Capítulo 4

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Buscar respostas de um oráculo era mais complicado do que caçar horcruxes. Achar algo sobre um lorde das trevas em ascensão e uma garota que não queria ser encontrada, era praticamente impossível.

Essa era a conclusão que Hermione havia chegado, depois que o livro sobre profecias havia caído em seu colo, como um mapa ao tesouro cheio de lacunas. Quanto mais ela lia, mais ela odiava não ter dado a devida atenção as aulas de Madame Trelawney. Primeiro porque nada parecia fazer sentido, segundo porque tudo parecia um monte de lixo.

Eram muitas informações desencontradas, simpatias para manter o amor perfeito e alguns feitiços de procedência duvidosa. Porém, retirado o caráter fantasioso do livro, ele também era embebido em magia escura.

Era estranho pensar nisso quando se tratava de adivinhação, afinal, era o ramo mais volátil da magia, no entanto, parecia muito concreto se dada a devida atenção. Era fácil constatar que existia uma linha tênue que dividia os deslindes do destino, então era bem possível que alguém já houvesse pensado em como a magia negra poderia afetá-la e criar novas "verdades", ainda que fosse um risco total para o portador de tal poder.

Era uma experiência válida e não tão louca se se considerasse que haviam aqueles que procuravam a fonte da juventude ou a imortalidade em pedras ou líquidos.

Ainda que fosse contra a premissa básica quando se tratava de vira-tempos.

Contudo, Hermione percebeu que quando se tratava de profecias, as coisas eram um tanto quanto diferentes como perigosas e não se pareciam tanto quanto ela pensava que seria com a magia temporal.

Eram ramos irmãos, mas não eram gêmeos.

Enquanto o tempo funcionava como um transporte, em que você poderia transitar entre possibilidades se caísse em uma das 11 linhas temporais possíveis, a magia decorrente da adivinhação e portanto das profecias tinha realmente a capacidade de reescrever as estruturas temporais.

Tal constatação, fez Hermione quase cair da cadeira, vez que, se seguisse tal lógica, tudo que ela havia aprendido sobre o tempo era equivocado e abissal.

Ora, um viajante do tempo seria tão somente um visitante e não alguém capaz de mudar todo o fluxo temporal. Algo bem mais parecido como alguém que estava revisitando lembranças em uma penseira do que propriamente vivendo o período, ainda que pudesse interagir com ele.

Assim, pelo que ela havia lido, quando alguém "viajava" no tempo, o individuo apenas se apropriava daquele fragmento do tempo, um pedaço quase ínfimo, mas, não era capaz de moldá-lo.

Foi explicado naquele livro que, ao contrario do que se tinha como verdade absoluta, nos manuais de magia temporal, quando alguém retornava no tempo, não se criava uma nova linha temporal ou se alterava aquela, a pessoa tão somente se apropriava daquele pedaço e convivia com aquela hipótese, mas, por mais que quisesse mudá-la isso não era possível, vez que qualquer que fosse a alteração substancial que fizesse, isso somente a transportaria para outro fluxo temporal, tendo em vista que, em alguma das outras varias versões, a decisão seria aquela que se visava alterar.

Portanto, em verdade, um viratempo era somente uma peneira de reajuste, em que alguém, modulava as versões de seus atos, fazendo interligações entre as possibilidades, porém nunca mudando realmente já que o pedaço de tempo em que o viajante tinha algum domínio era pequeno demais e a provável lacuna que se criava com a conexão, não existia já que o próprio tempo se encarregava de se organizar, jamais apagando. Jamais se reescrevendo.

Isso explicava porque os viratempos tinha vida útil de algumas horas. Pois esse, era o máximo de apropriação que alguém poderia ter sobre o tempo e ainda nunca seria sobre coisas grandes, pois se isso acontecesse, automaticamente a pessoa se transportaria para a linha do tempo adequada a sua vontade.

Fiador da palavra - TomioneOnde histórias criam vida. Descubra agora