso da sua ajuda!"

Eu disse ao respirar fundo.

"Amiga! Pode falar! Do que você está precisando?"

Ela perguntou.

"É que eu estou precisando de carona. Eu posso voltar pra casa."

Eu expliquei com um sorriso falso na cara.

"Ah! Que bom que você já pode voltar pra casa! Eu vou falar com o meu pai e já estou indo aí!"

A menina falou ao desligar o seu celular.

Peguei as minhas coisas que estavam em cima da cômoda e desci as escadas do hospital. Eu estava com dificuldade para andar mas eu estava bem.

A enfermeira falou pra mim tomar alguns medicamentos e me desejou boa sorte. Quando saí do hospital, fiquei parada na estrada esperando pela carona.

Alguns minutos se passaram... Vi um carro chamativo parando bem em frente ao hospital. O pai da menina abaixou o vidro e me abordou.

"Ora ora, se não é a amiguinha da minha filha. Pode entrar. Ela está te esperando ali no banco de trás."

Eu entrei no carro e abracei a garota.

"Como você está? Tá melhor da coluna?"

A menina questionou enquanto me analisava.

"Sim, eu estou bem. Quero voltar pra casa pra poder descansar."

Respondi com um sorriso.

O pai dela me levou até ao meu apartamento e quando saí do carro dele, o demônio falou...

"Ei. Se você quiser jantar com a gente, não precisa ter medo. Eu sei que você é a melhor amiga da minha filha. Só não dê um piso em falso comigo."

Quando ele disse aquilo, a minha espinha gelou. Entrei no apartamento e tranquei a porta. Corri até ao meu quarto e me joguei na cama.

"Que merda! Por que essas coisas sempre acontecem comigo? Eu não fiz nada pra merecer isso!"

Friday Night FunkinOnde histórias criam vida. Descubra agora