Capítulo 2: Circuito fechado

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"Não haverá um futuro, se não fizer o presente."

Mariana Miranda

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Era como se estivesse caminhando entre as nuvens, a areia da praia estava levemente aquecida. Amava a sensação da areia em seus pés, a fazia se sentir vívida, como pudesse conversar com a natureza em silêncio. O barulho das ondas ecoavam naquele céu azul, não estava fazendo muito calor, porém aquela fagulha de sol era suficiente para se aquecer bem. Estava quase chegando em seu destino, notou que havia poucas pessoas transitando na praia, apenas um casal e uma mulher passeando com um cachorro, andando mais a frente viu um homem sozinho sentado em um banco na calçada do cais, não deu muita importância e se sentou em um outro banco a alguns passos a frente.

Ela olhava com alternância entre o livro e aquele homem que lhe parecia bem familiar, como se já tivesse o visto antes. Ele parecia ter a mesma impressão quando olhava frequentemente para aquela garota concentrada em sua leitura, mas era por um motivo extremamente importante. Ela era o seu alvo, e não poderia errar em nenhum momento. Pegou o cronômetro em seu bolso direito de sua jaqueta e o ativou, marcava exatamente 7 minutos, eram os minutos cruciais daqui para a frente. Se levantou e sacou a arma sentando ao seu lado, Elisabeth congelou e sentiu seu coração bater mais forte, aquilo não poderia estar acontecendo com ela! Pelo menos não agora.

- Você vai fazer exatamente o que eu disser ou eu atiro sem nem pensar duas vezes. – disse o homem baixo, praticamente sussurrando diabolicamente em seu ouvido.

- Faço o que quiser, não me mata por favor. – Com os olhos cheios de água e suas mãos tremulas, retirou o celular de sua bolsa e o entregou. – É a única coisa de mais cara que eu tenho.

- Exatamente do que preciso. – Ele pega o celular e coloca em seu bolso, em seguida posiciona a arma por trás da jaqueta ainda apontando para ela. – Quero que venha comigo a beira do mar, sem tentar fugir, e agindo normalmente. Me entendeu?

Elisabeth assentiu com a cabeça e colocou a mão no antebraço do criminoso e foram em direção ao seu possível fim. Ambos pararam a beira da água, Elisabeth parou por nervosismo e o criminoso para colocar o plano em prática. Ele retirou o celular e mandou a garota cavar um pequeno buraco na areia, ela sem entender nada fez o que aquele homem pediu, pegou o celular e enfiou o máximo ali, antes de soterra-lo colocou também um bilhete pequeno bem plastificado com letras digitalizadas bem ao lado do seu telefone, não conseguiu nem ler o que estava escrito, jogou a areia novamente por cima rapidamente e levantou olhando para o mar. Naquele ponto a água não podia chegar, podia ser muito bem desenterrado pela polícia, talvez fosse isso que ele pretendia. Talvez quisessem fingir sua morte como um aviso de despedida?

- Agora quero que me acompanhe bem quietinha até o carro. – pegou firmemente em seu braço aproximando ela para mais perto.  Ela pode sentir a arma encostando em seu quadril através da jaqueta.

Eles andaram juntos como se fossem conhecidos, não haveria testemunhas pois a praia estava literalmente vazia aquele horário, e para o desespero dele, ela tentou correr. Uma corrida de curta distância fez ela acreditar que poderia se ver longe o bastante daquele psicopata ambulante, mas ele era rápido demais.
Imobilizando suas mãos a levou a força para o carro, ameaçando a atirar se ela tentasse bancar a fugitiva de novo ou gritar. Parado um poucos metros da praia um carro prata, Elisabeth não sabia diferenciar muito bem o modelo, porém dava para perceber que não era nada modesto. Um carro elegante e extremamente fora de suspeitas. O que eles iriam querer com ela? Era claro que possuíam dinheiro e boa provavelmente uma boa reputação, seu pai teria dinheiro, mas não o suficiente para bancar um resgate absurdo de um sequestro relâmpago.

O resgate de ElisabethOnde histórias criam vida. Descubra agora