Dhalia tinha a impressão que Solvir parecia serena. A olhando nesse instante, nada se parecia com sua irmã que estava acostumada a ver todos os dias, uma fêmea forte e mandona. Os cabelos prateados agora já não tinha manchas vermelhas e tinha faixas em alguns lugares do corpo. Ela era magra, um pouco esguia pra o gosto da irmã. Tinha as unhas grandes e uma pela base, a do mindinho esquerdo. Era um costume da fêmea, sem perceber, roer a unha quando ficava nervosa e pro azar da estética de seu mindinho Solvir tinha muito ao que pensar. Costumava ser assim, Elladan o engraçado, Dhalia a esquentadinha e Solvir a responsável.
Formavam um trio perfeito, um que nunca se quebraria. Não nasceram irmãos de sangue, porém se escolheram entre todos. Eram o mundo de cada um
A morena toca o pulso da platinada suavemente. O toque era quente e junto a ele Dhalia entoou uma canção, uma presse a mãe, para que ajuda-se solvir, tornasse sua recuperação mais rápida. Ela havia se ajoelhado na frente da cama da irmã e por ali ficou até a canção acabar.
Solvir resmungou algo suavemente e os olhos de Dhalia quase saltaram do rosto quando se deram conta
_Solvir? Irmã, está bem? - perguntou baixinho apoiando a mão no pescoço da fêmea
_so não cante novamente, parece que estou em um funeral. - ela diz um pouco ranzinza e Dhalia não consegue evitar a felicidade.
Sua irmã já estava acordada, estava bem e até mesmo fazendo piadas
_ seus ferimentos? - Dhalia começa tentando conter a irmã de fazer movimentos muito bruscos.
_ eu estou bem, - ela disse se sentando por fim. - só usei demais meu poder já esgotado. Só me resta uma dor de cabeça e uma fome imensa.
_ vou descer pra buscar algo pra você comer- Dhalia começa a dizer porém é interrompida
_isso pode esperar, afinal aonde nós estamos e aonde está Elladan?
Dhalia se senta novamente a frente da irmã. Seria uma longa história, ainda bem que elas tinham o resto da noite.
«-----»
As fêmeas conversaram por horas a fio entre a madrugada. Discutiram como os planos da mãe eram realmente enigmáticos, já que já era coincidência o bastante o mesmo rhys da história de antes o encontro das duas, ser agora o grão senhor da corte Noturna, os seus grão senhores. Falaram sobre como executariam o plano pra resgatar Elladan e discutiram sobre o possível novo poder do mesmo.
A fêmea de cabelos prateados deu seu depoimento dos fatos à irmã. De como foram atacados e o nome do sacerdote que fora diretamente buscar os jovens, Viserys. Solvir o conhecia, fora seu instrutor e era um dos homens mais inescrupulosos que ela já teve o desprazer de conhecer. Sobre as informações passadas pelo encantador de sombras ela pareceu ponderar e depois despejou sobre a irmã o que achava ser útil. Apesar de ser uma boa história, podia ser um tipo de fachada, talvez para angariar apoiadores, assim como o rei de hybern fizera durante centenas de anos a seu povo. Os colocando de contra aos fatos, os incitando ao ódio. Dificultando a vida deles no continente de propósito para que eles tivesse vontade de mudança.
um culto a hybern não parecia ser o estilo do feiticeiro, na verdade solvir duvidara até mesmo que fosse possível, já que uma vez no além mundo a alma podre do rei não se encontraria em paz ou disponível pra tentar algo do tipo, ele estaria em tormento, pelas mãos das almas que ele mesmo ceifou, ele sofreria.
Como solvir sabia disso Dhalia não ousou perguntar, mas ela tinha convicção na voz
Solvir narrou como tentou defender os jovens e Elladan também, porém como estava fraca não pode fazer muito. Dhalia tentou se desculpar e em resposta recebeu uma carranca da irmã
_não é sua culpa Dhalia - ela disse retirando uma mecha de cabelo da morena que estava sobre a cicatriz no rosto, perto do olho, e o levando até às orelhas. Acariciando seu rosto gentilmente
_não se martirize injustamente. Você sempre cuidou de nós e lutou nossas batalhas, talvez esteja na hora de começarmos a nos impor sozinhos.
Dhalia se sentia aliviada por poder conversar com a irmã, porém nada era perfeito e Elladan ainda estava nas mãos de Viserys seja qual for o culto odioso que ele formava.
Antes de Dhalia ir buscar comida para irmã se lembrou do presente dos grãos senhores. Embora em Velaris, Solvir estivesse cercada de fluxos de magia, talvez o anel fosse útil para algoA morena saiu do quarto da irmã, uma versão idêntica ao dela pode perceber. Planejava ir a cozinha e depois passaria em seu quarto entregaria o item a irmã.
Passando pelos corredores entalhados da casa, não mais se sentia perdida. As paredes frias eram reconfortantes a sua pele de certa maneira e ela não se impediu de ir o caminho todo passando a mão sobre os entalhes, assim como uma criança, memorizando as histórias ali gravadasAo passar pela adega notou que a mesma estava entre aberta, com uma luz fraca saindo da porta.
Quem estava ali?
Entrou e pra sua surpresa não havia ninguém. Estranho
Aproveitou que estava ali e pegou um vinho de uma safra que gostava. Saiu antes que fosse pega, afinal já sabia do controle que rhys tinha sobre sua coleção e afinal, é só uma garrafa não é mesmo?Foi a cozinha, que agora se encontrava incrivelmente vazia. Separou tudo que parecia bom e saboroso para uma acamada é claro. Subiu novamente os corredores se equilibrando entre o vinho e cesta que havia preparado, era bastante coisa mas confiava na fome de solvir que poderia já ser de dias.
Ao passar na frente de um quarto conseguiu ouvir risadas abafadas, pareciam de Cassian e uma mulher. Como os grão senhores estavam na casa da cidade, mor muito provavelmente em algum bar e Azriel em mais alguma missão da madrugada, só existia uma pessoa que poderia estar naquele quarto agora, a risada tão distraída e feliz. Involuntariamente o sorriso cresceu nos lábios de Dhalia e ela estava feliz pelo amigo, talvez até tentaria o atormenta-lo um pouco amanhã.
Andou mais uns dois minutos e antes de abrir a porta do quarto de Solvir escutou algo como uma batida, vindo do lado de fora. Resolveu ignorar e foi de encontro a irmã.
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Dhalia
FantasyDahlia havia feito uma promessa, voltaria pra casa com comida e remédios. Usaria de todos os métodos que conhecia para ajudar seus irmãos. Oque ela não esperava era encontrar no meio do nada a Cidade Estrelada, a mesma das histórias de infância q...