Bom dia pessoal.
Espero que estejam bem.
Vamos lá para mais um capítulo. Boa leitura.
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Joselino se adaptou muito bem a casa nova, mas as donas dele estavam um caos em tentativas inúteis de manter tudo arrumado e evitar que o bichinho arruinasse algumas coisas.
Tinham perdido ao menos dois pares de chinelos cada, e era só a primeira semana do doguinho com hábito estranhos.
Foi difícil adaptar um lugar para que fizesse suas necessidades fisiológicas, mas estavam quase lá na educação de fazê-lo ir sempre para fora de casa, além de tentarem manter que passeasse todos os dias.
E ainda tinha a questão de Lauren estar um tanto estressada com a busca por um emprego.
Ela se sentia um tanto perdida quanto ao que fazer, além de frustrada por ter entrado naquele questionamento — ou praga — dos pais sobre a formação em artes dar dinheiro.
Tinha suspirado pela milésima vez naquele dia, olhando para o computador enquanto procurava algum emprego e desenhava aleatoriamente em um papel para tentar desestressar.
Vendo a agonia da amiga, Camila se aproximou, dando um aperto suave em seu ombro e sentando próximo a ela.
— Pergunte — foi o que disse logo de início, atraindo o olhar irritado de Lauren e o vendo suavizar a medida em que a olhava.
Ela suspirou mais uma vez antes de abrir a boca.
— Afinal, fazer arte dá dinheiro? — questionou — meus pais e... ele... repetiram por anos que eu não deveria ter me graduado nisso, que não daria futuro algum, e agora eu nem sei o que fazer com essa droga!
Camila franziu o cenho por uns segundos pensando em seus problemas.
— Bom, para começar, nenhum deles queria que você tivesse se graduado em alguma coisa, Lauren — a lembrou — por eles você tinha casado aos dezesseis e seria uma dona de casa submissa, mas convenhamos que você nunca teve aptidão para isso.
— Eu sei... — Lauren balbuciou, os ombros caídos.
— Pois é. E então você foi lá e fez exatamente o que queria.
— Eu sei — repetiu, mas um tanto irritada, completando com — mas será que essa teimosia valeu a pena?
Camila apontou para o papel que rabiscava e este ganhou a atenção de Lauren pela primeira vez. Era um esboço de uma mulher irritada com várias ofertas de emprego sobre o rosto.
— Se você me permitir, eu envio essa arte para meu chefe e pergunto sobre ele a comprar para a campanha de desemprego que uma empresa nos contratou para fazer — ofereceu.
As sobrancelhas de Lauren se ergueram.
— Você acha que ele aceitaria, tipo, na moral?
— Boto fé que sim, véi. O Júlio é meu chegado, ele tem o canal para desenrolar isso pra mim. Não estou nessa campanha, mas talvez possa te colocar nela, se tu quiser uns bicos.
Lauren sorriu largo e disse:
— Claro que quero, véi! Ter algo assim com a minha arte... imagina que massa!
Camila sorriu para o sorriso dela.
— Assina aí embaixo então que eu vou escanear e mandar, já é?
Lauren assentiu veementemente, já assinando o nome no canto do desenho.
— Pronto — falou, vendo Camila pegar o desenho e abrir o escaner no celular, procurando ângulo e tudo mais para não estragar a obra.
Logo depois, chamou Júlio em uma conversa.
— E tem mais uma coisa que eu queria te falar — disse Camila, deixando o celular enquanto o colega tentava desenrolar isso para ela e a encarando.
— O que?
— Sei por que está agoniada assim — disse Camila, já se adiantando antes que Lauren dissesse qualquer outra coisa — tu queria fazer algo grande, que mudasse vidas.
Lauren arregalou os olhos, surpresa.
— Como...?
— Moço, eu te conheço, fia — a lembrou — você está sempre querendo coisas grandiosas. O negócio é que nem sempre isso é possível como a gente imagina.
Lauren suspirou.
— Eu sei, véi — admitiu — e isso me deixa frustrada!
Camila segurou suas mãos, os polegares acariciando os dela.
— Laureane, você tem que perceber que nem sempre vai conseguir uma coisa ligada com outra. Tipo, você pode fazer grandes coisas, mas talvez devesse seguir caminho em ajudar uma ONG de alguma forma e, tipo, vender algumas artes aleatórias. Não precisamos de dinheiro extra, podemos viver assim.
Lauren fez bico, nem ligando para o apelido daquela vez.
— Você não entende, Camila — suspirou — eu não quero viver dependendo do dinheiro daquele monstro!
Camila a observou em silêncio por algum tempo, apertando os lábios fechado enquanto pensava no que dizer.
— Bom... — franziu o cenho, tentando raciocinar, uma mensagem de Júlio chamando a atenção e outra do diretor criativo dela que nunca trocava mais palavras que um "bom dia" — só um minuto.
A mensagem de Júlio informava que tinha conversado com Marcos e ele iria conversar com ela.
A mensagem de Marcos pedia informações sobre Lauren, como se ela tinha algum contrato fechado com uma empresa ou se poderia chamar para uma entrevista para fechar contrato com ela para a arte de algumas campanhas e quem sabe assinar permanentemente.
— Lauren, sua cagada do caralho! — Camila exclamou.
— O que foi, doida? — Lauren perguntou, confusa.
Camila ergueu os olhos para ela.
— Parece que os seus dias de glória estão chegando — disse — o diretor de arte da empresa não só gostou do seu trabalho como também quer a porra de uma entrevista.
Lauren arregalou os olhos, levando as mãos a boca para cobrir e esconder o quão boquiaberta estava.
— Tá de sacanagem?
— Não, véi! Olha — mostrou a mensagem — claro, isso é se você quiser. Posso dizer que não está interessada também.
— Não! — exclamou — eu quero isso. Sei lá, véi. Estou me sentindo até melhor agora e nem tenho um emprego ainda.
Ela riu, tão feliz que estava.
Camila a observou, um largo sorriso no rosto antes de se voltar para o celular.
— Estou mandando seu contato — disse — relaxa e lembra que ele quem está interessado e correndo atrás de você, então é porque tu é foda, beleza?
Lauren assentiu, se jogando sobre Camila em um abraço apertado.
— Eu te amo tanto — disse, a voz rouca ao pé do ouvido de Camila a arrepiando — você é incrível e a melhor amiga do mundo. Obrigada!
Camila a abraçou de volta, o coração batendo acelerado.
— Eu também te amo, Laureta — sussurrou de volta — você merece o mundo e muito mais. E sabe o que acabamos de descobrir?
— O que?
Camila soltou um risinho nervoso.
— Fazer arte dá sim dinheiro.
Lauren se afastou, rindo. Parecia que Camila estava mesmo disposta a encontrar respostas para todas as perguntas do mundo.
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E é isso aí.
Tenham um bom dia!
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Encontrando Respostas
FanfictionLauren quase entrou para as estatísticas de feminicidio, mas, sinceramente, ela preferia ter entrado a ter que suportar toda aquela dor. Camila sabia disso, via no rosto da melhor amiga de infância dor desde seu despertar até o adormecer, além da do...