Capítulo 2 - Prison

899 44 18
                                    

Capítulo com: 5.900 palavras

Nota da autora:

Está ai mais um capítulo, estou podre de cansaço, mas eu postei.

Boa leitura.

━━━ • ஜ • ❈ • ஜ • ━━━

CARTA -- PARTE 2

" Queridos pai e mãe. Escrevo mais essa carta para que quando vocês forem encontrados, saibam que nunca os abandonei em sequer um momento, saibam disso mesmo se eu já estiver morto.

Sigo procurando mesmo hoje, mais de ano depois de seus desaparecimentos. Na verdade, tudo o que me resta é perseverar, não é? Sabe mãe, Romulo e Helena já não vem mais me visitar, algumas vezes recebo mensagens de texto deles me recomendando clinicas e médicos especializados em psiquiatria. Sei que eles pensam que estou enlouquecendo. Eles acreditam que vocês estão mortos, mas eu sei que não, eu sei que esperam por mim lá fora em algum lugar, eu sei.

Contudo, pai, sempre que eu ia visitar meus antigos amigos sentia seus olhares cheios de pena, suas criticas e seus julgamentos. Isso me entristece, sabe? Profundamente, parece que há um milênios de distância entre o que éramos antes e o que somos agora. E mesmo sabendo que não devo, não consigo deixar de me decepcionar, pensei, você sabe como sou, que ficariamos sempre juntos, que faríamos tudo como um trio dourado.

Na verdade, o eu de antes do dia 31 de outubro de 2018 para o eu de agora tem uma diferença gritante, eu me perdi mãe, pai, eu as vezes nem me lembro quem sou. Não estou inteiro, levaram dois pedaços do meu coração. Levaram de mim as coisas mais importantes da minha vida, roubando meu espirito como consequência e não digo isso por nada, veja, mês retrasado Romulo e Helena se casaram, a festa foi linda, mamãe. Havia lírios por todos os lugares, mas eu só os vi pela internet, não consegui ir até lá, não consegui olha-los nos olhos e ser sincero sobre meus desejos de sucesso para seu futuro, com minha inveja oculta, eu careço desse tipo de sentimentos e eu sei que eles não queriam, verdadeiramente, que eu comparecesse de todo o modo, pois às vezes sinto que minha presença basta para levar as pessoas para a escuridão junto comigo.

Mesmo depois de tudo, tento permanecer firme, mas cada vez que vejo o noticiário e sempre que alguma noticia sobre desaparecidos aparece na tv me sinto entorpecido. Vejo minha fé escorrendo pelo ralo e o medo me domina sempre que o tema é um corpo desconhecido encontrado nas proximidades. Passo dias, então, cogitando que rumo tomar se por um acaso descobrisse que aquele corpo pertencia a algum de vocês.

Talvez eu devesse me matar, talvez chumbo, Arsênio, cianureto ou... uma super dosagem de Diazepam, aqueles que a senhora, mamãe, usava para dormir. Eu os guardei, só não sei se guardei para você ou se os escondi de mim.

Às vezes sinto que estou enlouquecendo, sinto que não posso confiar em ninguém, talvez nem em mim mesmo.

Duncan me olha como se sentisse constante pena de mim, sinto em sua voz, suas intenções, o vejo me contornar para eu não exigir demais de seu tempo, talvez ele me veja como um louco, lunático, ingênuo, um menino mimado como o próprio Stuart  seu melhor amigo de infância e maior inimigo do papai  gritou para mim da última vez que o procurei por respostas.

My Loved is a Serial Killer -- Dark Romance GayOnde histórias criam vida. Descubra agora