Pequena Estilista

Cap 7- Louvre

Marinette havia acordado cedo. Às 9h já estava de banho tomado com um vestido soltinho indo de a pé em direção ao Louvre. À 13h tinha a primeira reunião acerca do vestido de Alya e o terno de Nino, a mesma quase nunca marcava provas nos fins de semana, preferindo trabalhar nos fins de semana apenas na companhia de ideias e tecidos. Ia ao museu encontrar um conhecido que queria ajuda com a restauração de tecidos antigos da região do Egito que estavam vindo para uma exposição temporária de História da Moda no museu. O privilégio de ter viajado o mundo era que todos queriam muito sua opinião sobre qualquer assunto. Ou não, e ela apenas estava indo ajudar uma velha amiga da escola, que era filha do tutor do museu, Alix.

Seu salto azul marinho amarrado no tornozelo estava combinando com o vestido azul bebê com margaridas desenhadas, e o laço amarelo no cabelo preso em um rabo de cavalo baixo. Era isso, um dia lindo e ensolarado. Porém, ela notou que no caminho para o local não era isso que fazia as pessoas olharem para a mesma, de repente, os pedestres a fitavam e cochichavam entre si. Ela entendia alguns pequenos garranchos: "ela á realmente bonita!", "mas é ninguém para ele", "poderia ser uma modelo qualquer de uma noite", e de assim em diante. Ela até mesmo notou duas pessoas dentro de um carro apontando para a mesma. Resolveu ignorar e continuar até o museu.

- Alix!! Quanto tempo!! - Exclamou ao entrar no acervo. - Então quer dizer que resolveu trabalhar por aqui? 

- Oi, Mari! Sim! Arqueologia é irado, você nem imagina o quanto. - Disse muito animada, soltando a azulada do abraço. - E você está bem estilista né!

- Você e esses trocadilhos bobos! Mas então, vamos lá?

- Bom, antes eu quero te dizer que temos mais uma convidada... - Alix disse meio nervosa.

Marinette tremeu. Quem?

- Dupain-Cheng!!! Não imagina o prazer que é te ver de volta!

Aquela voz. Não podia ser. Ela sabia que iam se encontrar. Mas não tão rápido.

- Chloé Bourgeis. Como vai? - Marinette se virou olhando para a loira, com um blazer amarelo e um vestido tubinho branco laminado. Seu salto dourado dizia muito sobre ela, pois somente a mesma usaria algo daquela cor às 9h da manhã sem hesitar.

- Ótima! E você não vou perguntar, sei que está bem melhor! - Ela riu, sem maldade, mas de repente notou que a frase poderia ter dois sentidos. - Do que eu, do que eu. Olha Marinette, eu sei que você me odeia, mas olha, será que dá pra gente superar isso? Eu meio... que me arrependo...

- Uou! Você pediu desculpas mesmo. - Alix riu.

- Não piora, Alix. - Ela respondeu.

- Chloé?? - Marinette riu. - Sim, sim. Tudo bem, eu não posso guardar um rancor de ensino médio pra sempre, viu. 

- Ai, que alívio, a Alix não parava de me dizer que você ia me odiar pra sempre e... - Ela não terminou.

- E a gente te falou que não, né? - Luka chegou sorrindo para a loira. 

Marinette levantou a sobrancelha para Alix. Que riu e afirmou com uma leve balançada de cabeça. 

- Então essa é sua namorada??? E você não levou pra dona Sabine conhecer??? - Marinette empurrou com o ombro Luka.

- Não sou, ele não me pediu em namoro. - Cholé disse indignada.

- Okay, madame, será arranjado. - Luka respondeu.

Foi uma manhã extremamente tranquila entre os quatro, sem contar o trabalho incrível que preparam, Chloé e Marinette assinariam lado a lado a colaboração da exposição, que iria para exposição na próxima quarta - e ainda ainda iria ter que achar um acompanhante. Marinette nunca pensara naquela amizade, mas ela não era tão ruim assim, não é?

***

Eram 11h de um sábado. A última coisa que Adrien esperava era uma reunião de última hora com o pai. Ainda sonolento desceu as escadas até o escritório de camiseta e moletom com Plagg em seu encalço.

- Bom dia, pai! - Disse com o miado de Plagg logo atrás querendo pegar a xícara de café na mesa de seu pai. 

- Bom dia, filho. - Se abaixou para pegar Plagg no colo, logo atrás vinham Nooroo e Dusul pedir para serem acariciados também. - Bom, sabe por que te chamei? - O pai esperou a resposta, mas viu que o filho não fazia ideia do que ele queria saber. - Papparazzis.

- Ah. O que foi dessa vez? - Ele suspirou. 

- Acho que pelo jeito que está falando, dessa vez, e pela primeira vez, não fotografaram só um affair, não é? - O pai questionou.

- Eles fotografaram eu e a... E postaram? - Adrien exclamou claramente se alterando e pulando na cadeira para ver  a publicação. Era uma foto dele e de Marinette abraçados ainda no Senna.  - É apenas esta? 

- Sim. Mas conseguiram descobrir quem é, obviamente, e já estou tomando as medidas necessárias. Está em muitas revistas e Paris inteira já viu.

- Okay. Você pode ir fazer algo? Eu quero preservar totalmente ela. - Adrien disse firme.

- Posso. Mas só farei o que for de consenso dos dois. Não apenas decisão sua. Quero que vá até o ateliê e faça uma proposta para ela.

- Proposta? Pai, isso é um absurdo, ela nunca vai aceitar. - Adrien disse começando a ficar realmente bravo.

- Não vai ser nada horrível, Adrien, por favor. E ela tem muito mais alma de negócios do que você pensa, Adrien. - O pai disse.

- Eu sei que tem. E é por isso que estou com medo. - Ele riu, achando graça por saber que no fundo a azulada toparia.

- Então vamos lá. - E se sentou na cadeira, pronto para os negócios.

***

- Alô? Nino? - Adrien chamou o amigo. - Já viu né?

- É cara, já. - Nino respondeu.

- A foto tá um arraso!! - Escutou Alya gritar.

- É, concordo. Preciso falar com ela, mas quero que estejam junto, porque eu acho que ela vai aceitar. Vocês tem prova hoje e nós vamos junto. - Adrien disse. 

- Como você sabe da prova se eu não falei, ein senhor braveza? - Nino disse.

- Eu tenho a lista de compromissos dela desde que viramos sócios. 

- Eita. E por que não quer que ela aceite sei lá o que você tenha que propor? - Nino perguntou.

- Porque o Adrien é superprotetor, Nino. - Alya disse rindo de novo.

- É. Que horas vocês vão? 

- Caras, estamos indo já. Vamos almoçar lá. - Nino disse.

- Então, encontro vocês aqui. Acabei de estacionar do outro lado do Senna.

E desligou.