Nove.

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Abriu os olhos quando ouviu um barulho de algo caindo vindo de sua sala, Draco se assustou e olhou para o relógio que ficava ao lado de sua cama, eram 4:35 da manhã.
Se levantou apreensivo e foi até a sala com seus chinelos em mãos, se visse qualquer movimento suspeito atiraria o objeto na coisa que se mexesse.

— Harry? — perguntou observando Potter pegar o abajur que tinha derrubado no chão e colocar no lugar de volta. 

— Desculpa pelo abajur, foi sem querer. — disse baixo. — Aí, caralho! — resmungou de dor quando um chinelo foi lançado nele.

— Você sumiu, me deixou preocupado, me mandou uma mensagem se despedindo de mim apenas deduzindo que eu me forçaria a fazer qualquer coisa e agora aparece aqui dizendo apenas "Desculpa pelo abajur"? — jogou novamente o chinelo, logo em seguida duas almofadas e Harry resmungou.

— Calma, porra! — pediu e suspirou. — Eu não sabia o que fazer, ok? Eu só consegui pensar em fugir... Não queria passar por isso de novo.

— Como assim passar por isso de novo, Potter? Por que não conversa comigo, merda? — o coração dele estava acelerado, sua respiração estava ofegante e seu corpo parecia tomado pela emoção.

— Eu sei porque você pode me ver, Draco. Eu desconfiei disso desde o princípio, você é assustadoramente parecido com o Charlie, tem uma personalidade parecida com a dele, sentia saindo de você uma energia tão intensa quanto eu sentia dele. — a fala de Harry era triste, mas seu semblante parecia agoniado. — No início eu imaginei que me sentia tão necessitado de te ter por perto porque você parecia ele, mas quando te conheci eu percebi que vocês dois não tinham nada a ver.

Draco se sentia um lixo, Harry não o amava? Sua mãe estava errada? E se o amasse, seria por causa de Charlie?

— Eu não gostei de você por você ser parecido com ele, Draco. Eu gostei porque você é incrível. — Draco prendeu o ar enquanto ouvia o garoto. — Eu achei que era coisa da minha cabeça, mas quanto mais tempo nós passávamos juntos, mais eu te queria por perto. Eu passei a querer estar ao seu lado o tempo inteiro, passei a querer conversar com você, a querer te tocar e quando eu dei por mim, eu já estava apaixonado por você. Não por causa dele, não por causa do destino, não por você ser minha alma gêmea. Eu me apaixonei por você porque é impossível te conhecer sem se apaixonar. Seu jeito me encanta, seu sorriso me aquece e pensar que não posso te tocar me deixa maluco. E eu não queria passar por isso de novo. Eu só amei alguém desse jeito uma vez e além de não ter sido correspondido acabei enfeitiçado e culpado por sua morte. Só não queria amar sozinho de novo.

Harry não notou quando começou a chorar, ele sentia uma angústia enorme crescendo dentro de si, precisava muito colocar aquilo para fora ou sufocaria. Draco se aproximou do moreno, mas quando foi falar algo, notou uma coisa que não havia notado antes: Harry estava sangrando.

— Potter? O que é isso no seu ombro? — perguntou acendendo o abajur que o garoto havia derrubado minutos antes.

— Hm? Ah, eu tomei um tiro. — disse analisando o braço e desviando o olhar para Draco. — O que? — perguntou se referindo ao olhar arregalado do outro.

— "O que?" Como assim "o que", seu besta? Como isso aconteceu? — saiu de perto dele e foi até seu quarto. Harry o seguiu.

— Eu fui comprar cigarro, mas quando cheguei no local teve um assalto e levei um tiro de raspão. Geralmente isso se cura rápido, não leva mais que três horas, mas tô com isso sangrando desde meia noite. Acabei não aguentando a dor chata e precisei vir aqui... achei que talvez você pudesse me ajudar, já que é o único que consegue me ver. — falou se sentando na poltrona.

Toque. ~DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora