love between lies.

01.

Eram 19hrs da noite e eu me encontrava no meu quarto, folheando páginas do meu antigo diário que encontrei fuçando algumas caixas que estavam guardadas no meu porão. Hoje eu decidi voltar a escrever nele, porque era um dia importante, e eu queria voltar a registrar todos os momentos bons. E eu tinha esperança de que só esses momentos viriam de agora em diante.

"Querido diário, sei que já faz algum tempo desde que não te escrevo, e confesso que senti falta. Hoje é o meu aniversário de 22 anos e não te escrevo desde quando eu tinha acabado de fazer 16. Muita coisa mudou, mas não sei se ainda estou pronta pra te falar sobre isso. Hoje, só quero falar de coisas boas. Eu e meus pais decidimos que devo morar sozinha. Na verdade, eu decidi, e eles me apoiaram. Mesmo não querendo me deixar ir, porque como eles dizem: vou ser sempre a princesinha deles. Mas, eu sinto como se a minha vida estivesse parada, não tenho tantos amigos, não saio mais pra me divertir, e sei que mereço isso. Vou me mudar para New Orleans e estou muito ansiosa pra isso, sempre foi o meu sonho ir pra lá, uma cidade tão linda e cheia de vida, rodeada de música e todo tipo de arte. Vai ser incrível pra mim me distanciar de toda essa coisa das bruxas. Eu quero uma vida normal, e é o que eu vou ter."

Acabo de escrever e fecho o diário, guardo a caneta e logo em seguida me jogo na minha cama, pegando meu celular da cabeceira e desbloqueando-o. Começo a fuçar nas redes sociais quando minha mãe bate na porta, e logo depois abre.

Querida? Está acordada? — Diz ela, entrando no quarto com cautela quando obtém sua resposta.

Sim, mãe. Algum problema? — Pergunto, ela parecia nervosa.

Não, querida. Só te trouxe uma coisa para você dar uma olhada antes de ir. Espero que goste. — Ela diz, e antes mesmo de ouvir a minha resposta, ela caminha para fora do quarto lentamente.

Obrigada! — Grito, na esperança de que ela me ouça do corredor.

Deixo o celular na cabeceira novamente, e vou em direção à caixa, abrindo-a. Começo a notar algumas fotos minhas de quando era apenas uma bebê, assim como roupinhas que eu usava, chupetas, e alguns sapatinhos também. Mas, no fundo da caixa havia um papel, na qual eu não fazia ideia do que era. Comecei a pensar que minha mãe havia colocado por engano, até pegar para ler...

PUTAQUEPARIU. — Grito, quando finalmente percebo o que é: um documento de uma casa em New Orleans, no meu nome.

Meus pais, e toda Mystic Falls, ouviram meus gritos e gritaram de volta para mim do andar de baixo.

"DENADA!!"

Não pude me conter e quando me levantei, dei pulinhos de felicidade e gritinhos também, logo desci até o andar de baixo e fui correndo até os meus pais, abraçando-os com muita força.

Muito, muito, muito obrigada mesmo! — Disse, enquanto os abraçava e chorava.

Oh, meu amor. Tudo por você. — Diz minha mãe, enquanto devolvia meu abraço apertado, mesmo sabendo que estávamos sufocando o papai.

Okay, vocês estão me esmagando! — Disse papai, com dificuldades.

Logo após sua reclamação; que eu sabia que viria, nos afastamos do abraço e sorrimos um para o outro.

Não foi fácil encontrar uma casa que atendesse aos seus gostos. Eu e seu pai ficamos semanas procurando e visitando sem que você soubesse. — Disse minha mãe.

Meu Deus, então foi para isso aquelas viagens repentinas 'à trabalho'? — Digo, usando meu tom preferido: ironia.

Os dois riram. — Mas valeu à pena, não foi? — Disse o meu pai, enquanto me olhava com os olhinhos brilhando.