ten days - [edser]

capítulo um

• Eda

Eu se sentia estranha nesse vestido. Ele era preto e longo com uma fenda, era algo mais simples e completamente diferente do que eu usaria, mas Ceren insistiu, ela me disse que esse atrairia mais atenção. Isso teria que ser o suficiente, embora eu quisesse usar realmente o amarelo com a bainha lembrando pétalas de flores.

Acho que não o usarei hoje.

Desço as escadas do meu apartamento e olho para o céu estrelado pela primeira vez, estava na hora e eu estava pronta, não me surpreendi quando a campainha tocou.

- Estou indo, Ceren. - Peguei minha bolsa que estava no sofá e me direcionei para a porta, sem reparar em quem estava do lado de fora, até esbarrar num corpo alto e forte demais para ser da Ceren, um corpo com perfume masculino. - Ceren, por que você não me avisou que...

que iria trazer companhia. Meu cérebro completou, mas eu perdi a voz ao direcionar os olhos até ele. Ceren não estava aqui. No lugar dela estava um homem, olhos verdes com o tom mais suave e o cabelo com um tom mel em que, a cada vez que ele se mexia, a cor mudava.

- Com licença, mas eu te conheço? - Perguntei, focando meus olhos nos dele e com convicção. Ele era bonito, mas eu não poderia perder o foco, deve ter sido até por isso que fui meio rude.

- Acho que não, madame. Eu estava procurando o apartamento 405, mas acho que errei o andar. - Então ele coçou a nuca, levemente constrangido. Estranho.

- É no próximo andar, a procura de Engin, certo? - Indaguei num tom mais frio dessa vez, preciso ir logo.

- Na verdade, sim. Eu estava a procura dele. - Ele falou agora com uma sobrancelha levantada e me observava fixamente.

- Então suba mais um andar, talvez ele esteja em casa ainda. - Então tranquei meu apartamento e me retirei dali. Eu precisava ir embora, mas ele não tirou os olhos de mim.

- Obrigado. - Ele respondeu, sua voz soando longe, mas não o suficiente.

Então eu desci mais rápido, até chegar a portaria e encontrar Ceren na porta. Eu me sentia estressada e cada vez mais estranha, precisávamos ir logo se eu quisesse conseguir passar uma boa impressão.

- Eda, você está bem? Parece pálida. - Ceren me observou preocupada enquanto tocava minha testa. - Mas sem febre. O que houve?

- Nada, Ceren. Podemos ir logo? Estou um pouco nervosa, só isso. - Desconversei, não queria falar sobre o homem que apareceu em minha porta.

É como se tivessem borboletas no meu estômago, esquisito. Borboletas não ficam no estômago, mas sim nas flores. É uma sensação estranha, espero que passe.

Então fomos para o carro, ela iria dirigir e iríamos direto para a festa, cumprir o objetivo principal: fazer alguém se apaixonar por mim durante dez dias. É só o que eu preciso, mesmo que isso me embrulhe o estômago.

Detesto ter que ser a isca dos meus próprios planos por causa da sociedade, só queria que eu fosse o suficiente, mas a sociedade sempre acredita mais se for um homem ou se você tiver um homem ao seu lado.

- Eda? Eda! - Ceren falou comigo, mas eu não ouvia direito até ela gritar. - O que está acontecendo com você?

- Eu detesto ter que fazer isso, Ceren. Eu estou bem, apenas isso. - Virei meu rosto para a janela e observei a rua enquanto tentava disfarçar o incômodo que eu sentia sem saber mais o que estava causando isso. E por incrível que pareça, funcionou, ela não tocou mais nesse assunto até chegarmos ao nosso destino.

As luzes do palácio brilhavam, extremamente iluminado e lindo a luz noturna, parecia até mesmo um filme, algo que me tirou o fôlego. Era extremamente lindo e isso me revitalizou, me fazendo lacrimejar de empolgação.