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12 - Como os aviões voam e os barcos não afundam?

Bom dia.

Espero que estejam bem e tenham uma boa leitura.

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Depois de gastarem um momento no Jardim Botânico, decidindo que apesar da beleza construída, nada seria comparado com a beleza da natureza, voltaram para o carro para terminarem o passeio.

Camila dirigiu até o próximo destino, que era o Parque Ecológico Dom Bosco, as margens do Lago Paranoá, onde caminharam a passos lentos, aproveitando que o fim da tarde estava chegando e o tempo mais fresco, quase frio porque assim era Brasília.

— Eh, Brasólia velha... — Suspirou Camila, olhando ao longo do parque, a postura relaxada ao chamar a capital do país pelo apelido dos moradores locais.

Lauren tinha um sorriso permanente curvando os lábios, também relaxada enquanto caminhavam até a Ermida Dom Bosco, curtindo a paisagem rumo a beira do lago, onde se sentaram e curtiram o por do sol.

A imagem era linda ali, mas nada tirava de suas mentes a coisa mais linda do mundo que eram uma para a outra de tantas maneiras. Não falaram sobre isso, apenas sentaram lado a lado de pernas cruzadas, Lauren apoiada nas mãos, inclinando o corpo para trás e curtindo os raios de luz que iam embora.

Camila a observava, porque ela parecia fazer parte dali, não como uma riquinha que está o tempo todo ao longo do Lago Paranoá, fosse na Ermida Dom Bosco, fosse no Pontão do Lago Sul ou as margens da Prainha ou qualquer outra coisa, comendo no Coco Bambu ou um desses lugares chiques.

Não, Lauren parecia fazer parte da paisagem, como o céu e o por do sol que pintavam o lago artificial, algo feito pelo homem, mas que tinha a própria beleza independente pela natureza sobre si.

Incrível, o que ela era.

Lauren permaneceu de olhos fechados por um bom tempo, sentindo o calor dando lugar ao frio. Não se importava com os olhares de Camila porque a conhecia e sabia que não havia maldade ou críticas.

Camila era uma criatura boa, sempre foi. Ela era boa até quando tentava ser ruim, brigando por um pedaço a mais de pizza e acabando por rir porque não sabia manter o bico emburrado nos lábios.

Era uma graça discutir com ela, porque sempre acabavam rindo.

Tinha algo que enchia o ego de Lauren em ter os olhos de Camila sobre si, como se depois de tantas coisas fosse digna de ser observada com bondade por alguém que obviamente a achava bonita.

Gostava de ser bonita para Camila, já que ela era incrivelmente bonita para Lauren.

Quando abriu os olhos, as íris verdes viram em sincronia um avião cruzando o horizonte e um barco passando com turistas ao longo do lago.

— Camz — chamou, apesar de já ter toda a atenção dela — eu tenho uma nova pergunta.

A olhou, vendo a amiga erguer um braço e prender seu cabelo atrás da orelha. Queria ver seu rosto.

— Então pergunte — disse com suavidade.

— É meio idiota, na verdade — falou, mas Camila negou com a cabeça.

— Uma pergunta para começar a encerrar nossa série de perguntas infantis, então — falou — apenas questione.

Lauren a observou por um tempo antes de perguntar:

— Como os aviões voam e os barcos não afundam?

Camila abriu um sorriso, satisfeita com a pergunta e tirando o celular do cós do short.