Nota: (1) Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling e a Warner Bros. Entertainment Int. Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo, é pura diversão.
(2) Contém relação Homem x Homem, portanto, se você não gosta ou se sente incomodado com isso, é simples: não leia.-x-
Em pouco tempo, Defesa Contra as Artes das Trevas se tornou a matéria favorita da maioria dos alunos. Somente alguns alfas mais cabeças-duras, como Draco e seus amigos, ainda faziam comentários sarcásticos a respeito do Prof. Lupin. Comentários como "vejam só as vestes dele, um ômega não deveria andar por aí parecendo um elfo doméstico". Mas ninguém mais se importava se as vestes de Lupin estavam remendadas e esfiapadas.
As aulas seguintes tinham sido tão interessantes quanto a primeira, isto porque depois dos bichos-papões, eles estudaram os barretes vermelhos, criaturinhas de olhos esbugalhados que lembravam duendes e rondavam os lugares onde houvera derramamento de sangue – masmorras de castelos e valas dos campos de batalha desertos – à espera de abater os que se perdiam. Dos barretes vermelhos eles passaram aos kappas, seres rastejantes das águas, que lembravam macacos com escamas, cujas mãos comichavam para estrangular os banhistas desavisados que penetravam seus domínios.
Harry só desejava que fosse tão feliz com outras matérias. A pior delas, sem sombra de dúvidas, era Poções. Snape andava com uma disposição bem vingativa ultimamente, e ninguém tinha dúvidas do que motivara isso. A história do bicho-papão que assumira a forma dele, e a maneira com que Neville o vestira com as roupas da avó, correra a escola como fogo espontâneo. O alfa adulto, porém, não parecia ter achado graça. Seus olhos faiscavam ameaçadoramente à simples menção do nome de Lupin e ele andava implicando com Neville mais do que nunca. Harry também estava começando a temer as horas que passava na sala sufocante da Prof. a Sibila, decifrando formas e símbolos enviesados, tentando fingir que não via os olhos da professora se encherem de lágrimas todas as vezes que olhava para ele.
No início de outubro, porém, Harry ficou feliz ao descobrir que o Sr. Malfoy havia conseguido uma autorização especial para que ele visitasse Hogsmeade com os demais alunos, sempre quando estivesse acompanhado de Draco, que, aos olhos do conselho da escola, fora designado como o seu alfa responsável. Esta notícia teve um sabor agridoce. Por um lado, ele estava radiante em poder conhecer o povoado com Pansy e Hermione, por outro, o sorriso arrogante de Draco e sua postura cada vez mais autoritária em relação a ele começava a irritá-lo.
- Nós podemos amarrá-lo, amordaçá-lo e deixá-lo na Casa dos Gritos.
- Se o cobrirmos com a capa de invisibilidade, possivelmente ninguém o encontre até o Natal – Hermione ponderou.
- Sim – continuou Pansy – E se utilizarmos um feitiço de memória, voilà, ele sequer nos reconhecerá depois.
- Olhem pelo lado bom, nós vamos conhecer o povoado juntos. Eu achei que ficaria mofando aqui até vocês voltarem, mas o Sr. Malfoy pelo menos conseguiu essa autorização especial.
- É, mas com a condição de você ficar o tempo inteiro com a ratazana oxigenada do filho dele.
- Além disso – Hermione franziu o cenho, observando Draco se aproximar da mesa Ravenclaw onde eles tomavam o café da manhã naquele dia – qual a chance de Malfoy deixá-lo passear conosco?
- Tenho certeza de que ele vai preferir ficar com os amigos dele.
- Eu não teria tanta certeza... – as palavras da Ravenclaw, porém, foram interrompidas pela voz arrastada de Draco:
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Ômega
RomanceTentar mudar o "sempre foi assim" de uma sociedade alfacêntrica parece perda de tempo, e pouco a pouco você desiste de questionar aquilo que lhe parece estranho, deixando-se levar por o que todos falam, certo? Errado. Pelo menos para Harry Potter...