Apenas um dia comum

1.2K 156 157
                                    

S & C

Por que você fez isso? Já é o terceiro jovem mestre... - Frida falou para mim com meu cão todo ensanguentado em seus braços

— Ele não parava de latir, e rosnar pra mim, eu estava com medo... - Falei ajoelhado na terra úmida, eu podia sentir minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto

— Jovem mestre, os cães foram devidamente adestrados, jamais te causariam algum problema, por que você não me fala a verdade? Por que é tão sem coração? - Frida se aproximou de mim e me abraçou — Seu pai vai ficar irritado com você, não faça mais isso. E mais tarde você sofrerá um punição por fazer isso com um presente de sua avó. - Ela sussurrou em meus ouvidos e logo eu estremeci

As punições daquela maldita mulher eram severas de mais para uma pobre e frágil criança como eu.

Por favor pare, eu não quero ir para aquela lugar de novo.

Eu só quero ter uma vida normal.

Por favor não me leve lá novamente.

Aquele rio é muito gelado.

— Sebastian, Sebastian! - Uma voz gentil e preocupada me chamava, quem séria essa boa alma, eu não sei mas obrigada por me tirar deste pesadelo.

Sebastian estava transpirando em excesso, estava todo molhado, a roupa colada no corpo, e os cabelos grudados na testa, junto de uma respiração acelerada, seu peito subia e descia a cada segundo que se passava

— SEBASTIAN! - Ciel gritou mais uma vez, estava preocupado, o homem já estava neste estado deplorável a algum tempo.

— Ciel... - Ele falou num fio de voz aliviado ao acordar

— Você está bem? Você está encharcado, e também chorando... tá tudo bem? - O garoto estava assustado, achou que Sebastian estava tendo algum ataque ou coisa do tipo.

— Não se preocupe, eu só estava tendo um pesadelo, acontece direto. - Sebastian pegou a pequena e delicada mão de Ciel e a beijou — Agora eu estou acordado, está tudo bem! - Sebastian sorriu, porém Ciel não colocou muita fé naquele mero sorriso.

— Certo, se quiser falar comigo eu estou aqui. - Ele separou a sua mão da do homem e ficou o encarando por um tempo sem dizer nada

E um silêncio desconfortável se instaurou no enorme quarto, Ciel sabia que não estava tudo bem.

E Sebastian sabia que estava mentindo para o garoto, mas as vezes a mentira era a melhor opção a se seguir.

— Eu vou tomar um banho, e trocar seu lençol, ele está fedendo a meu suor. - De forma rápida ele se levantou e puxou o lençol, sem enrolação foi até a lavanderia e colocou o lençol na máquina.

"Por que tive que ter esse pesadelo justo agora?! Estava indo tudo tão bem... Eu não posso ficar pra baixo por causa disto, tenho que aproveitar, hoje é o primeiro dia de Ciel aqui, não posso deixa-lo desconfortável"

Sebastian ficou falando sozinho até entrar na banheira.

Não queria ficar remoendo seu passado, muito menos agora.

PsychopatheOnde histórias criam vida. Descubra agora