A Prostituta

XI

Pov Camila

Estávamos de frente com a grande construção a nossa frente, o orfanato parecia em partes uma grande igreja antiga, e em outras um prédio antiquado. Algumas crianças brincavam do lado de fora, enquanto uma mulher as supervisionava. Abro o pequeno portão e entro, ela sorri, vindo em nossa direção.

-Olá, boa tarde. Meu nome é Stephanie, vocês são o casal que marcou uma visita às 14h? - Ela pergunta.

-Na verdade, não... - Eu falo.

-Então como posso ajudar? 

-Eu procuro uma garota... Sofia é o nome dela. -Eu digo, ela demora um pouco pra responder, então sua expressão muda pra algo parecido com espanto.

-Camila? -Ela pergunta. Eu não a reconheço. 

-Sim. Sou eu. 

-Você... Lembra de mim? Eu fui sua vizinha por mais o menos um ano, e depois mudei pra rua de baixo. 

-Ah... Sim, lembro. Elisabete, certo? 

-Sim! Você... Estava desaparecida, ouvi que em breve você seria considerada morta...

-Eu... Passei por umas coisas... Fui sequestrada, e graças à ela... -Eu digo, olhando pra Lauren- Eu estou livre. 

-Meu Deus... Eu sinto muito pelo que aconteceu... Sofi está aqui, eu vou te levar até ela...

-Você tem notícias da minha mãe? Aparentemente ninguém sabe onde ela está. 

-Sua mãe deixou Sofi aqui e foi trabalhar em algum lugar longe, como cuidadora de casa. Não sei ao certo onde, mas ela volta umas duas ou três vezes no mês para ver Sofia. 

-Eu fico... aliviada de saber que elas estão bem... Conhece alguém que possa saber onde ela está? -Pergunto.

-Na verdade sim. -Ela diz. Então Elisabete me leva até a diretora do orfanato, seu nome era Lúcia, ela era uma grande amiga de minha mãe. Nós conversamos por um tempo, e ela disse que minha mãe estava em Dublin, uma cidadezinha pequena de interior em Virgínia, que ficava bem longe daqui. Aproximadamente 3h de carro. Depois disso, sou levada até Sofi, que estava no quarto, sentada numa cadeira de frente com a janela, com suas pernas apoiadas pra fora, e um livro em mãos. Ela parecia estar enorme.

-Sofi. -Eu a chamo, ela vira pra me olhar.

Quatro anos, quatros anos depois, eu finalmente posso ver a minha irmã novamente. 

Sofi me encara por alguns segundos, antes de tentar falar algo.

-Camila... -Ela fala, então começa a chorar e corre em minha direção, eu a seguro em um abraço apertado, não conseguindo evitar chorar junto com ela. -Camila... Eu achei que você tinha morrido. -Ela falava entre soluços. 

-Tá tudo bem, Sofi. Eu estou aqui com você... Eu nunca mais vou embora. -Eu dizia. Sofi parou pra me olhar. Sua mão fez carinho no meu rosto antes dela voltar pro meu abraço novamente.

Eu expliquei parcialmente o que aconteceu a ela, tirando alguns detalhes que disse que explicaria depois. Mas não sabia como explicar pra ela... Sei que ela tem 15 anos e já tem capacidade de entender certas coisas, mas eu não queria que ela soubesse. 

-É um prazer te conhecer, Lauren. -Sofi diz antes de abraçar Lauren também.

-O prazer é todo meu. Camila falou tanto de você que sinto como se já te conhecesse. -Lauren disse.

-Agora, meu amor, faça suas malas e se despeça de seus amigos. Nós vamos buscar a mamãe. -Eu falo, Sofi abre um sorriso enorme.

-Sério? Eu sinto tanta, tanta falta da mamãe...