A mulher de cabelos dourados preso num rabo de cavalo frouxo e baixo, caminhava pelo corredor que não parecia ter fim, um nó se formava em seu estômago e seu peito doía só de pensar que estava a 30 andares acima do chão, seus olhos tristonhos e acizentados percorriam por todas as placas que tinham acima das portas em busca de achar o sobrenome "Faustos" gravado numa delas.
A mulher apesar de estar na casa 50 tinha uma bela aparência, seus longos cabelos louros balançavam conforme ela pisava no assoalho envernizado com seu salto vermelho, o qual tinha a mesma cor do batom carmesim que decorava seus lábios carnudos.
A mulher estava com o coração acelerado, e punhos cerrados, a sua vontade era se jogar naquele chão e ficar chorando o resto do dia, encarando sua própria desgraça pelo reflexo do assoalho, tão bem envernizado.
Mas ela tinha que ser forte e firme, como mãe e esposa, ele não podia aparecer na frente do seu filho em frangalhos, isso só o deixaria pior, e ela não queria o deixar mais preocupado do que ele já estava.
Quando ela finalmente achou a sala de Claude, uma gota de esperança caiu sobre seu coração amargurado, seu filho estava bem ali, a poucos metros, quem sabe... Ele poderia voltar, ir para casa junto dela.
Ela limpou a garganta e encarou seu reflexo pela tela apagada do celular, ela não estava mal...
Ela deu três toques na porta que rapidamente foi aberta por um homem esbelto de olhos dourados e um sorriso ladino estampado em seu rosto.
— Boa tarde senhora Phantomhive! - Claude deu passagem para a mulher entrar na sala cheia de enormes janelas de vidro.
— Boa tarde! - Ele fez uma pequena reverência, adentrando a sala ela viu um rosto desconhecido sentado semelhante ao primeiro que ela viu, seus cabelos negros caiam de forme bela pelo seu rosto alvo, suas orbes avermelhadas tão profundas e misteriosas chamaram a atenção da mulher.
Rachel arregalou os olhos ao ver seu filho, ele estava bem, parecia até ter ganhado uns quilos, e ter crescido um pouco, porém o mais estranho de tudo era o modo como ele estava, tão confortável naqueles braços que o envolviam como se fosse um troféu, e ele nem parecia se incomodar, por um lado parecia que ele gostava bastante de estar ali, envolvido por aquele homem misterioso cujo a mulher desconhecia.
- Meu filho! - Os olhos da mulher ficaram marejados no mesmo momento em que ele viu seu filho, fazia meses em que ele não via e se quer tinha notícias direito dele.
— Mãe! - Ele saiu do colo de Sebastian e abraçou a mulher, por mais que ele tivesse falado e feito coisas que o machucaram, ela ainda é a mãe dele, e ele a ama.
— Você está tão grande! E tão lindo, já é um mocinho! - Ela o mediu de cima abaixo, ele estava como de costume, com uma calça jeans preta, um moletom aleatório e tênis velhos, era realmente seu filho. — Mas meu querido, quem e este homem? - Ela cochichou no ouvido dele que se sentiu incomodado.
Merda... O que ele falaria, que era seu namorado, não... mal teve um pedido, amigo? Também não, amantes? Colegas de quarto? Oh sim o menino ficou travado.
— Eu sou o namorado, do seu filho... - Ele puxou Ciel pra perto dele — Algum problema senhora? - Ele sorriu descansando o rosto nos ombros do pequeno.
— Então este é o seu namorado... ele não parece muito velho pra você Ciel? - Ele o encarou com um olhar severo, que por um segundo o fez estremecer
— Podemos se dizer que sim, mas não viemos aqui para isso, temos que resolver sobre o pai... - Ele se sentou no sofá de couro que ficava no canto da sala bem iluminada cheia de janelas de vidro, dando um vista panorâmica da cidade cinzenta.
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Psychopathe
RomanceDor e tristeza, ambos sentimentos rodeavam Sebastian. Nada o animava, nada o alegrava, seu coração já não mais palpitava. Até certo dia, ou melhor noite, em que ele conheceu um pequeno ser capaz de revirar todo seu coração, e sua vida.