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Pov Camila

Passei a noite com Lauren, fazendo planos pro meu futuro, ou ao menos tentando. Queria descobrir o que faria daqui pra frente, acho que fizemos uns 20 Quiz diferentes sobre profissões de acordo com a personalidade. Veterinária, Chefe de cozinha, atriz... Nada parecia legal pra mim. Não que eu gostasse de ser prostituta, mas não me via em outra coisa.

-Você deixaria eu dançar no clube? -Perguntei enquanto colocava uma calça, estávamos nos arrumando para ir até Virgínia encontrar minha família.

-Claro, se te fizer feliz. Você é uma mulher livre. -Lauren disse, enquanto abotoava as mangas de sua camisa.

-Mas agora eu namoro.

-E onde que namorar contradiz ter liberdade?

-Vai ter vários homens estranhos me comendo com os olhos, tentando encostar em mim. Isso não te incomoda?

-Claro que sim, melhor do que a cara deles de tarado por você, vai ser a cara que fizerem quando descobrirem que você é só minha. Se assim desejar, farei questão de buscar você no palco ao fim do show, dar a mão pra você descer, e te dar um beijo na frente de todos. -Ela disse, eu ri. -E se ousarem encostar um dedo em você, podem dar adeus à qualquer fundamento Jauregui, pois nunca mais colocarão os pés. Fora a surra que levarão.

-Eu acho que gostaria de fazer isso as vezes... Mas só porque eu gosto muito de dança. Só que seria um hobbie, não profissão.

-Por que não tenta algo mais... Musical? Você é boa compondo, e também canta bem.

-Como... Como você sabe disso?

-Já te ouvi cantar no chuveiro e... Você deixou seu diário aberto em cima do sofá. Só li aquela página, pois bati um olho e vi que era algo como um poema. É uma letra muito boa. Pode cantar pra mim um dia?

-Eu acho que sim...

-Toca algum instrumento?

-Violão... E teclado. 

-Eu acho que posso te colocar pra cantar em alguns eventos, se assim desejar. 

-Eu gosto de fazer música, mas não sei se sou boa o suficiente.

-Pensa um pouco sobre, depois você decide. -Lauren disse, então me deu um beijo. -Pronta? 

-Nasci pronta. -Eu disse me levantando. 

Voamos pra Virgínia em seu jato particular, e do aeroporto fomos de carro até meu antigo endereço. Quanto mais se aproximava, mais eu sentia o frio na barriga. Conhecia cada uma daquelas ruas, cada canto daquela cidade. Logo comecei à chorar, Lauren apenas tentava secar minhas lágrimas enquanto me abraçava. Seu motorista parou no endereço dito à ele, eu ainda estava entre os braços de Lauren.

-Chegamos, é aqui? -Ela perguntou. Eu me levantei de vagar e olhei em volta, então concordei com a cabeça.

Saímos do carro, e o que vejo parte meu coração, a casa onde um dia morei, agora é apenas um terreno cheio de entulhos. 

-Não pode ser... -Eu falo.

-Certeza de que é aqui? -Lauren perguntou.

-Sim, tenho...

-Onde o resto da sua família mora?

-Minha mãe não tem ninguém, e a família do meu pai mora em Cuba, e eles deram as costas pra gente. Não tem mais nenhum lugar que ela pode ter ido...

-Vamos perguntar aqui na vizinhança, alguém deve saber de algo.

-Sim, é uma ótima ideia. -Eu disse.

A ProstitutaOnde histórias criam vida. Descubra agora