Ômega

IV

Nota: (1) Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling e a Warner Bros. Entertainment Int. Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo, é pura diversão.
(2) Contém relação Homem x Homem, portanto, se você não gosta ou se sente incomodado com isso, é simples: não leia.
(3) ⚠️ AVISO IMPORTANTE⚠️ Este capítulo contém cenas de assédio velado (não explícito) de um adulto para com uma criança de doze anos. Se você se sente incomodado com esta temática ou se pode trazer algum gatilho emocional, por favor, não leia. O intuito é mostrar como as mulheres (no caso, exemplificadas pelos ômegas) começam a ser assediadas desde cedo.

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Harry estava naquele salão circular novamente. Em silêncio, olhava para o espelho de Ojesed e a imagem refletida pelo misterioso objeto faziam suas bochechas se tingirem de vermelho. Um garoto mais alto que ele, um alfa, o abraçava e tocava sua cicatriz. Harry não conseguia ver seu rosto, apenas distinguia uma pele pálida como a sua e cabelos pretos como os seus, mas os traços de seu rosto eram indecifráveis, borrados, como a imagem chuviscada de uma televisão velha. Mesmo assim, Harry se sentia seguro, tranquilo, amado... Era algo curioso, algo que nunca havia sentido antes. Havia visto somente em filmes e livros considerados "baboseiras de ômegas" que sua tia gostava de ver às escondidas, algo que nunca imaginou ter um dia direcionado para si.

Amor.

Ele era amado.

Amado pelo o que era, sem preconceitos e sem amarras.

Viu seu reflexo dizer o nome do garoto que o abraçava: "To...", mas antes que pudesse entender o que sua própria imagem dizia acordou de supetão, a respiração tão acelerada quanto as batidas de seu coração. Outro sonho. Pelo menos, dessa vez, não havia visto o rosto assustador de Voldemort aparecer na cabeça de Quirrell e acordara gritando. Olhando ao redor, viu que estava em casa, no segundo quarto de Duda, que seus tios tão gentilmente haviam cedido para ele após voltar da escola, com a condição de que evitasse sair daquele quarto salvo para situação inevitáveis, como ir ao banheiro.

Desde que havia voltado para passar as férias de verão em casa, tio Valter o tratava como uma bomba que fosse explodir a qualquer momento, porque Harry Potter não era um ômega normal. Aliás, ele era tão anormal quanto era possível ser. Harry era um bruxo, um bruxo que acabara de terminar o primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. E se os Dursley se sentiam infelizes de tê-lo ali nas férias, isso não era nada comparado ao que Harry sentia.

Sentia tanta falta de Hogwarts que era como se tivesse um vazio permanente. Sentia falta do castelo, com seus fantasmas e passagens secretas, das aulas (exceto de Snape, é claro), do correio trazido pelas corujas, dos banquetes no Salão Principal, de dormir em uma cama com docel e cobertores acolchoados nas masmorras, das visitas ao guarda-caça, Hagrid, e, principalmente, de suas amigas, Pansy e Hermione. Elas ainda se comunicavam com ele por coruja, que chegavam em sua janela e iam embora tão rápido que tio Valter sequer chegava a vê-las. Conhecendo seus tios, Harry havia deixado Edwiges com Pansy, mas matava a saudade da bela ave de plumas brancas quando a amiga lhe mandava cartas, pelo menos uma vez a cada dois dias.

Nas cartas, as meninas falavam um pouco de seu dia a dia. Hermione havia contado como fora a viagem com os pais para a Austrália e Pansy, na maioria das vezes, reclamava da mãe, dizendo que se esgueirava para o Beco Diagonal quase todos os dias para ter alguns momentos de paz longe da matriarca. Harry desejava ter algo interessante para contar, mas desde que havia colocado os pés naquela casa estava trancado no quarto, sem fazer nenhum barulho, fingindo que não existia.

- Nunca achei que fosse dizer isso – suspirou, fechando os olhos para tentar voltar a dormir – mas espero que essas férias acabem logo.

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